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REVISTA TRIPLOV
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EDITOR | TRIPLOV |
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| ISSN 2182-147X | |||||||||
| Contacto: revista@triplov.com | |||||||||
| Dir. Maria Estela Guedes | |||||||||
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Arranjo de rouxinol e gloxíneas, dia 30 solidão é perder a memória do corpo e rouxinolear teu coração de gloxíneas aqui eu-pássaro rouxinol-do-campo de ornato e letra sinal das três marias margeia tua pele de brilhantes e íris rouxinol, levo grandes flores alvas eu-procuro teu finito e nativo, gerais é meu canto entre fontes e caules, gravatás apodrecem no meu quintal onde eu-rouxinol, chilreio agudos por ti
Arranjo de pica-pau e flor-de-lótus, dia 4
o sangue no limiar das marés, córrego
inviolável de área livre para acesso,
como ensandecer lápis / ó flor de lótus
viola-me a índole que esculpo arrebóis
e, no convés de nau frágil – o baque
arrefece líquen colheita de anis látex
baque de peixe, escorpião/caranguejo
eu-pica-pau enxerto cidras na boca
e bico não apenas teu peito de paetê cítrico é meu desejo, azedo sou eu
Arranjo de sabiá e jasmim, dia 18
agora,
eu-sabiá, herbáceo, céus/a/sóis
de
jasmim-asa-de-anjo e constelação
estelar
ramificada e verde-escuro
brilhante e
folíolos lanceolados em
vermelhos
ramos, jasmim-dos-poetas
quadratura
de estacas, flora perfume
alvo
invólucro e róseo jardim à lis
outono-inverno, abóbada e elevado
calor,
altitude beira-margem, rio
paranaíba,
sabre eu-pan, flautins
Arranjo de tico-tico e orquídeas, dia 9
vivo por ti
– amarga espera da solidão,
guardo no
cântaro da palavra, o verbo
de ação que
entorpece tico-tico, eu
sim, te
violo e te tálamo, zoológico-me
farfalho
tórrido, eu amarelo e outono
atiradeira
– dardos de flor sol violeta
misturo
entre cor e colibri nos cabelos
reconstruo
em ti, irrupção e – posseiro
o meu corpo
nu é meu substântivo
concreto,
orquídea, pepita, eu-meeiro
Arranjo de azulão e azaléia, dia 22
sempre pelo
sermão da montanha, azulo –
sou, hiena
a hiena, animal no renque
eu – gemer
é, à farpa ferir as unhas
ferir à
unhas carne de cavalo, eu
ave /
audível é
teu rumo perdido no verdume –
inaudível é
minha rota de letargia, por ti
ainda
arrumo azaléias à beira do açude
qual
sertanista em meio a pedras, flores
salpicadas
de sereno, eu framboeso por ti
cio
ávido, azul~ao de orgasmo bravio
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SILVA, Wilmar.
Arranjos de pássaros e flores.
Belo Horizonte: Asa de Papel, 2011. |
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© Maria Estela Guedes |
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