| Cito: "Só 
				o homem, que tem consciência de si mesmo, desenvolveu religiões. 
				E fê-lo em todas as latitudes e lugares". Não é verdade. Com 
				o devido respeito e com exemplos, não é verdade. Mas creio que 
				Jacques Chastel não diz isto por desonestidade intelectual ou 
				perfídia fideísta, mas apenas porque está mal informado. 
				 
				
				 
				
				Vejamos: o 
				Homem não desenvolveu, sempre e em todas as épocas, em 
				consciência e em seu foro íntimo, religiões (formalizadas, 
				reveladas, canónicas) o que é um dado relativamente recente. Na 
				pré-história desenvolveu o que se chama "para-religiões" (vide 
				Joseph Maringer e E.O.James). Eram totens ou tabus animalistas 
				ou do mundo circundante (vegetais, minerais, de habitat). A 
				conceptualização era-lhes alheia. Só se desenvolveu 
				posteriormente, através de REVELAÇÃO, ou seja e para seguirmos 
				Richard D. Baltrusaitis, "contacto 
				com entidade (anjo, personagem ou emanação) inscrita na 
				Realidade".  
				
				 
				
				Segundo 
				ponto: os índios a partir da região sonoriana não possuíam 
				religião. Criam sim no Grande Mistério ou Grande Medicina, que 
				eram para eles as forças encarnadas da Natureza e do 
				espaço-tempo. O Manitu e quejandos foram criações lexicais dos 
				brancos invasores, primeiro, depois plasmadas no léxico de 
				Hollywood e reproduzidos até à saciedade.  
				
				 
				
				
				Finalizando: o problema está em que as "religiões reveladas" 
				traduzem SEMPRE uma obrigatoriedade em relação aos interesses 
				(pois é disto que se trata) da Entidade propulsora. Depois 
				mantida, incrementada e, frequentemente e nos casos maléficos, 
				distorcida (no caso do Cristianismo) ou criminal de base (caso 
				do Islamismo). É verdade que o "esquerdismo", que no fundo tem 
				uma feição Ur-Fascista, e o racionalismo estreito, derrocaram ou 
				tentaram derrocar "religiões reveladas", criando em substituição 
				preceitos tão ou mais nefastos. E isso porquê? Porque os seus 
				próceres visavam - tal como os próceres das "religiões 
				reveladas" - USAR o vulgus 
				pecus para os seus fins (não já para
				amarem e obedecerem ao 
				“Senhor” mas sim ao partido ou ao Chefe).  
				
				  
				
				O Futuro, 
				impreterivelmente, trará o verdadeiro racionalismo, que é o que 
				em sã existência recusa umas e outras, de forma realmente 
				consciente. E quem, de forma cínica, achar que o Homem tem de 
				ser um "símio di Dio", 
				é tão criminal como os que queimavam “hereges” ou rebentam com 
				pessoas/colectivos de Outro Cariz. Ou os metiam na Lubianka 
				apenas por rezarem (os totalitarismos equivalem-se). Por último, 
				quando uma pessoa, posta entre a possibilidade de salvar um 
				filho/uma esposa ou, benevolente, 200 ou mil pessoas alheias, 
				opta por salvar um filho/uma esposa - não o faz por ser SEU/SUA, 
				mas sim por o/a AMAR. Além disso o exemplo é isso, um exemplo 
				apenas. Ou seja, uma "realidade construída" como exemplo 
				propositivo. Que não tem incursão cognitiva na Realidade, social 
				ou formal, mas apenas no campo da "hipótese de trabalho". E é 
				disto que parte a opinião global, que aliás respeito mas da qual 
				tenho de, urbanamente, discordar de Jacques Chastel. 
				2. Cito Pedro Heitor : "Vejo, 
				claramente visto, que o homem necessita de acreditar em algo 
				maior do que ele, que não é só razão".  
				
				 
				
				É a sua 
				opinião - e nada mais. Não tem valor probatório POR SI MESMO. E 
				isto, também, porque não sendo o Homem só razão, não se segue 
				que tenha, por isso, de se entregar à crença, À SUBMISSÃO, 
				porque é disso que se trata, aos conceitos e fideísmos dos que 
				num deus acreditam e MANDAM NO MUNDO MENTAL E ÍNTIMO A ESSE 
				PRETEXTO. Mas de facto é nisto que bate o ponto: a crença num 
				Deus ter de ser seguida da Obediência aos seus áulicos. O mal 
				não está pois em deus, eu por exemplo dou-me perfeitamente com 
				“Deus” (a ideia da Imanência), o mal está nos que falam em seu 
				nome e, autoritariamente, acham que a sua é a voz de Deus... (Já 
				se percebeu que isso não passa dum truque, duma insolência, duma 
				fraude). Tão grave no Cristianismo como no Islamismo ou noutra 
				qualquer. O acrescento de maldade vem disto: no Cristianismo não 
				és imediatamente preso ou abatido; no Islamismo sim. 
				
				 Mas, 
				seja no intuito de um Manuel Clemente (nexo positivo) ou no de 
				um mullah (nexo autoritário), ou doutra qualquer entidade 
				hierárquica, o que se pretende na realidade indubitável é que o 
				ser humano creia, pratique 
				e viva conforme o ditame dos Antístenes. As
				nuances apenas 
				teatralizam o que se segue. E, por último e por exemplo dum 
				outro fideísmo (laico), o regime nazi não era uma democracia, 
				sequer um republicanismo como por exagero (?) Pedro Heitor 
				sugere ou diz a dado passo: era uma ditadura tendencial que, 
				antes de se ter firmado, APROVEITOU um detalhe eleiçoeiro 
				(republicano), que nem sequer foi livre. Goering, mestre de más 
				mestranças, disse-o num comício da cervejaria da Unter den 
				Linden:"Aproveitaremos as 
				facilidades e normas da democracia de Weimar para os destruirmos 
				mais depressa". O problema, portanto, não é a falsa 
				democracia nem sequer Cristo:
				é os falsos democratas e os falsos adeptos do Galileu. E, claro, o 
				autoritarismo de base que 
				toda a IGREJA assume e tenta perpetuar. 
				 
				
				 
				
				Daí os 
				massacres, daí as prepotências, daí a infâmia real que toda a 
				Religião Revelada traz consigo e a História documenta. 
				
				  E
				Deus está tão longe, 
				no empíreo... É-lhes fácil assim manejarem e tripudiarem em seu 
				nome. Pois Fátimas e quejandas não são apenas uma burla, são um 
				aproveitamento indecoroso, de tal forma que a própria ICAR não a 
				toma como dogma. Mas, após Woityla, o falso santo, estimulam-na 
				de forma impositiva/autoritária habilidosamente. Pois não... 
				3. 
				
				  
				
				Falando 
				sem partis-pris, como hipótese filosófica decorrente das investigações 
				de ponta, ponhamos esta proposição, para situarmos os conceitos 
				numa plataforma não 
				mística: as religiões são construções do Homem, que 
				interpretando, sem na altura possuir linguagem tecnológica 
				suficiente, certos acontecimentos ou contactos (hoje já 
				admitidos plenamente pela ICAR, vide a declaração do teólogo 
				Michel Frumser com apoio de João XXIII) deram feição de Deuses, 
				Deus, etc. a entidades in loco provindas do outer space. 
				       
				
				 
				
				Nesta 
				perspectiva, a superioridade cultural de esta ou daquela 
				religião (neste caso do Cristianismo, efectivamente e apenas) 
				parte dum postulado racional/conceptual que
				reconhece valor ao ser humano como ser criado em liberdade por 
				"Deus" (o livre-arbítrio, que é o mais saudável valor da 
				"religião cristã") o mais importante papel de dignidade desse 
				Cristianismo inscrito num polo de razão. Se por vezes e em 
				épocas bem determinadas houve Antístenes e sacerdotes que o 
				desrespeitaram (Inquisição, brutalidade obscurantista, etc) isso 
				é um dado à revelia da evangelização do aceitado Nazareno.
				   
				
				 
				
				Segundo 
				ponto: por seu turno, o Islão preceitua a "obrigatoriedade 
				total" do crente. Não existe, nele "espaço de fuga". É, pois, um 
				conceptualismo totalitário, ocupando a TOTALIDADE DO SER NO 
				CRENTE. Os islamitas ditos moderados, ou tolerantes, são pois o 
				que se diria maus muçulmanos. Uma vez que, neles,
				existem frestas criadas ou por interesses próprios ou, então, por 
				estratégia política da agremiação civil ou nacional a que estão 
				ligados. 
				
				  Daí 
				que Carl Heinzenfeld, no seu monumental estudo sobre as 
				religiões reveladas, tenha caracterizado o Islamismo, no fundo, 
				como uma política, sim, travejada por uma pátina "fideísta" para 
				agregar os fiéis, que em última análise são encarados como 
				SOLDADOS DO CALIFADO PUTATIVO.  
				
				  Assim, 
				é um absoluto contrasenso falar-se em Islamismo Democrático, 
				como seria absurdo falar-se em tigres vegetarianos. 
				
				  Não 
				esqueçamos que A QUESTÃO RELIGIOSA SE PASSA TODA NESTE LADO DA 
				VIDA, tem portanto uma existência histórica E SÓ HISTÓRICA. São 
				os homens que aceitam ou recusam os maneios religiosos, não o 
				Deus cristão contra o Deus islâmico ou outros quaisquer, como é 
				óbvio, só nas lendas construídas (ou nos relatos mal 
				compreendidos) é que um deus vem lutar a favor deste ou daquele 
				campo... 
				
				   A 
				religião cristã pode ser metafisicamente falsa, mas o seu cânone 
				consegue conviver com a modernidade, a própria razão e os 
				direitos humanos. A islamita, não. Daí que, se o ocidente tiver 
				a inteligência e a decisão de resistir ao atual arranque 
				muçulmano, que é ajudado pelo “esquerdismo” que se reivindica de 
				marxista sem de facto sequer o ser, será
				uma questão de tempo a 
				DERROCADA COMPLETA DO ISLAMISMO FUNDAMENTALISTA E MESMO DO QUE 
				SE DISFARÇA DE “TOLERANTE”. E isto porque as contradições 
				internas dos apaniguados de Mafoma, o avanço científico E 
				PRINCIPALMENTE TECNOLÓGICO, estilhaçarão os dogmas corânicos, 
				que NÃO PARTEM DO DEVIR HUMANO MAS DA SUA SUPRESSÃO IDEOLÓGICA E 
				SOCIAL.  
				
				  Os 
				mais inteligentes dos chefes islâmicos e marxianos já o 
				perceberam, daí a pressa e o ímpeto que põem na sua 
				evangelização. Eles sabem que O TEMPO TRABALHA CONTRA OS SEUS 
				IDEÁRIOS. É preciso, portanto, mantermo-nos de olhos abertos e 
				lucidamente estimularmos a democracia! 
				4.  
				 Cito: "Quem 
				deixa de acreditar em Deus começa a acreditar em qualquer outra 
				bobagem". (Chesterton) 
				
				  
				
				Esta frase 
				é apenas um tour de force dum católico “benignamente 
				anarquista” como lhe chamou Hillaire Belloc, que de acordo com 
				o catolicismo conservador ou ortodoxo se tratava de um “mau 
				católico” e que era na realidade um homem de bem que, vergastado 
				pelo protestantismo inglês tradicionalmente brutal e ávido nas 
				classes de topo, se mudou então para a ICAR por ingenuidade 
				conceptual, felizmente ultrapassada com pujança legítima pelo 
				seu espírito indagador.  
				
				  
				
				Mas o 
				melhor está em que GKC põe, a despeito de si mesmo e num
				lapsus lingua 
				delicioso, o dedo na ferida: a
				bobagem que a ideia de 
				Deus é.   
				
				 
				
				Mas eu 
				diria: pior que bobagem, o tombo num buraco de mentira e 
				hipocrisia que isso é realmente, provindo desse Deus forjado 
				pela impostura, frequentemente violenta e violentadora - e 
				impositiva desde o início - que o catolicismo (como aliás TODAS 
				as religiões) foi quer 
				histórica quer "evangelicamente".  
				
				  
				
				E veja-se 
				o que dele sempre resultou, como aliás das outras confissões: 
				recalcamentos, danos mentais, crimes pessoais e coletivos, 
				paranoia e esquizofrenia social (seja a pedofilia fideísta, seja 
				as diversas monomanias “religiosas”).  
				
				  
				
				As 
				religiões não passam de encenações políticas, tal como os seus colegas laicos 
				(comunismo, fascismo, etc.). 
				
				 
				
				Tão 
				opressivos, no fundo, como eles
				et pour cause… |