Revista TriploV de Artes, Religiões & Ciências .
ns . nº 54 . outubro-novembro 2015 . índice




 

 

 

 

 

Gustavo Dourado . Escritor, poeta cordelista, pesquisador, professor, autor de 15  livros  publicados. Poeta selecionado e recomendado pela Unesco. Membro da União Brasileira de Escritores. Presidente da Academia Taguatinguense de Letras. Presidente da Academia Brasileira de Letras de Cordel.

GUSTAVO DOURADO
Oswaldiana - Tributo a Oswald de Andrade,
mentor da Semana de Arte Moderna de 1922
 

1890:

Dia 11 de janeiro

Nasceu Oswald de Andrade

Paulistano por  inteiro

Escritor tupiniquim

Vanguartista brasileiro

 

1905:

Ano de formatura

No ginásio de São Bento

O grito pela cultura

1909

Jornalismo e leitura

 

1911:

A criação de um jornal

Fundação de "O Pirralho"

Manifesta-se o literal

Poeta a germinar

Dissemina o cultural

 

José Oswald de Sousa Andrade

Foi poeta e pensador

No Diário Popular

Trabalho de redator

"Penando", série de artigos

Pulsante lado criador 

 

1912:

Europa na trajetória

Contata Landa Kosbach

Com Kamiá fez história

Nonê seu primeiro filho

A construção da memória

 

Um poeta viajante

No continente europeu

Falecimento da mãe

A dor,  jovem padeceu

Retornou em setembro

Sua poesia se ascendeu

 

Escreveu poema livre

Logo depois é rasgado

De uma jovem parisiense

Foi poeta enamorado

Trouxe-a para São Paulo

Com o coração apaixonado

 

1917:

Conheceu Mario de Andrade

Com o pintor Di Cavalcanti

Tem início a amizade

Defende Anita Malfatti

Com sua vivacidade

 

No C. A. XI de Agosto:

Oswald foi orador

Formatura em direito

Expansão do pensador

A obra de Brecheret

Impulsiona o criador 

 

1920/1921:

Prenúncio do modernismo

Lançou Mario de Andrade

Deu início ao ativismo

Tropicalismo literário

Desperta o nacionalismo

 

1922:

Eclosão do movimento

Oswald na liderança

Holofotes do momento

Com Tarsila do Amaral

Renovou o sentimento

 

Da “Trilogia do Exílio”

O primeiro lançamento

O eco da modernidade

Sopra ao sabor do vento

Um furacão cultural

E a arte como alimento

 

Semana de Arte Moderna

Repercute em fevereiro

Dinamismo oswaldiano

Mário é seu companheiro

Literatura, arte e música

De um luminoso candeeiro

 

1923:

Conclui o João Miramar

Com Tarsila do Amaral

Novo tempo para amar

O amor à flor da pele

Sentimento a comandar  

 

1924:

Lança o livro Miramar

Manifesto Pau Brasil

Causa polêmica no ar

Sacode a pasmaceira

Treme a terra, geme o mar

 

1925:

Pau Brasil em edição

Publicação em Paris

Poesia em exposição

Ilustrações de Tarsila

Artista de elaboração

 

1926:

Com Tarsila, casamento

Viagem ao Oriente

Poética do sentimento

Europa, escrita e arte

Vanguarda em movimento

 

1928:

“O Antropofago” em ação

Batiza o “Abaporu”

Tarsila em exposição

Poesia como imagem

Arte em transmutação

 

Rompe com Mário de Andrade

Novo tempo se anuncia

Bopp e Alcântara Machado

Revista de Antropofagia

Renovação da linguagem

O temporal se oswaldia 

 

1929:

Nova crise mundial

Segunda antropofagia

Em dentição literal

No Diário de S.P

Uma página especial

 

Oswald de Andrade

Sofre abalo financeiro

Grandes perdas no Brasil

Crise pelo mundo inteiro

Em tempo de mudanças

O coração sofre primeiro 

 

1931:

Adesão ao comunismo

Um romance com Pagu

Nuance do socialismo

Flor Patrícia Galvão

Musa do pós-modernismo

 

1933:

Romance em edição

Serafim Ponte Grande

Prosa de renovação

Prefácio e autocrítica

De extrema concepção

 

1934:

Completa a “trilogia”

Edita “Escada Vermelha”

Refina-se na ironia

Lapida a sua linguagem

Transmuta-se com alquimia 

 

1934/37

Escreve tese teatral

Une-se a Julieta Bárbara

Busca o amor fraternal

Oswald em produção

Escritor fenomenal

 

1939:

Na Europa novamente

O Pen Clube na Suécia

A guerra vem de repente

Retorna para o Brasil

Reencontra a sua gente

 

1940:

Candidata-se à Academia

Em uma carta-desafio

Propaga a filosofia

Defende suas ideias

A verve da Antropofagia

 

1942:

Dedica-se ao casamento

Com Maria Antonieta

Refina seu sentimento

Cria “Cântico dos Cânticos”

Tece o amor em movimento 

 

Volume I de Marco Zero

Segunda Guerra Mundial

Em 1943

Mercado Editorial

Dedica-se à leitura

E ao trabalho literal 

 

1945:

Marco Zero em ação

Publica o volume II

Tese em elaboração

Torna-se livre-docente

Dedica-se à educação

 

Universidade de São Paulo:

Literatura Brasileira

Exerce a livre-docência

Com a sua fala certeira

Rompe com o Partidão

Poesia é a sua bandeira

 

1948:

Congresso Paulista de Poesia

Crítica a geração de 45

Defende a antropofagia

Continua na esquerda

Com sua ideologia

 

1950:

60 anos de idade

Jubileu do Pau Brasil

Defesa da liberdade

Banquete antropofágico

Festeja a pluralidade

 

Universidade de São Paulo

Tese de Filosofia

Desiste do concurso

Pela metodologia

Tentou ser parlamentar

Ficou só na poesia 

 

1953:

A marcha das utopias

1954

Memórias de cada dia

Congresso de escritores

Louva o mestre da poesia 

 

Oswald de Andrade:

O gestual brasileiro

"A Estrela do Absinto"

Modernista timoneiro

A Escada e outros  livros

Com seu toque pioneiro

 

Antropófago – Pau Brasil

Fala, Oswald de Andrade

“Canibalismo et Litterature”

Em nossa barbaridade

A dialética modernista

Gen da multiplicidade

 

Fetiche da negritude

Ruptura e ousadia

Picasso, Brancusi, Tzara

A expressão da rebeldia

Tupi-guarani, calungas

Trópicantropofagia

 

Apollinaire, Cocteau

Constante renovação

Cendrars, Valery, Romains

Vanguarda em exposição

Max Jacob e Braque

Oswald em trans.formação  

 

Sociedades primitivas

Antropofagia ritual

O tabu que vira totem

A práxis existencial

Da era do matriarcado

Ao tempo patriarcal

 

Renovação e  utopia

A violência verbal

Sátiras, provocações

O conflito cultural

A rebeldia constante

Transpõe o individual

 

A Morta, O Rei da Vela

Criador em construção

Serafim, João Miramar

Oswald em ebulição

Marco Zero, Ponta de Lança

O Homem e o Cavalo, Chão 

 

“Crise da Filosofia Messiânica”

Para ler “João Miramar”

Oswaldiar pela vida

Sem esquecer de amar

De São Paulo a Paris

Nos versos romancear

 

Oswald antropofágico

Um poeta canibal

“A Marcha das Utopias”

Pensador estrutural

Serafim Ponte Grande

Construção  monumental 

 

Um Rabelais aborígene

Ridente e sentimental

Panfletário, reflexivo

Crítico e experimental

Agitador inventivo

Um filósofo tropical

 

Oswald irônico-sarcástico

Fez a sátira social

Com estilo e narrativa

Corrosivo e fulgural

Ensaísta afirmativo

Terremotor literal

 

Antropofagia oswaldiana

Modernismo brasileiro

Experimentalismo, utopia

Influência do estrangeiro

Futurismo, cubo-dadaísmo

Nas vozes do mundo inteiro

 

Nas vanguardas europeias

Leitura da pluralidade

Poeta antropicanibal

O grito da liberdade

Inquietação literária

A busca pela novidade

 

Renovação criativa

Espírito de rebeldia

A avidez pelo novo

De Breton a Picabia

Naturezarte e cultura

Nos clamores da poesia 

 

 

Oswald de Andrade encena

Teatro do modernismo

Il Negro de Marinettii

Cannibale e erotismo

Manifesto em Dadaphone

Eco do antropofagismo

 

Calligrammes, Apollinaire

Vanguarda em exposição

Terminologia digestiva

Oswald em devoração

Culinária tropicanibal

Metáfora da deglutição 

 

A arte na natureza

Sangue e voracidade

A agressão dadaísta

Etnografia, saudade

Fisiologia expressa

Carnífera vivacidade

 

Ironia e narcisismo

A hipérbole gestual

O instintivo-pitoresco

Na figura tropical

Alimento para o ser

No cardápio cultural

 

Literatura de vanguarda

Na terra o primitivismo

Pré-história desvelada

Impacto no racionalismo

A mentalidade mágica

E todo o seu simbolismo 

 

A imagem antropofágica

O conceito nietzscheano

Poesia ritualística

Inconsciente freudiano

No endocanibalismo

Do sacrifício humano

 

Psicanálise, etnologia

Técnica e primitividade

Os mitos dilacerados

Sonho, irracionalidade

O sentimento nativo

Voz da nacionalidade 

 

Sintético e expressivo

Construtivo, fulgurante

Tropicalismo urbano

Pensamento delirante

A linguagem filosófica

Antológica, deslumbrante.

 

Realismo auto-expositivo:

Romancista de invenção

Estilo cubista-paródico

Sempre com inovação

Humorismo eriçado

O riso como expressão

 

Nas leituras de Oswald

Kierkegaard e Platão

Camus, Sheller e Jaspers

Existencialismo alemão

Simone de Bauvoir/Sartre

Em filosófica paixão

 

 

Romance, poesia, teatro

Arte a se manifestar

Com Tarsila do Amaral

Expressou o verbo amar

Vanguardista da palavra

O verbo soube conjugar

 

Antropófago da linguagem

Espírito de insurreição

Agressividade verbal

Estilistética de ação

Crítica à sociedade

Estado de rebelião

 

Oswald em cosmovisão

Crítica ao superficial

Vislumbre um novo tempo

Mundo existencial

Arte com ócio-lúdico

A felicidade social

 

1954:

Ano do falecimento

Dia 22 de outubro

Deu o seu passamento

Foi navegar no infinito

Nas ondas do firmamento 

 

Polemista e polígrafo:

Um pensador instigante

A prosa experimental

E a poesia radiante.

Complexo e coloquial

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