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REVISTA TRIPLOV
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EDITOR | TRIPLOV |
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| ISSN 2182-147X | |||||||||
| Contacto: revista@triplov.com | |||||||||
| Dir. Maria Estela Guedes | |||||||||
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DEUS QUANDO OLHOU BEM PARA A TERRA, DEPOIS DE UM
ANJO EMISSÁRIO TER FALHADO AS MIL MISSÕES DE CONSEGUIR A FRATERNIDADE,
SENTIU A DÚVIDA SOBRE A SUA PRÓPRIA CRIAÇÃO. O ANJO FORA; E VOLTARA DA
MESMA MANEIRA: CABEÇA CAÍDA, CANSADO E DANDO, PARA O FIM, SINAIS DE
DÚVIDA MESMO. DEUS MANDARA-O COMO HOMEM DE FÉ E EXEMPLO, UMA VEZ. OUTRA
COM A SIMPLICIDADE DE SOFRER SEM DESISTIR. UMA TERCEIRA E QUARTA E
QUINTA COM PALAVRAS DE AMOR. DEPOIS TENTARA O DISCURSO RACIONAL DAS
EVIDÊNCIAS. DA ÚLTIMA VEZ, DESESPERADO E A PEDIDO DO PRÓPRIO ANJO
REVOLTADO, COM A ESPADA FLAMEJANTE DE SÃO MIGUEL PARA SEPARAR O BEM DO
MAL. POR SUA INICIATIVA, O ANJO, EM DESESPERO, RECRUTARA MESMO HOMENS
PARA SE REVOLTAREM CONTRA A INIQUIDADE DOS QUE LHES TIRAVAM A DIGNIDADE:
UNS IGNORARAM, OUTROS CORROMPERAM-SE E OUTROS AINDA ACABARAM POR
DESISTIR. E UM PUNHADO MUITO PEQUENO, QUE RESISTIU, FOI VILIPENDIADO E
MORTO NOUTRA CRUZ DE OUTRA JERUSALÉM. DEUS FICOU SETE DIAS, TANTO COMO OS DA CRIAÇÃO, NA
SUA FOLGA, REFLECTINDO SOBRE A OBRA QUE TINHA POR SUPREMA: O HOMEM. NUM
MOMENTO DE DESESPERO CHEGOU A ADMITIR QUE FIZERA MAL EM DAR-LHE O LIVRE
ARBÍTRIO. MAS PENSOU DE SI PARA SI E QUANDO O ANJO LHE DIZIA QUE O
MELHOR ERA TIRAR-LHO, DEUS PONDEROU E DISSE QUE NÃO, QUE ISSO O QUE
TIRARIA ERA O RESTO DE SENTIDO COM QUE FIZERA O HOMEM. PASSOU, COMO SÃO JOÃO, QUARENTA DIAS NO DESERTO DA
ETERNIDADE. E DE OLHOS SECOS FIXOU A TERRA. ERAM SETAS CRAVADAS, COMO UM
PAI QUE VÊ O FILHO SEGUIR O PIOR CAMINHO. DEUS SABIA QUE ERA OMNIPOTENTE
E PODIA MUDAR TUDO, MAS A SUA OMNIPOTÊNCIA RESIDIRA NA ATRIBUIÇÃO DA
VONTADE E DA ESCOLHA AO HOMEM. E SABIA QUE ALGUNS, POUCOS, A USAVAM COM
CORAÇÃO. E OUTROS, MUITOS, VÍTIMAS DE UNS QUANTOS A QUEM OBEDECIAM. MAIS
DO QUE À PALAVRA DIVINA! MAS QUE HAVIA DE FAZER? O ANJO LEMBROU A DEUS QUE
ELE ESTAVA FORA DO TEMPO E PODIA SABER COMO TUDO SERIA. MAS DEUS DISSE
QUE NÃO IRIA VER: TEMIA O PIOR. O ANJO, EM SILÊNCIO, SABIA, PORQUE VIERA UMA E
MUITAS VEZES À TERRA, QUE O PIOR JÁ ESTAVA INSTALADO E SÓ UM MILAGRE
PODERIA ALTERAR TUDO. MAS OS SANTOS NÃO PODIAM INTERCEDER NISTO JUNTO DE
DEUS. E DEUS ESTAVA MESMO MUITO TRISTE. TÃO TRISTE QUE AS LÁGRIMAS E
SUSPIROS COMEÇARAM A VARRER A TERRA SOB A FORMA DE TEMPESTADES DE CHUVA
E CICLONES. NÃO COMO CASTIGO, MAS COMO DOR. FOI NESSE MOMENTO QUE O ANJO PERCEBEU QUE A
NATUREZA COMEÇARA ELA MESMA, POR ESSA DOR DIVINA, UM PROCESSO DE
AUTO-DEFESA, EXPULSANDO AQUELE QUE DEUS FIZERA COMO SEU CURADOR E SE
TRANSFORMARA NO SEU PIOR CARRASCO. NÃO FAZIA COMO VIGANÇA, ERA APENAS O
DEVER DE SERVIR O DEUS CRIADOR DELA. DEUS PENSOU NO FILHO NA CRUZ E CHAMOU O ANJO E
DESABAFOU: “HOMEM, HOMEM, PORQUE ME ABANDONASTE?”. |
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© Maria Estela Guedes |
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