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Encontro com Ms Hepworth
Conhecemo-los, há muitos anos, numa parede do
John Lewis em Oxford St,
Londres. Apropriadamente, na fachada que dá para Holles St, o que me
leva sempre a dizer que o nome da rua está gralhado.
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Durante quatro anos, no campus de uma universidade
inglesa, cruzámo-nos diariamente. Lembro-me de ter lido no
The Guardian a notícia da sua
morte e do incêndio no estúdio.
Depois fui sabendo das pessoas à sua volta durante
a vida. Antes já descobrira o seu, mais, famoso contemporâneo Henry
Moore. Mas havia outros, Ben Nicholson, em especial. E eram todos de uma
beleza excepcional. Fora do canône, naturalmente.
A sua escultura, os seus desenhos, são mais
geométricos, consequentemente mais abstractos,
do que o trabalho de Henry Moore. O uso, de que terá sido
pioneira, de fios tensos e
buracos nas suas peças poderá ter vindo da Matemática ou, pelo menos,
está próximo dela. Superfícies regradas, evolutas e involuta, noções
topológicas.
Há uns anos decidi visitar St Ives, para onde se
deslocou no tempo da segunda guerra mundial. Como diria um turista
americano, The place is amazing!.
O museu Barbara Hepworth é o que eu
procurava, as peças expostas num jardim
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Encontro com Ms
Hepworth
E eu. Que fazia eu em St Ives.
Viera pelo museu.
Dispensou a sua elegância
de passo de dança
e escapou mesmo assim
à armadilha “O meu?".
A exposição encerrara.
“O pintor vai ganhar o Turner."*.
no dia anterior.
No museu nada havia para fazer
a não ser beber café
olhar o mar comer fatias
de bolo de queijo.
Quando lhe espalhei na mesa
os retratos de todos eles.
“So young.". falei
que viera mais pela beleza.
Comovidos vi-a rejeitar grandeza.
(para Sheila Carter)
*Não ganhou (Dexter Dalwood).
Espero voltar a repetir a experiência. Mais à mão,
really, está The
Hepworth Wakefield no Yorkshire.
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Francisco José Craveiro de Carvalho (Portugal).
Licenciou-se em Matemática na Universidade de Coimbra. Doutorou-se, mais
tarde, com uma tese em Topologia e Geometria, sob a supervisão de Stewart Alexander Robertson, Southampton University, U. K.. Assume uma posição de alguma marginalidade em
relação à divulgação daquilo que escreve. Traduziu poemas de Carl
Sandburg, Jane Hirshfield, Jennifer Clement, Linda Pastan, Rita Dove...,
publicados em opúsculos discretos, que circularam entre os seus amigos. |