PAULO
BURNAY.
"Nasceu em 1957, no mesmo ano do Bin Laden,
do Rui Veloso e da RTP. Aos nove anos
começou a roubar pedaços de luz para dentro
de uma Diana, a célebre máquina da Farinha
Amparo. Assinou então o seu primeiro filme
com generosas dedadas, durante a luta de uma
hora, às escuras, para o enfiar dentro do
tanque de revelação, e ficou para sempre
viciado no cheiro a fixador que lhe
impregnou as mãos. Já crescidinho,
participou em exposições colectivas e
individuais, nada que mereça mais que esta
linha.
Durante algum
tempo foi fotógrafo de publicidade, mas saiu
para voltar a trabalhar em electrónica e
robótica, contrariado, porque acha a
tecnologia uma coisa irritante. Dessa
relação fugaz ficou o gosto pelo rigor do
enquadramento. Ainda anda por aí a roubar
pedaços de luz"
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