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1
Respiro a acção;
Respiração.
As cinzas? O descanso enfim,
Ao rés de uma pira.
Saciados, assim;
Nos sons de alaúde
Ou… de lira.
2
Para a minha sede…
Tu, uma gota, bastas.
A entrega da minha alma,
E carne,
Como se ainda fossem castas.
3
Se escondes a imagem
Do corpo desnudado
De muito pouco importa…
Que o sei, mesmo sem querer.
Fecho os olhos e vejo,
Mesmo sem te ver;
Todo oferta que a venda
Da demora
É uma paisagem aberta.
4
Estendo-te as mãos
E colho o canto dos pássaros
E dos rios.
Estendo-te as mãos
E sorvo o gosto do orvalho
E das neblinas.
Estendo-te as mãos
E o que acontece em mim?
Sensuais desvarios
Dos rios e das planícies
Que me ensinas.
Estendo-te as mãos
E só então sei…
Que te amarei
Até ao fim.
5
Atento à Pátria onde pões vigias
Ao secreto recanto, o teu sacrário,
Beijei o teu pescoço
E se dormias, fingias muito bem;
Extraordinário.
Transpus a paliçada
E a Pátria fomos nós…
Até de madrugada.
6
O que me prende a ti,
Desata a timidez
Dos nós de nós.
Corredios, corredios
Como as eirós;
Vês?
7
Quando te beijo de alto a baixo,
Esqueço-me da rima.
Respiro, agora a tua pélvis,
E vejo-a…
Lá em cima.
8
Com tacto,
Contacto
O facto
Do pacto
Celebrado
Entre nós dois.
Unidos, como sempre,
Sem antes nem depois.
9
Cresces,
Como uma árvore,
No teu olhar provocante.
Cuidado, se não faço-te a poda,
Faço-te a folha… escrita.
Adiante.
10
Inventa tudo aquilo que me chamas
Só não inventes a chama
Com que me ardes,
Por dentro.
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