(de 26 de março a 28 de abril de 2014)
Abertura dia 26 de março de 2014
De terça-feira
a sábado, das 10h às 22h.
Domingos e
feriados, das 10h às 18h.
LABIRINTO PARA
O OLHAR - Elásticos tensos, na cor vermelha,
delimitam espaços ou territórios vazios. Uma
instalação com o mínimo de elementos, apenas pedaços
de elásticos, linhas no espaço e uma cadeira de
praia, sem lona, com elástico, também na cor
vermelha. A linha que desprendeu do desenho
abandonou a moldura é o elemento que delimita o
espaço.
POEMAS VISUAIS –
Reproduções de poemas visuais produzidos
principalmente na década de 1970, a partir das
experiências da poesia concreta e do poema/processo.
LABIRINTO PARA O
OLHAR é uma instalação, uma intervenção na sala de
exposição para pensar a própria natureza da arte,
suas implicações, reduzi-la ao essencial e inventar
outras alternativas de uso. Um quase vazio reflexivo
aberto para abrigar a imaginação e as insinuações do
visitante. A linha que desprendeu do desenho
abandonou a moldura é uma peça disposta de forma
singular para sensibilizar a percepção do espectador
e estimular uma atitude, seu olhar e seus gestos
completam a obra. “O ato criador não é executado
pelo artista sozinho; o público estabelece o contato
entre a obra de arte e o mundo exterior” (Marcel
Duchamp). Aparentemente fria, mas provoca emoções e
decisões variadas conforme o ponto de vista do
espectador.
Labirinto para o olhar se relaciona com a construção
nova que se dá a cada passo, a cada ângulo que se
observa a disposição dos elementos de uma
instalação. Pensamentos preenchem o estático vazio
silencioso, recortado pela tensão dos elásticos, com
tentativas de desvendar seu significado, de sair
deste labirinto que por falta de uma obra
referencial deixa o olhar do observador perdido…
O vazio, tanto como premissa na composição
objeto-espaço-observador quanto pela ausência de
elementos, faz parte do labirinto como uma ausência
que carrega uma aura arqueológica e que
absolutamente não é saudosista. Contesta não só a
arte, mas sua embalagem, o invólucro proposto como
ideal: o cubo branco, onde o silêncio e o
distanciamento são instituídos.
POEMAS VISUAIS
“O nome do poeta já conota toda uma estratégia
poética. Antônio Luiz M. Andrade, cujas iniciais
formam A.L.M.A., daí o compósito “Almandrade”. Mas
esse é o país dos “andrades”: Mário de Andrade,
Oswald de Andrade, Carlos Drummond de Andrade...
Destaco que “Almandrade” lembra também o
proparoxítono “Sousândrade”. Assim temos uma reunião
de nomes de poetas marcados pela irreverência, pela
ousadia e, principalmente, pela radicalidade da
invenção.
“Almandrade
nos oferece com seus poemas uma “performance da
visualidade” que exige sem dúvida do leitor uma
atitude de “contemplação provocante”. A economia de
meios se por lado indica uma poética minimalista,
doutra parte é também uma síntese complexa de
elementos, seus poemas são quase como pantáculos,
chaves poéticas que o iniciado deve analisar sob
vários ângulos e possibilidades de estratos:
fônicos, semânticos, semióticos, lingüísticos,
geométricos, etc. para poder no âmbito das relações
dessas possibilidades ver a dimensão e o alcance
simbólico ali contido.”
(Prof. Jayro
Luna)
Artista plástico
e poeta, formado em arquitetura, ele se mostra um
artista versátil dentro de sua proposta. Nos seus 40
anos de carreira nas artes visuais caminhou pelo
desenho, pintura, escultura, instalações e poesia.
Transita entre a bi e a tridimensionalidade, entre a
imagem e a palavra de forma fluida. A metamorfose de
uma para outra às vezes não se completa e mesmo
observando duas formas de expressão distintas elas
parecem falar a mesma língua.