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Revista TriploV de Artes, RELIGIÕES & Ciências . Ns . Nº 58. maio-junho 2016 . Índice
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Raimundo Gadelha é formado em Publicidade e em Jornalismo pela Universidade Federal do Pará, com especialização na Universidade de Sophia, em Tóquio, Japão, onde viveu durante três anos, depois de ter estudado em Nova York. Poeta e fotógrafo, sua obra percorre o romance e a poesia, geralmente associada à Fotografia. Trabalhou durante três anos como editor da Aliança Cultural Brasil-Japão e, em 1994, fundou a Escrituras Editora. É autor de diversos livros, entre eles: Tereza, perdida, Tereza (contos, 1978), Colagem Trágica (poemas, 1980), Este circo tem futuro (Teatro, 1982) e Cristal (CD de Música Popular Brasileira, gravado em parceria com Cláudio Vespar, 1984), Um estreito chamado horizonte (1992), que o transformou no primeiro brasileiro a escrever em Tanka, a forma poética mais tradicional do Japão, Em algum lugar dentro de você mesmo (poesia, 1994, português-japonês), Brasil Retratos Poéticos 1 (fotografia/poesia, 1996, 7a edição), Para não esqueceres dos seres que somos (poesia, 1998, CD com participações especiais de Chico César, Marisa Orth, Celso Viáfora e Ná Ozzetti), Brasil Retratos Poéticos 2 (fotografia/poesia, 2001, 3a edição), Histórias do olhar (contos, 2003, com outros autores), Brasil Retratos Poéticos 3 (fotografia/poesia, 2003, 2a edição), Brasil Natureza e Poesia (fotografia/poesia, 2004), Vida útil do tempo (poesia, 2004), Brasil - Livro e Postais (fotografia, 2005) e Em algum lugar do horizonte (romance, 2000), publicado em 2007 na Grécia e no México. Em 2007, Raimundo Gadelha assumiu o controle acionário e administrativo da Arte Paubrasil (www.artepaubrasil.com.br), uma das mais reconhecidas livrarias virtuais do País.

RAIMUNDO GADELHA


Tankas

Foi só um sonho,

mas causou sobressalto

Ponte e salto...

Baque nas águas do rio

que seguiu seu destino.

Eu vi no vento

um menino levado,

sempre brincando

de, com silvos, espalhar

brancas nuvens no tempo.

Um só instante

pra, antes do estanque,

com um sorriso,

estampar para sempre

as paredes do tempo.

Pressa já não há

Há silenciosa prece...

Sala do tempo,

meu ponto de espera

Lá fora, um vento frio.

Esvaziar-me

para chegar ao nunca...

Sou eu de novo

O nunca não existe

O presente persiste. 

Cortar os pulsos

 

para, em vermelho, ver
a vida fluir...
Prefiro ver, no azul,
o ir de brancas nuvens.

Sonhando voar,

fundeou belas nuvens...

Acordou triste

Pés no chão, só o pesar

da âncora do tempo.

Num simples adeus

começa o desviver...

O sentimento

é casa que vai perdendo

paredes e telhado.

O longe não há,

se embarcamos no som

Notas são ondas

que dispensam os mares

e dispersam os males.

Sinto saudade

do que ainda não foi

O tempo se vai

mas o triste persiste...

Amanhã não existe.

 
 
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