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REVISTA TRIPLOV
de Artes, Religiões e Ciências
nova série | número 38 | abril-maio | 2013
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BIANKA DE ANDRADE
Desejada Dor |
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Bianka de Andrade é natural de Desterro de Entre Rios – Minas
Gerais – Brasil; nasceu em 18 de setembro de 1985. Poeta e mestranda
em Teoria da Literatura pela Faculdade de Letras da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG).
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EDITOR |
TRIPLOV |
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ISSN 2182-147X |
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Contacto: revista@triplov.com |
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Dir. Maria Estela Guedes |
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Yellow
Mellodia lleve, lluminosa...
...llivre sutilleza...
...illuminando...
llugares llimiares,
illusórios llimites.
Relluzentes llembranças...
collidindo-se,
mescllando-se
com a
illegívell mellancollia.
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Apelo
No jardim, as flores
putrefatas
alimentam novas vidas.
Para a minha podridão,
elas serão inúteis.
Quando eu morrer,
não quero flores sobre mim.
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Invasão
Com a lâmina do machado
amolado, arrancam meus limites.
Derribado, emudeço e sorrio.
Com ímpeto, avançam e
pisoteam meus territórios.
Esmagado, emudeço e sorrio.
A golpes de foice, ceifam
meu verde e meu viço.
Putrefato, emudeço e sorrio.
Tomados todos os meus pontos
cardeais, resta-me o asfixiante espaço do Nada.
Sufocado, emudeço e sorrio.
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Voo
Em suas mãos estendidas,
sou a borboleta
que pousa suavemente
após ter sobrevoado o entorno.
Você me recebe
com delicadeza e aconchego.
Eu vou me permitindo ficar...
Quando saio e volto a voar,
deixo em sua pele o pólen
que germina em semente
e, depois, em flor...
A borboleta voa,
mas sempre deseja voltar,
anseia de novo se deixar
em estado de languidez
no jardim de suas mãos.
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Fantasia
Eu não quis a minissaia na vitrine.
Eu a quis em meu corpo.
Agora que a
tenho,
quero suas duas mãos
em toque firme
pressionando minha pele,
em movimento unidirecional,
desde os pés
até as curvas da minha bunda.
Desse exato
ponto,
quero senti-las vorazes
me puxando
até que nossos corpos
estejam efusivamente
em contato.
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Poemas de Bianka de Andrade,
do livro Desejada Dor, no prelo pela Anome Livros, 2013.
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© Maria Estela Guedes
estela@triplov.com
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