REVISTA TRIPLOV
de Artes, Religiões e Ciências


nova série | número 49 | dezembro-janeiro | 2014-15

 
 

 

 

SARA JONA

Da Inculturação ao Diálogo Intercultural e Ecuménico: vida e obra de Monsenhor Joaquim Mabuiangue*

 

 

EDITOR | TRIPLOV

 
ISSN 2182-147X  
Contacto: revista@triplov.com  
Dir. Maria Estela Guedes  
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Djozini! Mawuyangwè (1)  

O livro que Dra. Maria Carlos oferece aos moçambicanos é uma narrativa que se tece com depoimentos vários, daí ter o título: uma vida a várias vozes. Este livro traz-nos também documentação que vai desde uma carta manuscrita, datada de 1925 ao SMS e ao email dos nossos dias.

A autora escreve-o seguindo as recomendações desejadas pelo biografado, em vida, porque aborda a história deste começando pelas raízes da sua árvore. Ao ter feito aquele reparo, Monsenhor Joaquim Mabuiangue não fala de pré-história, antes sim, de uma proto-história, isto é, aquele ADN que nos está no ser, ainda antes de começarmos a nossa própria história. Uma proto-história que carregamos sem que escolhamos, mas que imprime, no nosso carácter, um modo de ser e de estar no mundo.

Neste livro pudemos depreender como exemplo dessa proto-história a aceitação que os pais de Monsenhor Joaquim Mabuiange tiveram em receber o Evangelho da Tradição Católica, sem nunca o renunciarem ou o porem em causa. Esta aceitação não significa submissão. Antropologicamente, tal como o afirma Altuna (2006:366) o povo bantu ao qual muitas vezes se designou de não religioso é, “na realidade dos povos mais religiosos da face da Terra”. Para o autor, (ibidem:2006:367): 

a tradição banta apresenta uma visão espiritualista da existência fundamental no convencimento-vivência da intercomunhão entre o mundo visível e o invisível, onde Deus está presente como causa primeira de ambos. 

Os pais de Monsenhor Joaquim Mabuiangue estabeleceram uma intercomunhão entre a Religião Tradicional Bantu que professavam à Tradição Católica.

Na Pg. 21 do livro em apresentação Monsenhor Joaquim Mabuiangue refere: “sem proto-história não há história. Sem raízes não há árvores, não há vida”. Ao fazê-lo demonstra a consciência que tem de que a história sobre a sua vida não ficaria completa se não se considerasse a raiz e a árvore de que é originário. Quero realçar a beleza da metáfora da árvore.

Ela faz-me lembrar a história do nome na Tradição Africana. Segundo Dom Adriano Langa (2), nomear uma criança é tarefa da família e essa escolha deve ter em conta a história dos seus antepassados, passando pela dos seus pais e ele próprio; pois deve ser uma profecia do futuro desta criança. Monsenhor Joaquim Mabuiangue recebeu da família o nome do pai de sua mãe: Chigodo, nome changana que em português significa tronco. E pode-se constatar, a partir do livro que o homenageado interpreta esse papel, cumprindo a profecia do seu nome, quiçá? Além disso, a partir dos vários depoimentos, podemos perceber que em vida foi polivalente, realizando também o papel de tronco.

O livro aborda a temática da identidade por integrar a tríade: como sou, como me vejo e como sou visto pelos outros. Quer dizer que o eu só faz sentido, na medida em que existem os outros.

O como sou é constituído pelas inúmeras influências que vou sofrendo na sociedade, a partir de casa, a chamada socialização primária (que ocorre em casa); até a Escola, ao Bairro, ao Local de Trabalho, a Igreja, etc, etc, onde decorre a socialização secundária. Assim, a nossa identidade é atravessada por constantes mudanças, pois mutabilidade é intrínseca à ela.

O como me vejo e como sou visto pelos outros fazem parte da avaliação, característica que permeia a identidade. Estes aspectos marcam toda a nossa vida, do nascer, até ao morrer.

Do que se pode depreender é que Monsenhor Joaquim Mabuiangue se assume, fruto de uma grande árvore que são os seus antepassados. E, pedido que fez para que se contasse a sua história a partir das raízes sugere-nos a avaliação que faz de si, o que corresponde ao como me vejo na tríade a que me referi. Sendo fruto dessa árvore Monsenhor Joaquim Mabuiangue demostra-o na sua preocupação com o diálogo ecuménico de que falaremos mais adiante.

Como é que o Monsenhor Joaquim Mabuiangue é visto pelos outros, nesta obra? Ou, voltando a tríade: como sou visto pelos outros?

Comecemos pela perspectiva do Cónego Joaquim Boavida, missionário que viveu em Malehice, entre 1909 e a década de 70, que nos mostra que a identidade é mutável. Um exemplo esclarecedor desse facto deste aspecto pode ser encontrado, de modo óbvio e esclarecedor, na carta que este escreve ao Bispo Augusto e Prelado de Moçambique, em 1 de Abril de 1925, referindo-se ao pai de Monsenhor Joaquim Mabuiangue, o Professor António Mabuiangue:    

“[…]Ex.mo Rev.mo Bispo de Augusta e Prelado de Moçambique. Tendo o assalariado Pedro Bila manifestada vontade decidida de sair da missão, por ter encontrado serviço mais remunerador, rogo a Excia Rev.ma se digne nomear o indígena António Mabuiangue para o substituir. Este indígena foi educado na missão. […] Certeza haverá de longa permanência ao serviço da missão, pois o preto, não tendo a dedicação que é sempre garantida de longa permanência em qualquer lugar ou serviço está sempre pronto a trocar o lugar que tem por outro que lhe dê menos trabalho e maior renumeração”. Pgs. 26 e 27. 

Como se pode observar o Cónego trata o Professor António por “indígena”, “preto”. Passados cerca de 40 anos, numa carta dirigida ao seminarista Joaquim Mabuiangue escreve, pg. 60: 

“Na minha vida, já tão longa, de missionário, infelizmente se podem contar pelos dedos os naturais que encontrei verdadeiramente gratos aos favores de mim recebidos. Dentre estes ainda sobressaem três pessoas: teu pai, tua tia Isaura, e teu tio Jaime Mandlate. Por mais anos que Deus me dê ainda, já mais os poderei esquecer. Para mim, valem como os melhores europeus. Eu só ambiciono que tu possas encarnar os sentimentos que, para mim, tanto os distinguem. Muitos autóctones dos que passaram por esta missão gozam de lugares de destaque e auferem bons proveitos, mas quanto se situam muito abaixo do teu pai: sincero, humilde, prestável e fervoroso crente, conquista com a sua franqueza a sua sociabilidade e a sua bondade”. 

Nesta citação distingue-se, na linguagem e nos sentimentos, a mudança que o convívio introduz no modo de ver o Professor António. De “indígena” e “preto”, o Cónego Joaquim Boavida passa a utilizar expressões como: “naturais” e “autóctones”. O termo de comparação continua a ser “os europeus”. E para exprimir a admiração e amizade pelo seu colaborador, desta feita, o termo de comparação é o exemplo de vida e de formação humana para o seminarista Joaquim, que deve ser apreendido a partir das qualidades do seu pai.

Um outro ponto de vista pode ser encontrado lendo-se o depoimento do Sr. Daniel Cuambe, sobrinho do biografado, que aponta o tio como quem incentivou jovens moçambicanos a desempenharem o exercício da cidadania, demonstrando a sua competência e capacidade em construírem a sociedade moçambicana mais justa e mais habitável, participando em diferentes níveis: económico, político, cultural ou religioso; algo que marca este sobrinho na sua carreira profissional de jornalista.

Este jornalista sublinha o facto de Monsenhor Joaquim Mabuiangue ter moçambicanizado a Igreja no nosso país, introduzindo a utilização das línguas moçambicanas durante a missa, através de cânticos nessas línguas e do uso de instrumentos musicais africanos na liturgia. Na óptica de Daniel Cuambe: “tudo isso era novo para a Igreja na altura”, c.f. Pg. 131.

A questão do diálogo entre intervenientes em processos sociais é também referida por Padre Jaime dos Anjos, afirmando que, ao leccionar a disciplina de Direito Canónico, Monsenhor Joaquim Mabuiangue apresentava assuntos que aliavam o conhecimento da Sagrada Escritura ao lado humano e não apenas aplicação da lei, pela lei, usando o outro como mero receptor. Este padre aponta como exemplo o acompanhamento das famílias quando perdem um ente querido e o convívio com as famílias antes do baptismo ou a entrevista ao crismando, família e padrinhos, antes do sacramento.

A inculturação volta a ser mencionada por Padre Jaime ao frisar a importância que Monsenhor Joaquim Mabuiangue dava a convivência entre algumas tradições da Igreja Católica e da Cultura Tradicional moçambicana, ao “revestir a Igreja em Moçambique com uma roupagem e identidade próprias”, pg. 124. E aponta como exemplo desta inculturação a participação dos pais dos sacerdotes na cerimónia da sua ordenação, na qual os pais “entregam uma catana [aos filhos] e dizem: meu filho, entrego-te uma catana, vais a partir de hoje desbravar os caminhos da pastoral”, pg. 124. Neste mesmo acto são também entregues a estes filhos outros símbolos africanos que o ajudarão na sua nova missão sacerdotal.

Os símbolos africanos remetem cada uma a sua origem, à sua identidade primeira, a proto-história colectiva, não é um elemento folclórico, um elemento bonito de decoração. É intrínseco a cultura. Na celebração dos fundamentos e na afirmação desta identidade, como contributo único para viver o Evangelho, o Monsenhor apresenta-se como “pioneiro” como o sublinhará D. Adriano Langa, pg. 112.

Considerando o pensamento de Bispo Adriano Langa, mencionado anteriormente, Monsenhor Joaquim Mabuiangue, pelo seu percurso, não trai os desejos e anseios da família, nem do seu nome Chigodo. Ele tornou-se tronco, ou seja foi a espinha dorsal na introdução de pequenas comunidades cristãs (3) ao jeito do que conheceu na sua tradição, como o diz Dom Alexandre dos Santos, pg.116.

Para Dom Adriano Langa, estas comunidades permitiram: “a participação dos leigos na vida da Igreja” e a assistência e orientação das famílias no aprofundamento e celebração da fé, c.f. pg. 114.

O Depoimento de Dom Dinis Sengulane, neste livro, mostra-nos que Monsenhor Joaquim Mabuiangue se dedicou afincadamente ao diálogo ecuménico. Um dos exemplos que nos apresenta é a emoção que teve e a admiração que passou a nutrir por Monsenhor Joaquim Mabuiangue, após este tê-lo convidado a presidir uma celebração de Acção de Graças pelo primeiro ou segundo aniversário da Independência de Moçambique (o Bispo não se recorda), mas refere que o que mais o tocou foi o facto de Monsenhor Joaquim Mabuiangue, embora tendo mais experiência como padre, convidou-o para aquela celebração, numa altura em que acabava de ser ordenado Bispo de uma outra confissão religiosa, com apenas 32 anos de idade.

Esta questão do diálogo ecuménico é premente, nos dias que correm; pelo que  sugiro que leiam ainda e com muita atenção o depoimento da Dona Madalena Braz, paroquiana da Igreja Santo António da Malhangalene, que refere ter vivido durante muito tempo com o medo e desconfiança de pessoas de outras confissões religiosas, mas aprendeu com Monsenhor Joaquim Mabuiangue a riqueza que pode resultar no convívio entre diferentes. Não posso deixar de referir, porque a mim também me toca, o depoimento no qual ela refere dois aspectos importantes na acção de Monsenhor: o acesso dos católicos à Bíblia e a preparação de mulheres como leitoras, pg. 91 e 92.

 Recomendo ainda a leitura do depoimento de Dr. Ussumane Aly Dauto, muçulmano, antigo Ministro do Interior e da Justiça, que sublinha ter aprendido de Monsenhor Joaquim Mabuiangue que pessoas diferentes confissões religiosas e diferentes culturas podem viver juntas e aprender umas das outras, cf. Pgs. 152-155.

São muitos os feitos do nosso homenageado proponho, vivamente, que sejam estudados a partir do livro, pois não poderei esgotá-los todos nesta intervenção.

Não gostava de terminar sem me referir ao trabalho da autora deste livro, Dra. Maria Carlos Ramos, que para além de outras questões, alerta-nos para três grandes dimensões relacionadas com a personalidade e formação do Monsenhor Joaquim Mabuiangue:

A primeira, que passa pela forma como os capítulos estão estruturados, todos começam com um pequeno texto bíblico em jeito de luz que se faz sobre a vida do Monsenhor Joaquim Mabuiangue, esses textos revelam as preocupações espirituais do biografado. Antecedendo, no livro, a fala de Monsenhor Joaquim Mabuiangue, demonstram uma profunda convivência deste com aqueles, revelando uma dimensão espiritual e que nos é confirmada pela carta que escreve ao seu irmão Silvestre, quando se encontra doente. A carta a Silvestre para além de uma imensa reverência ao seu irmão, a quem trata por você, está impregnada de fé e esperança que o habita. Fé e esperança que é enraizada nos textos bíblicos que recomenda como leitura e oração ao irmão.

Outro elemento que espelha a personalidade e formação de Monsenhor, e que para mim foi novidade, porque nunca andei num seminário, é o seu tempo de seminarista tão detalhadamente ilustrado pelo Sr. Fabião Ginja, ex. colega e amigo de Monsenhor. O Ritmo e a disciplina descritos foram, com certeza, elementos que formaram e in-formaram a personalidade de Monsenhor e que o acompanharam na sua vida de estudante - brilhante que foi!, c.f. pg 78 – e na sua vida como sacerdote.

A exigência e o rigor são duas características assinalada por vários depoimentos, assim como a sua fidelidade e amor a Igreja; sem que por isso deixasse de ser um homem aberto e dialogante, como já o referi na relação com outras igrejas, com outras entidades públicas e no diálogo permanente com a sua raiz.

A segunda dimensão, chamar-lhe-ei da ética do cuidado pelo outro. Uma prática que temos vindo a perder com a pressa e o desejo de nos tornarmos modernos, “líquidos”, como afirma Bauman (2003) (4). Se existe contributo antropológico e espiritual que Moçambique tem para dar ao mundo são estes valores impressos em: “a Muyakelani i xaka”, ou seja os vizinhos são família, cf. Pg. 41, ensinamento que o Monsenhor Joaquim Mabuiangue tão bem fez passar e que está presente nos diferentes depoimentos.

E tão urgente como o dirá o antigo presidente de Moçambique, Joaquim Chissano ao afirmar: 

“[…] Éramos muito vizinhos. Muito vizinhos. […] com o andar do tempo, nós os jovens começamos a chamar-nos primos, e aos nossos pais chamávamos tios. Mas, nenhum de nós sabia porquê. […] A vizinhança, por razões profissionais, a relação de professores, a amizade, é que reforçam esta familiaridade”. Pgs 42-43. 

A terceira dimensão é o apelo para a preservação da cultura de tradição oral, a qual Monsenhor Joaquim Mabuiangue respeitava e cultuava bastante, por assentar no exercício da memória e no convívio entre as gerações a fim de se guardar a história e a cultura para os vindouros. Esse facto é demonstrado na capa e de modo gritante pelo facto de ele nunca se ter prestado a escrever, mas de fazer questão de passar o testemunho.

Mesmo a terminar, gostava de dizer que, para mim, Monsenhor Joaquim Mabuiangue é um homem do Futuro. Marcou a geração que lhe foi contemporânea, facto que ser lido a partir de outros padres e seminaristas com que privou. Marcou também as gerações que se seguiram e atrevo-me a afirmar que marcará as gerações futuras, isto porque, hoje nos preocupamos com a questão interculturalidade e do ecumenismo, ie, com o diálogo entre culturas e religiões.

A nossa Agenda Nacional 2025 espelha o facto de que desejamos estabelecer um pacto de convivência entre pessoas de diferentes culturas, o que quer dizer que já ficou claro, entre nós, que ainda somos um país que ainda procura viver esse fenómeno com mais plenitude. Como leiga, e pelo que posso depreender, a Igreja tem-se preocupado com o diálogo com outras confissões religiosas.

Tanto a interculturalidade, como o ecumenismo constituem objeto de procura constante por parte de Monsenhor Joaquim Mabuiangue, mas uma vez se tratar de princípios difíceis de alcançar, ele foi-nos ensinando a cultivá-los através dos caminhos que calcorreou, que embora de um modo discreto, tocou a vida de muitos moçambicanos e não só, de pessoas como Dra. Maria Carlos Ramos que, de modo perspicaz, se dedicou a ler a História social e religiosa do nosso país e se preocupou no convívio de muito de perto com o Monsenhor, com a sua família e com os que com ele privaram, a fim de tornar possível a existência deste livro.

Há um trabalho de casa que fica para cada um de nós: o de continuarmos a trilhar caminhos para tornar realidade o relacionamento enriquecedor entre culturas e religiões. Um outro trabalho de casa que se pode inferir, a partir deste livro é que, a família Mabuiangue e a de cada um de nós, dediquem algum tempo ao livro de “Assentos daFamília”, coisa rara entre nós, mas que é sobretudo importante que se continue a contar o karingana da vida dos filhos de Moçambique.

Da leitura deste livro fica-me a pena de não ter conhecido mais de perto o Monsenhor Mabuiangue. Sinto que perdi, e que perco de cada vez que um homem extraordinário morre, a oportunidade de saber mais de mim, de crescer mais como pessoa e como cristã. Mas porque para nós a morte não é um fim, o contacto com este livro leva-me a desejar conhecer melhor o Monsenhor Joaquim Mabuiangue naquilo que foram as marcas que deixou no nosso tempo. Um desafio para os investigadores e para os amantes desta terra. 

 
 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ramos, Maria. Monsenhor Joaquim Mabuiangue: uma vida a várias vozes! Fátima: Consolata. 2014.

PE. ALTUNA, Raul. Cultura Tradicional Bantu. Águeda: Paulinas. 2006.

FR. LANGA, Adriano. O Nome na Tradição Africana. [Edição do Autor].

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Tradução: Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

 
 

*Notas para uma leitura cultural da vida e obra de Monsenhor Joaquim Mabuiangue. Texto apresentado na cerimónia de lançamento da obra Monsenhor Joaquim Mabuiangue: uma vida a várias vozes!

** Docente na Universidade Politécnica. Contacto: saralaisse@yahoo.com.br.

Maputo, Agosto de 2014.

(1) Laudatório da ancestralidade da família Mabuiangue. Seguindo Tomás Mabuiangue, sobrinho do epigrafado, deve ser proferido três vezes.

(2) Na sua obra O Nome na Tradição Africana. Sd. Edição do autor.

(3) Estas comunidades são designadas de núcleos e são constituídas por famílias que vivem na mesma área residencial e, tal como explica Dom Adriano Langa, na biografia em apresentação.

(4) Por sociedades líquidas (o autor utiliza a palavra líquido) entenda-se a superficialidade do modo como vivemos e das relações que travamos uns com os outros, nos dias que correm.

 

 

Sara Antónia Jona Laisse (Moçambique). Conhecida na área literária por Sara Jona. É autora de uma pesquisa intitulada Estratégias para Prestigiar a Literatura em Moçambique, apresentada na Universidade Eduardo Mondlane, para obtenção do grau de licenciatura em Linguística. Dissertou sobre Identidade e Cultura Organizacional, a fim de receber o grau de mestre em Gestão Estratégica de Recursos Humanos, pela Universidade Politécnica/Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.  Actualmente é doutoranda em Literaturas e Culturas em Língua Portuguesa, na Universidade Nova de Lisboa e primeira assistente na Universidade Politécnica, em Maputo, onde lecciona as cadeiras de Cultura Moçambicana e de Etnografia da Comunicação. Tem trabalhado na promoção da literatura. Editou e produziu os programas literários televisivos “A Letra” e “Letra Viva”, o programa radiofónico “Lavradores da Palavra” e o programa “Tertúlias de Sábado”, que tem lugar, em regime presencial, no Graal Moçambique. Tem trabalhos de tradução de textos literários do Português para o Gitonga, um dos quais, “Saborosas Tanjarinas de Inhambane” de José Craveirinha – exposto no Museu de Etnocultura em Inhambane. É co-autora com Padre Amaral Amaral e Eugénio Nhacota do Dicionário de Português-Gitonga/Gitonga-Português com Compêndio Gramatical. Colaborou na compilação de enigmas do Gitonga e sua tradução para o Português, obra da autoria de Amaral Amaral. Em co-autoria com Lecy Moreira, publicou o livro Identidade Organizacional – um Desafio para a Competitividade para as Empresas Moçambicanas. É autora da obra: Entre o Índico e o Atlântico: ensaios sobre literatura e outros textos. Alguns dos seus ensaios podem ser lidos nas revistas: sarará (brasileira), Letras com vida (portuguesa) e Proler (moçambicana).
saralaisse@yahoo.com.br

 

 

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