REVISTA TRIPLOV
de Artes, Religiões e Ciências


nova série | número 33 | novembro | 2012

 
 

 

 

 

 


 JOÃO SANTOS FERNANDES

Reflexão sobre o número 33
33 ou 11x3
(ad extremum omnis Mundus ignescet)

                                                                  
 

EDITOR | TRIPLOV

 
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 Para quem experimentou uma Iniciação verdadeira, sem estar em Templo material de Consagração, mas entre o Crepúsculo e a Alvorada, algures num lugar (palavra de nexo causal ao Deus Lug) de adequada força e magnetismo de geomância polarizada, sentiu, por certo, que tudo assenta, na Manifestação do Universo, numa Matriz Numerológica, cujas mutações, das mais simples às mais complexas, aritméticas ou geométricas, quânticas ou estruturantes das vidas cósmicas, só são dadas a conhecer a quem procura o Conhecimento em vez de arrolar Sabedoria e títulos académicos.

A construção do ser humano também a isso obedece, desde a simplicidade equilibrada acido-alcalina do seu exclusivo PH (um septenário com décimas) ou dos sete oríficios da sua cabeça (um septenário emissor/receptor), até à complexidade do seu ADN, cujas 64 «combinações» também estruturam os pontos principais de acunpuntura, gerados numa Matriz Arcânica de 22 cromossonas, onde as polaridades X e Y determinam a dualidade preponderante e geradora de um novo ser na Terra. Assentamos em dois pés, cada um com 28 ossos (26+2 de ligação) e cinco dedos.

Tudo isto seria Ciência, demonstrada em teoremas, se não tivesse axiomas, cujos saberes não podem estar ao alcance de todos para se evitar manipulações contra o devir dos Mundos. No entanto, o leitor sabe que um tabuleiro de xadrez tem 64 casas, com 32 (16x2) figuras (dentição humana) para se jogarem, tantos os 64 hexagramas do Livro I Ching (King) ou a totalidade dos 32 Caminhos da Árvore da Vida. A lunação de 28 dias (7x4), de fertilidade, semeadura e colheita, não deixa de estar expressa nos 28 arcos laterais do Terreiro do Paço, com 22 Arcos (11x2) centrais, no X e Y da Rua Augusta.

Após esta breve introdução não custa admitir que muito do existente está codificado (à vista de todos), havendo apenas limitação no acesso à interpretação, por não se dispôr de «chaves» adequadas. Um exemplo: um dos maiores Impérios materiais do Ocidente, o de Alexandre Magno, levou 13 anos a construir (rei aos 20 anos), falecendo o seu titular aos 33 anos (faltavam 30 dias). Um dos maiores Impérios imateriais ligado ao Ocidente, o de Jesus Cristo, desde que aos 12/13 anos esteve entre os doutores do Templo, levou 20 anos a sedimentar, com um Baptismo aos 30 anos.

Ambos tiveram 12 Generais e 12 Apóstolos principais, tantos os meridianos de uma célula humana ou os 12 pares de costelas que possui o nosso corpo, estando 10 ligadas aos esterno (sendo as 7 primeiras verdadeiras e 3 últimas falsas) e 2 exógenas ao este, consideradas flutuantes. Assim estão catalogados, em número, os Signos do Zodiáco, similares, no seu sentido oculto, à numerologia das Pirâmides, onde os 4 triângulos plasmam o Quaternário da Construção da Terra, uma Matriz que fez com que o ser humano humano dividisse um Paraíso em 4 Partes, com se esquartela o Coração.

Antes de nos centrarmos no número 33, convém ainda abordarmos a vertente Aritmética dos Quadrados de 12 Números, escolhendo o de maior significado para o nosso tema O Quadrado 70, ou seja, aquele onde o Septenário das Esferas da Árvore da Vida (estática) e da Árvore Ygdrassil (dinâmica) (7x10) geram os principais números para chegarmos ao axioma 33 que cada qual depois poderá desenvolver, meditar e metamorfosear consoante o seu grau de aprendizagem, num único quadro por mim aglutinado para melhor visualização. Pede o médico para tossir, em avaliação: diga 33.

 Vejamos, então, O Quadrado 70, onde as diagonais são sequentes em 3 e 5 e as subtrações periféricas e do quadrado interior (15-16;19-20) espelham constantes em alternância que o leitor constatará. O somatório de todas as quatro linhas é uma constante de 7x10, soma que tem todo o quadrado interior, em duas diagonais de 35

 
   
 

Com os números deste quadrado aritmético, por axiomas que aqui não se explicitam, vamos construir, com base nos múltiplos dos Arcanos Maiores 7, 11 e 13 (Papa/Carro/Morte/lâminas-He/Zain/Mem/letras), uma multiplicação igual e «sem-fim» para três números (3367, 8547, 15873) que motivará o leitor a aprofundar as leis do Universo ao dedicar-se à demanda da Revelação pelo Grande Instrutor do Universo:

 
   
 

O factor 11x3 (o trinitário solar) determina ciclos da Humanidade, escolhendo eu de propósito a base 1001 para dizer que um milénio é o produto destes 3 Arcanos, ou seja 7x11x13=1001, ou ainda que um milénio tem 1001 anos e que a Terra tem um grande ciclo de 1 milhão de anos. Se de igual modo verificarmos a nossa «ínfima» História comparando-a com estes grandes ciclos, nem por isso deixamos de constatar:

  • O 11º Rei, D.Duarte morreu de peste em Tomar (anagrama de Morta).
  • O 22º Rei, D. Afonso VI morreu prisioneiro e louco (Arcano Mat) em Sintra.
  • O 33º Rei, D.Carlos I foi morto no Terreiro do Paço em Lisboa, no mesmo lugar onde esteve para ser morto o capitão Salgueiro Maia.
  • O 44º Presidente (34 Reis+10 Presidentes), Américo Tomás, foi preso e desterrado para o Brasil (via Madeira, paralelo 33º), lugar onde o Império se separa com o 28º Rei D.Pedro IV, em similar lunação completa de 28 dias.  

Mas se o quadrado atrás descrito é complexo, tudo se passa da mesma forma nas sequências multiplicativas de 12345679 vezes os múltiplos dos Eneagramas a partir de 9, onde 33 é 12345679x27=333333333. Seria ideal se o nosso ensino básico ensinasse às crianças a «magia» dos números, desde a simplicidade da sequência trinitária no septenário da Árvore do Conhecimento/Vida, onde 3x37x3 (3+7=10) é igual a 333 (numerologia do anel de Salomão), à complexidade dos hexagramas conjuntos 3 e 7 em 333333777777, fruto da multiplicação 93 16 23 x 35 77 99; O número 37 é ainda um octógono oculto (8) das Catedrais, estando também ausente: 370370370:3=123456790.

Dante Alighieri, na sua Divina Comédia, dedica 33 Cantos (1 Canto é Introdução) à divisão Trinitária: Inferno, Purgatório e Paraíso. Igual número faz parte dos 33 Céus do Livro Tibetano dos Mortos, dos 33 Deuses do Livro dos Vedas, dos 33 anos de reinado do Rei David em Israel (7 anos em Judá) e das 33 câmaras em que se divide a Pirâmide de Quéops no Egipto. Talvez seja por tudo isto que o inicial Rito Escocês Antigo e Aceite da Franco-Maçonaria com 25 Graus tenha passado a ter 33 Graus (32+1), tantas as Secções do círculo do logotipo das Nações Unidas, em fundo azul «franco-maçon».

Este «arquétipo» da Franco-Maçonaria torna-se em viva expressão nas mutações Arcânicas dos EUA, aos11º Presidente, James Polk (1845-49), 22º Presidente, Grover Cleveland (1885-89), 33º Presidente, Harry Truman (1945-53) e 44º Presidente, Barack Obama (2009). Seria assim, com simplicidade, se estas mutações não enfermassem de uma presidência dupla de contagem do 22º Presidente (foi também 24º), pelo que a viragem americana (após as bombas atómicas, no paralelo 33 N, do 33º Presidente, 100 anos depois do 22º) acontece com o 34º Presidente, Dwight Eisenhower, ele que «comanda» a Frente de África da II Guerra Mundial (fim destas tropas do “Eixo” a 13 de Maio de 1943), terminando esta na Europa no dia de São Miguel, 8 de Maio de 1945, e definitavamente em dia de Aljubarrota, com Armistício no Japão em Dia de Notre-Dame. A grande viragem dos EUA só acontecerá ao 45º Presidente, que não Obama.

Assim foi e será também em França esta Matriz Arcânica, desde o rei Filipe IV, o Belo, com mudança ao 22/23º Presidente, Chirac/Sarkozy, existindo, também, um Rei a mais nas contagens da Monarquia (o oculto Luís XVII) e um Presidente (o 1º) que «astralmente» foi Imperador (o preso e desterrado Napoleão III). Assim cairia a Ordem do Templo, ao fim do 22/23º Grão-Mestre Templário, havendo dois na Ordem ao mesmo tempo, Jean Terric (legítimo 1184-88) e Gérard Rideford (usurpador 1187-89).

Mas se este número 33 codifica alguma construção humana, não é menos verdade que os paralelos 33 da Terra, Norte e Sul, tipificam e situam-se nos berços de grandes civilizações e em lugares que nos tempos mais recentes da Humanidade têm tido um relevo de mudanças e acontecimentos, como Hiroshima/Nagasaki, Dallas, Cachemira, Paquistão, Afeganistão, Irão, Irak, deserto do Atacama e os sempre latentes conflitos do Médio Oriente, sendo o mais recente na Síria. Este paralelo em Portugal encerra o seu Porto Santo, na precisão do seu Ilhéu da Cal (33º 3’ 33’’), na regência da Madeira.

Depois de tudo isto dito, estou convicto que a motivação para entender a simbologia e o segredo dos números aumentará nos que demandam o Conhecimento, pois os historiadores académicos apenas estudam a História factual da Humanidade, mas falta-hes perceber que os acasos só acontecem quando devem acontecer e que as Revelações não têm que acontecer a Santos ou Anacoretas, mas sim a quem deseja receber a Luz, libertando-se das Trevas, como aconteceu a Paulo de Tarso, perseguidor de judeus, tendo participado na lapidação do primeiro santo cristão: Santo Estevão.

Por muitas Iniciações Rituais que se derramem nos Templos construídos pelo ser humano, as quais hoje já nem estão a coberto das Forças Invisíveis que sempre se manifestam nas Trevas (porque a grande maioria dos “Iniciados” perdeu esse acesso, ainda que por simbolismo diga que o faz), a transmissão inesperada dos saberes quase que se dá por uma frase que encimou toda a Regra Beneditina: ORA E LABORA.

Tudo está à vista de todos. Os Mistérios não existem como grandes «cabalas», tantas vezes tecidas por efabulações e quimeras falaciosas, mas tiveram este rótulo na Antiguidade e ainda hoje porque o significado de Mysterium é «coisa secreta», Arcanum (Arcano), Secretum (Segredo). Há leis para os Segredos de Estado, como há leis para os Segredos do Universo. Tenho procurado, pregando no deserto, com os meus últimos 3 livros (editados pela Fronteira do Caos Editores) despertar as leitoras e os leitores para uma análise da História diferente e motivadora de maior pesquisa, em analogias.

Para que se possa ver como estrutras numerologicas e Arcanicas (Secretas) se plasmam nos diversos Volumes da Lei Sagrada, em qualquer credo-de-fé, deixo-vos uma Grelha Arcânica que retirei, para exemplo, do Antigo Testamento, deixando a cada um a interiorização da sua Mensagem, tal como a apresentei numa intervenção minha, a 22 de Junho de 2006, no Auditório D. João V, em Mafra.

GRELHA SAGRADA DOS PATRIARCAS BÍBLICOS

Numerologia Arcanico-Sacra 

Livro do Génisis 5, 11-10 e seguintes

   
 
   
 

JACOB

Descendência das suas QUATRO mulheres e seus DOZE filhos e UMA filha (13)

12 TRIBOS

 
   
 

 

João Santos Fernandes (Portugal). Coronel do Exército de Portugal, aposentado, casado e natural de Lisboa. Autor dos livros Portugal Iluminado (1997), Despertar do Ser (1999), ambos da extinta Editora Hugin, Cicutem Sócrates/disse a grande prostituta republicana (2009), Aníbal/ maldição do Deus de Israel (2010) e Os Cardeais de Camarate publicados pela Fronteira do Caos Editores. Desde os 25 anos teve uma carreira diversificada a nível do intelligence militar, começando por ser nomeado para a Comissão de Extinção da Ex-PIDE/DGS e LP, passando por órgãos de informações de Estados-Maiores e Quartéis-Generais, reuniões e missões a nível da NATO em Bruxelas e ex-Jugoslávia. Publicamente destacou-se a sua investigação no assassinato do General Humberto Delgado, a participação num dos inquéritos da Assembleia da República sobre o Caso Camarate, bem como nos contributos à Universidade Aberta em Congressos sobre África, com relevo para os temas A PIDE/DGS e a Guerra Colonial e Os Massacres de Williamo, integrados nos Livros de Actas dos Congressos publicados em 2001 e 2002 pela Editorial Notícias. É membro de Comunidades, Sociedades e Ordens Iniciáticas de raiz cristã, nacionais e estrangeiras, tendo sido expulso de duas, a GLRP e GPIL, não pactuando com violações dos seus padrões de moral e ética em prol do seu forte ideal ecuménico e desenvolvimento do ser humano, bem expresso por Embaixadas, Órgãos de Soberania e Comunidades religiosas. Confrade da Academia Lusitana de Heráldica propôs um Brasão-de-Armas para a União Europeia, infelizmente rejeitado, acarretando, na sua visão, nefastas consequências.

 

 

 

 

© Maria Estela Guedes
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