|  | Fernando Sorrentino 
		(Argentina) Nasci em Buenos Aires em 8 de novembro de 
		1942. A maior parte de minha infância e de minha adolescência 
		transcorreu no cinzento quadrilátero formado pelas avenidas Santa Fe, 
		Juan B. Justo, Córdoba e Dorrego. Em épocas muito juvenis, fui um 
		simples funcionário de escritório. Em épocas não tão juvenis, e durante 
		muito tempo, fui professor de língua e literatura em diversos colégios 
		secundários; em geral, recebi o afeto de meus alunos e de meus colegas, 
		o que me diz que sou um cara legal. Nos interstícios laborais, tento ler 
		e tento escrever. Tenho sensibilidade para gostar da beleza poética, mas 
		me falta um mínimo de talento para escrever um poema com algum mérito. 
		Destruí sem culpa minhas poesias juvenis, pois não achei sensato 
		acrescentar mais fealdade ao mundo. Por outro lado, estou bastante 
		satisfeito com minhas invencionices narrativas. Como dizem os homens 
		dignos de fé, em minha literatura de ficção há uma curiosa mistura de 
		fantasia e humor que conduz a um estilo às vezes grotesco e 
		razoavelmente verossímil. Em geral, sinto-me muito à vontade comigo 
		mesmo. Não tenho nenhuma vocação para fazer parte de nenhum grupo 
		literário, de nenhum comitê de inabilidades afins, de nenhum clube de 
		elogios recíprocos. Mas confesso, isto sim, que milito nas perseverantes 
		hostes do Racing Club de Avellaneda. Gosto mais de ler do que de 
		escrever, e na verdade escrevo muito pouco. Ao longo de quase quarenta 
		anos, não tenho muita bibliografia para exibir. Como todo o mundo, em 
		maior ou menor medida, ganhei alguns prêmios literários. Em resumo, sou 
		relativamente feliz. F. S. (Tradução de Ana Flores)http://www.fernandosorrentino.com.ar
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