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        | REVISTA TRIPLOVde Artes, Religiões e Ciências
nova série | número 50 | 
		fevereiro-março | 2015 |  
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 SAMUEL PIMENTA
 
 «Sílex» e outros poemas
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 Foto: Sofia Teixeira
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            | Samuel Pimenta (26.02.1990, Santarém, 
			Portugal). Começou a escrever com 10 anos e licenciou-se em Ciências 
			da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa. Foi vencedor do 
			Prémio Jovens Criadores 2012, na vertente de Literatura, promovido 
			pelo Governo de Portugal e pelo Clube Português de Artes e Ideias. 
			Recebeu, em 2014, a Comenda Luís Vaz de Camões, atribuída pela 
			“Literarte – Associação Internacional de Escritores e Artistas”, no 
			Brasil, assim como o Prémio Liberdade de Expressão 2014, atribuído 
			pela Associação de Escritores de Angra dos Reis, Brasil. Tem 
			participado em diversas conferências e encontros literários 
			nacionais e internacionais e tem colaborado com publicações em 
			Portugal, Brasil, Angola e Moçambique. Actualmente, é Presidente do 
			Núcleo Académico de Letras e Artes de Lisboa, Conselheiro em 
			Portugal da “Literarte – Associação Internacional de Escritores e 
			Artistas” e cronista do site de informação “Rede Regional”, além de 
			dinamizar tertúlias literárias. |  |  
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        | EDITOR | 
		TRIPLOV |  |  
        | ISSN 2182-147X |  |  
        | Contacto: revista@triplov.com |  |  
        | Dir. Maria Estela Guedes |  |  
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		Sílex 
		
		  
		Mão e pedra. 
		Força do 
		gesto que 
		bate bate e 
		rompe a 
		forma. 
		O gume rudimentar da 
		lasca que parte e 
		sangra, do 
		sílex que 
		quebra e 
		nasce, novo, 
		para cortar 
		o rude 
		golpe. 
		
		  
		in
		“Geo Metria”, Livros de Ontem, 
		Lisboa, 2014 |  
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		Quadratura do círculo 
		
		
		  
		
		Vestimos a pele 
		
		tecida de um fio 
		
		comum. 
		
		Mudamos-lhe a cor 
		
		o padrão a textura. 
		
		Despidos
 
		
		somos a matéria 
		
		em bruto, a gema  
		
		por talhar. 
		
		  
		
		Engana-se quem 
		
		pensa que círculo e 
		
		quadrado são 
		
		distantes. 
		
		Em tudo o que é 
		
		díspar há um fundo 
		
		que nos une. 
		
		  
		in
		“Geo Metria”, Livros de Ontem, 
		Lisboa, 2014 |  
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		O ovo 
		
		
		  
		
		A lagarta eclodiu do ovo 
		
		e a ave domina o céu com as suas asas. 
		
		  
		
		Nunca a lagartas olharam as aves por igual. 
		
		  
		
		Só na hora de nascer 
		
		só na hora de romper as paredes do mundo. 
		
		  
		
		O ovo ainda é a pedra 
		
		de onde provém a vida inteira. 
		
		  
		Alcanhões, 19 de Novembro de 2014 
		– 02h02m 
		(inédito) 
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		As portas 
		
		  
		De todos os 
		cercos se rasgam 
		janelas 
		e de todas as 
		grades nasce 
		o desejo do 
		salto 
		a clarividência 
		
		  
		abre as 
		portas 
		da cidade. 
		
		  
		Lisboa, 7 de Janeiro de 2014 – 
		21h06m 
		
		in “Ágora” |  
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		três mulheres dançam 
		
		sobre o mar 
		
		e três gaivotas cantam 
		
		o sorriso líquido da praia 
		
		  
		
		três mulheres dançam 
		
		sobre o mar 
		
		e três ondas limpam 
		
		a arenosa prata de terra e sol 
		
		  
		
		três mulheres dançam 
		
		sobre o mar 
		
		e três rochas falam 
		
		do início em que tudo era 
		
		azul e sal e espuma 
		
		  
		
		três mulheres dançam 
		
		sobre o mar 
		
		e não são mulheres que dançam 
		
		e não são mulheres sequer 
		
		  
		
		Há no mar 
		
		um som distante 
		
		de três mulheres que cantam 
		
		a água a concha e a brisa. 
		
		  
		Matosinhos, 30 de Novembro de 2013 - 
		14h35min “Ágora”
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        |  | © Maria Estela Guedesestela@triplov.com
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