VI
VEJO
estas tardes imóveis .
as mães sentadas
às portas
atravessadas
pelo relincho dos cavalos mudos.
a secura do
leite pobre.
e as estátuas.
as estátuas.
sombrias.
grandes. inebriantes.
e as crianças ao
redor
brincando com as
fezes dos animais.
ah..!
sinto dentro de
mim os olhos obliterados
pelas sombras
das periferias.
a carne que não
é mais do que uma travessia obscura.
fornicações
amarelas.
escanzeladas.
sem sonhos ou
luz.
sem um terreno
onde os passos possam firmar
a dignidade de
novos passos.
ó imensa alvura
labiríntica...
e as aves ...
as aves...
aves negras que
destelham a glória do céu.
( bestas
devoradoras
sem ternura
erguendo-se das
fossas )
–
o terror!
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