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As mãos vazias
De conter afectos
Que se negam.
Em perfume de
Orquídeas
Mortíferas.
O corpo
Pede à transparente
Pele mais um sonho,
Um pássaro, um dizer
Sobressaltado.
Talvez, o mar
Entenda porque vogo,
E as gaivotas aceitem
As minhas inquietações,
Num voo que é despir
As asas.
Na queda ao sopro do sentir.
09/1/2013 Leonora Rosado
Dorme a noite
Subtil, a manhã
No preencher
Da luz à córnea
Do olhar inquieto
Reflectido
No outro medo.
Acesa a vela
Do dia em casta,
Tomam-se as mãos
Que de safra em safra
Aportam lânguidas
Ao teu tocar.
10/11/2013 Leonora Rosado
Três corpos
E nenhuma
Solicitude.
A árvore
Toda em compreensão
Binária.
Ao espaço
Serenado no
Erguer o caos.
A insana prece
Que pragueja.
Três corpos
E a totalidade
Da ausência.
No bisturi aquático
Da deformação
Concreta e tácita.
A árvore em si
Um leito denso.
Nos corpos a ideia
De inexistência
Subsiste reactivamente.
Três corpos e a manhã
Completa, acabou por
Se estender.
07/11/2013 Leonora Rosado
Diz como te chamas
Diz o teu nome
Soletra-o
Repete-o
Um sem número
De vezes
Até que este
possa fazer algum
Sentido
Despido de ti.
04/11/2013 Leonora Rosado
Ah! esta sede
Insaciável
Este cansaço
Que não descansa.
Esta pulsão
Que me acomete
Esta Ânsia
Que infindavelmente
Se repete.
Ao percorrer a linha
Do horizonte
O olhar nada vê
Do que se reflecte
No fio a prumo
Que se estende
Ante mim.
São negras horas
Fumo e quimera
Ao berço da morte
Livídas mãos,
Que ao escrever
Sentem mais perto
O norte fogo
A extinta chama
Do que julguei ser.
04/11/2013 Leonora Rosado
Minha acre poesia
Que se revela à luz do sonho
Ao colo da noite
Ao lume do Adeus
Que Mordo e sussurro.
Intangível.
No útero da morte,
No cio do regaço
Acre poema
Seu fim ou desenlace
Velado cristal
Em águas extinta.
De feras e pássaros
De gume fatal.
De incêndio em prece
Que não reluz
Mas fere.
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