REVISTA TRIPLOV
de Artes, Religiões e Ciências


NS | número 65 | junho-julho | 2017

 


Eduardo Aroso nasceu em 1952, em Coimbra. Professor de Educação Musical, em cuja actividade se reparte pela didáctica da música e da composição, tendo feito, durante alguns anos, formação de professores do 1º ciclo do ensino básico. Foi regente do Coro de Professores de Coimbra e co-fundador da Academia Monteverdi e da Tertúlia do Fado de Coimbra.
 Na sua actividade literária contam-se as publicações: A Poesia vai à Escola (obra adquirida pela Fundação Calouste Gulbenkian), Poemas do Arquétipo, O Olhar da Serra, Habitante Sensível, A Quinta Nau e A Guitarra Portuguesa – Aproximações Histórico-Musicais à sua Génese e Fixação em Portugal (ensaio). Incluído em: Antologia Ibero-Americana de Homenagem a Rosalía de Castro, Antologia da Bienal de Poesia de Madrid (25 nações), Homenagem a Gerardo Diego, Homenagem a Claudio Rodríguez, Álamo (Salamanca 2002 – Ciudad Europea de la Cultura) e A Jeito de Homenagem a Eugénio de Andrade (antologia incluindo mais de 200 poetas do mundo hispânico). Colaborações: Revista de Poesia Álamo (Salamanca), EL Pregonero (Madrid), S. Paulo Destaque (S. Paulo), Artes & Artes (Lisboa), Teoremas de Filosofa (Porto). Co-fundador do Gresfoz - Grupo de Estudos Figueira da Foz – 1983, Co-subscritor para a Fundação da Academia Ibero-Americana de Letras (Madrid); 1987. Na esfera da filosofia e do pensamento português, reconhece na chamada Escola Portuense, e nos diversos círculos de discípulos ao longo do tempo, a via para uma autêntica Tradição Portuguesa que é a de ser universal. De Agostinho da Silva - com quem partilhou um intenso convívio epistolar - à companhia actual dos pensadores António Telmo, Pinharanda Gomes, Carlos Aurélio, Joaquim Domingues, até às gerações mais novas, onde se destaca Pedro Sinde, vem participando em vários encontros e publicações. Cultiva o autodidactismo como a mais salutar actividade quotidiana.

EDUARDO AROSO

Sete haikus da Lua Cheia
 

Engravida a terra de luz

Emprestada

A cada quatro semanas.

 

Se faz cair as folhas

Pela aragem da madrugada

É porque tem muitos filhos.

 

É no mês de Maio

Que a lua comunga

O aroma de outras mães.

 

Mais que magnetismo

Ninguém se livra

Da sua amamentação.

 

Oculta-se e revela-se;

A sua proximidade

É que adensa o mistério.

 

Do sol cuida

Maternidade perfeita

Regaço de formas, proporção.

 

Para lá das silhuetas

Emergem

Todas as rainhas da noite.

 

Maio, 2017

Eduardo Aroso

EDITOR | TRIPLOV

 
ISSN 2182-147X  
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