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Remisson Aniceto
- 16/04/1962, Nova Era - MG - Brasil.
Desde criança, lá no Aleixo, admirado de
ver os sorrisos, as caretas, as
expressões diversas no rosto do meu pai
quando ele lia, pensei que aquilo devia
ser bom e logo também comecei a ler. Com
a leitura, surgiu a imperiosa
necessidade de escrever. Escrevo contos,
crônicas, poesias e artigos diversos,
tendo parte dos meus trabalhos
traduzidos e divulgados em livros
didáticos, revistas, jornais, rádios e
sites de alguns países.
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Nasci em Nova Era, cidadezinha próxima da
Itabira de Drummond e sempre imaginei que algum
dia contornaria as montanhas para conhecê-lo,
mas, como o poeta já me havia advertido bem
antes: "tinha uma pedra no meio do caminho". Até
que em 1987 Drummond, que há muito vivia no Rio
de Janeiro, viajou definitivamente.
e-mail:
remisson8@yahoo.com.br
.
Site: Revista
PROTEXTO - www.remisson.com.br/
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REMISSON ANICETO
Poesias
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Miopia
`0-0´
Comprei um óculos futurista
de singular utilidade
Vendo a vista
pela metade.
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Intensidade:
Toda ânsia é imediata e fugaz
Insana vontade de se ter
Transitório receio de perder
Brevíssimo desejo de viver — ou
de morrer
Depois acalma.
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Nova Era
Homenagem à minha cidade natal,
no Vale do Aço.
Minha cidade é limpa,
é verde amarela azul e branca.
Minha cidade é
pequenina
e tem rio,
tem lagoa,
tem São José da Lagoa,
tem vales e serras.
Inda ontem fui lá
e fiquei feliz:
na minha cidade ainda há crianças
brincando na rua...
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Poeminha prático
Hoje ele quer morrer,
só hoje, amanhã não:
amanhã ele quer viver intensamente.
Amanhã ele quererá morrer,
só amanhã, depois não:
depois de amanhã ele supõe
viver intensamente.
E assim ele há de ser eternamente:
morrendo hoje, amanhã não,
querendo sempre o inusitado,
o diferente...
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Poema furtivo
O poeta ao falar de si fala dos outros,
Que cada um tem um quê do outro.
Tudo é como se fosse um amarrio de cordas
Seguidas, compassadas, continuadas.
O poeta ao falar dos outros fala de si,
Que cada um outro tem um quê de nós,
Cada um vive a vida alheia sem saber
E morre na morte do outro.
Cada poema é impessoal, é de todos,
Ainda que impregnado de evidências da mão.
O meu seu poema dele não existe.
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Origem
Ei-lo
no ventre Alfonsino
no seco Aleixo das Geraes
rico de fome
e aridez...
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Nada
Quem pensa que eu vivi, engana-se
Quem diz que eu vivi, mente.
Passei apenas...
E passei como se fosse
um nada
que ninguém vê,
que ninguém sente...
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Súplica
Reza por mim, amor.
Reza por mim
e não serei um mero grão disperso,
e não serei um anel de Saturno
desgarrado, solto no espaço-tempo
da Eternidade.
Que aqui tudo é mistério,
tudo é descobert a,
há outro sentido,
outro conceito de Existência.
Aqui não há espera,
só a lembrança fugaz,
só a vaga imagem do teu rosto
na moldura do Infinito.
Não te deixei, amor,
roubaram-me de ti,
despejando-me no vácuo do tempo.
Reza por mim,
fumaça disforme ora diluída,
ora rejuntada,
assumindo formas várias e inúteis,
bailando aos dissabores
da inconsciência.
Reza por mim, amor.
Imagina-me como um lago
de águas puras, serenas,
e assim hei de ser
para matar minha sede
de ti.
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À minha mãe
Quisera hoje ver-te, ó mãe querida,
contigo estar no meu torrão
e te contar da minha Vida,
da dor que me aperta o Coração.
Quisera alegrar teus olhos cansados,
curar da falta a grande ferida
que te faço e me fazes. Já quebrados
os meus planos, minh'alma está partida.
É tão longa a distância, mãe amada,
que me consola esta página amarelada
onde me debruço a chorar o meu tormento.
Contudo, mãe, se são desfeitos os meus planos,
meu Coração, mesmo entre tantos desenganos,
tanto te ama e não te esquece um só momento.
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Realeza
Por que em tudo quanto vejo cuido vê-la?
Por que não fico um segundo desta vida
sem pensar na minha amada e esquecê-la,
se é uma joia que pra mim está perdida?
A cada fim-de-semana tão sofrido
me transformo nas flores que lhe oferto,
mágica forma que creio ter aprendido
para vê-la, pra senti-la, pra estar perto...
Abdico hoje da tristeza,
do sofrer e da amargura abdico,
qual um rei que não quer na dor a realeza.
E como antes para tê-la eu me dedico,
para ser rei, mas rei feliz e tenho certeza:
quando a tiver, serei de todos o mais rico!
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Fantasia
Para Rosangela de Fátima
Ó bela Flor, purpúrea, serena,
de sutil formosura, eflúvio de rosas...
Desvelada Flor, sublime, amena,
mescla escarlate das veias ardorosas.
Ó infinita Flor, plácida, aérea,
rubra Flor dos meus anseios...
Visão indelével, magicamente etérea,
lampejo de cor dos devaneios...
Ó Ros'angelical, rósea Flor mirim,
fulgente glória dos meus sonhos,
cobre-me com pétalas carmim!
Ó majestosa Flor, pujante e sincera,
sê real! Dissipa a névoa do medonho,
ó inefável Flor de Quimera...
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Um outro país
Quando você chegar,
deve encontrar um outro país,
ser recebido por um povo que diz
ter orgulho da sua nação.
Quando você chegar,
deve encontrar um país diferente,
confiante na força da sua gente,
moderno, seguro, sem corrupção.
Quando você chegar,
ouvirá histórias de um país encantado,
de um povo forte, feliz, inspirado,
que lutou como um bicho acuado
por trabalho, saúde, casa e educação.
Quando você chegar,
menino ou menina,
ainda haverá vestígios da revolução
nos jornais, nas revistas,
nos cartazes escritos à mão,
das passeatas, dos brados, daquela canção
cobrando o respeito à sua gente sofrida.
De um povo que, cansado do seu pesadelo,
saindo às ruas de forma atrevida,
fazendo sua guerra sem o uso do aço,
somente com suas vozes e a força dos braços,
libertou-se, por fim, daquela opressão.
Quando você chegar,
será (menino ou menina) bem mais feliz
do que sua mãe, seu pai, seus irmãos,
que lutaram tanto para te deixar um país
grandioso, belo, liberto, viril,
como sempre deveria ter sido o Brasil.
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Dimensión
Somos sublimes de nacimiento,
y no por la voluntad propia, ni por la
apariencia o la estética.
Nacemos grandiosos, todos por igual,
indistintamente,
en el mismo peso y en la misma medida,
sin posibilidad de crecer o disminuir.
La aparente discordancia que se da en las
personas
es la que lleva a la simpleza clasificatoria,
a ese sentirnos superiores o inferiores y mirar
a los otro por encima
o bajar sumisamente la mirada,
como si unos pisaran y otros sirvieran de suelo.
Nacemos excelsos como Dios quiso
y seremos así aunque no queramos,
sin oportunidad de cambio,
porque a ningún ser vivo le cabe la posibilidad
de ser mayor
o más pequeño que lo determinado por la semilla
de la vida.
Si tuviéramos todos - magníficos como somos -
la humildad de darnos las manos
y caminar hacia un mismo horizonte,
seríamos felices e indestructibles.
Ninguno destaca por su tamaño,
ni por ser más o menos importante.
Lo que puede suceder es lo que nos espera
sin descubrirse jamás antes de tiempo.
Por eso nacemos crecidos,
para resistir el presente y esperar
la divina dádiva del mañana.
(Tradução para o castelhano por Pedro Sevylla de
Juana.)
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Dimensão
Somos todos grandes porque nascemos grandes,
não porque quisemos, não no sentido visual, não
na estética.
Nascemos grandes como nascem todos,
indistintamente,
no mesmo peso e na mesma medida,
sem possibilidade de mais crescer ou diminuir.
A proporção que se dá ou se vê nas pessoas
é que leva a essa tolice da classificação,
a esse ser mais ou menos que nos faz olhar por
cima
ou erguer submissamente a vista,
como quem pisa e quem serve de chão.
Nascemos grandes como Deus quis
e seremos grandes ainda que não queiramos,
não tendo como mais crescer ou nos apequenar,
como nenhum vivente tem como ser maior
ou menor que a semente da vida.
Se tivéssemos todos - grandes que somos -
a humildade de nos darmos as mãos
e caminhar para um mesmo horizonte,
seríamos felizes e indestrutíveis.
Nenhum de nós há, maior, menor,
mais ou menos importante.
O que pode haver é o que nos espera
sem jamais revelar-se antes da hora.
Por isto nascemos grandes,
para resistir ao agora e aguardar
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Ave!
Por todas as marias do mundo, ave
pelas mulheres cheias de graça, ave
por todas as benditas mulheres, ave
pelos seus frutíferos ventres, ave
por todas as mães ardorosas, ave
pelos pais e pelos seus filhos, ave
pelos sorrisos e pelos abraços, ave
pelos sinceros apertos de mão, ave
pelo inocente olhar das crianças, ave
por todas as famílias unidas, ave
pelo trabalho e pelo descanso, ave
pelo alimento do corpo e da alma, ave
pelas tristezas e alegrias, ave
por todos os pássaros do céu, ave
pelos rios e pelas matas, ave
pelos desertos e pelos mares, ave
pelos vales e pelas montanhas, ave
pelos ventos e pela chuva, ave
pelo calor e pelo frio, ave
pelo sol e pela lua, ave
pela natureza e as criaturas, ave
pelo bem que move a vida, ave
pela vida e pela morte, ave
por Aquele
que tudo criou, ave
pelas nossas orações,
ave!
a divina possibilidade do amanhã.
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Terapia do riso absurdo
“Risus
abundat in ore stultorum"
Contraídos o risório e o zigomático,
explode em ti sonora gargalhada.
Do veneno do teu riso tão elástico
minhas cordas também são contagiadas.
Tudo em ti é motivo de euforia
e até o vento faz-me cócegas passando.
De tudo rimos e na falsa alegria
o teu riso com o meu riso vai rimando.
Com o riso tu me enganas e eu te engano.
Se sorrimos, damos bah! para a tristeza.
Riamos, que o riso encobre o dano.
Devemos rir, pois só o riso nos sobeja.
Serão bobos? vão dizer. Somos insanos!
E talvez rindo, a triste Morte não nos veja.
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Partida
Devo partir hoje,
o mais tardar amanhã.
E não quero que me vejas hoje,
para não guardares de mim uma saudade triste,
uma saudade recente,
pois agora estou assim, triste,
por saber que hoje, o mais tardar amanhã,
não poderei mais te ver.
Quero que guardes de mim
uma lembrança feliz de ontem,
quando rimos, quando brincamos,
quando meus olhos brilhavam ao te ver,
quando eu ainda não sabia que ia partir.
Não quero te ver hoje,
para que guardes de mim
apenas o que viste ontem nos meus olhos
e o que sentiste no meu corpo.
Quero que fique contigo
apenas o que levarei de ti comigo:
alegria, alegria, alegria.
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TRANSICIÓN
Es tan frío el hueco y tan
oscuro el huerto
donde depositan mi cuerpo
doliente!
_ ¿Como el hueco es frío
si el cuerpo está muerto?
A partir de ahora sólo el
alma siente...
Ah! Esta cama tosca donde
estoy echado
y este cuarto oscuro y tan
bien cerrado!
Quiero levantarme, pero
estoy cansado...
¿Que rumor es ese en el
cuarto al lado?
Hay un jardín cerca:
siento aroma a flores.
Quiero levantarme, pero
estoy cansado...
Estoy tan cansado pero sin
dolores.
Y el rumor aumenta en el
cuarto al lado.
_ ¡Bajen el cajón! _ dice
alguno ahora.
¿Quien murió en tanto
estuve durmiendo?
Cercano a la puerta oigo
alguien que llora,
lamenta la suerte de quien
va partiendo.
Quiero levantarme, con
fuerza tamaña
inertes mis manos y mi
cuerpo duro.
Reza el sacerdote en una
lengua extraña,
mientras quedo preso en
este cuarto oscuro.
Va cayendo tierra sobre el
tejado.
Parece que el mundo se
está derrumbando...
El aire me falta en el
cuarto cerrado
y una multitud está afuera
llorando.
Siento un temblor leve, un
escalofrío...
Ya casi nada más estoy
sintiendo.
¿Por qué no me sacan de
este cuarto frío?
Alguien murió mientras
estuve durmiendo.
Es tan frío el hueco y tan
oscuro el huerto
donde depositan mi cuerpo
doliente!
_ ¿Como el hueco es frío
si el cuerpo está muerto?
A partir de ahora sólo el
alma siente...
(Traducción: Graciela Cariello)
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ÁUREA
Hago poemas
en versos negros
y versos blancos
para que todo poema
sea libre.
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RUA (CALLE)
Na casa de nº 0
um vagido rompe a manhã
En la casa marcada con el
número cero
un vagido rompe el cristal
de la mañana
Na casa de nº 08
uma criança saúda o sol
En la casa marcada con el
número ocho
un niño saluda al luminoso
amanecer
Na casa de nº 20
um rapaz que amadurece
En la casa marcada con el
número veinte
un muchacho empieza a
madurar
Na casa de nº 32
uma mãe que amamenta
En la casa marcada con el
número treinta y dos
una madre entrega el jugo
de la vida
Na casa de nº 50
uma carícia vesperal
En la casa marcada con el
número cincuenta
una caricia corre las
cortinas de la tarde
Na casa de nº 75
um casal namora antigos
retratos
En la casa marcada con el
número setenta y cinco
un matrimonio reaviva su
amor ante fotos antiguas
Na casa de nº 100
uma senhora cega e surda
pressente o cair da noite
En la casa marcada con el
número cien
la señora de los ojos
ciegos y la boca muda
presiente la caída del
silencio sobre la noche oscura.
(Traducción al castellano por Pedro Sevylla de Juana)
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ENVOLTURA
¡Idiota! ¿No ves que nada
eres?
Apenas fina capa mohosa te
protege
de la podredumbre. Gusanos
hambrientos te rodean.
¿Ignoras que en un pase
mágico, en un segundo apenas
cae por tierra toda la
altivez y el bello
papel de regalo revela la
fétida masa?
El gusto amargo de la
hiel, la visión incierta,
el torcerse de las
piernas, el descontrol total…
¡todo es inevitable!
Cualquier día serás presa
fácil:
el tiempo es impiedoso.
El trágico fin no depende
de tu voluntad.
La arrogancia que derramas
no pasa
de ser faceta inútil de
tus diversas faces
vanas y mundanas.
Al sol poniente, el rostro
marchito y los huesos corroídos
dolerán más que en
aquellos que tuvieron
la precaución y el buen
tino de ser
simples y ocultos.
Quedarán tus lindos
cabellos…
¿Y qué utilidad tendrán
tus cabellos, hilos
huérfanos y subterráneos,
dispersos, opacos
sobre los huesos?
(Traducción Graciela
Cariello)
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LLUVIA
Un cuerpo sobre la mesa –
y fuera el día llora
aguas de la tristeza.
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PLUJA
Un cos a taula –
i allà fora el dia plora
aigües de tristesa.
(Traducción al catalã: Pere Bessó)
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JARDÍN
Acerquémonos, pues,
querida,
en medio del camino,
soñando nuevos y viejos
sueños,
que todavía ellos —los
sueños—
no tienen edad …
Seamos niños en un jardín
de rosas
porque quiero quedarme
contigo en la tierra
y dar gloria a las otras
flores
más pequeñas que tú,
querida,
y menos bellas.
¡Gloria a ti, Rosa!
Quiero sentir tu perfume,
acariciar tus ramas
y poco a poco llenar
de besos tus hermosos
pétalos,
tus ojos, tu pelo,
tu cuerpo,
mi refugio…
Tú y yo,
un jardín de sueños
donde me alimento alimento
alimento
con tu aroma de sol y de
luna
en el rocío de la mañana…
Y contigo son dulces mis
días y mis noches,
dulce mi vida.
¿Sueño?
¿Y por qué, Dios mío, este
sueño,
como muchos otros
y para mi mayor gloria,
no puede convertirse
en realidad?
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