quem engana o autor? proclama
«era uma vez» como se criasse
o mundo. julga-se deus
omnipotente, quando acabou
de viver um amor, sobreviver-lhe
a custo. é essa história que,
precisamente, nos vem contar
cheio de espelhos, máscaras,
improváveis figuras de estilo.
eu e tu, leitor, bem sabemos
o jogo que quer vencer: ser
personagem de si próprio, recontar-se,
ser diferente por dentro. é uma
ambição desmesurada. decidimos,
por isso dedicar-lhe este texto
em que ele, precisamente, abre
o caderno, enfrenta o branco,
inicia uma longa caminhada.
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