No
aniversário de Lúcia Helena Lemme Weiss
Eu queria ter o cântico
das flores
Que transforma em
pétalas as cores
Num coro de perfume
cintilante
E soar como a nuvem lá
no alto
Pondo notas de luz em
sobressalto
No rumor da chuvada
transbordante
E poder entoar como o
regato
O canto maternal doce
pacato
Que fala do ter alma ao
peixe mudo
E possuir o eco
majestoso
Do hino imaterial
silencioso
Que cada pedra e astro
espraia em tudo
Queria para mim a voz de
todo o ser
Para mim a canção do seu
viver
Com a força do simples
existir
O auge do que é uno
elementar
Do que em si mesmo
encontra o seu lugar
Sem ânsia de voltar nem
de partir
Porque se eu ergo a voz
para cantar
É a vida que toma o meu
lugar
Celebrando o seu reino
em toda a parte
E o canto nem é meu nem
de ninguém
É dela querendo ir ainda
além
Tornar-se sem medida
enquanto arte
17 de
Dezembro de 2015
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