ILUSÃO
O espelho não reflecte
os medos que encharcam o meu silêncio. Muito menos as alegrias que
degolam o meu sorriso.
Às Vezes
O espelho mente a
dizer verdades na inocência das incertezas que se amotinam na vista
alegre das minhas angústias.
A tocar flautas. Ao
som do triste olhar da lupa.
A atirar pedras. Para
os olhos que se olham a procura da verdade das certezas pintadas a
vermelho dos semáforos.
Paragem! Miragem?
As 4 rodas roncam (a
morte, a angústia, o silêncio, a memória) na abstracta estrada da
ilusão, onde
F l o r e s
apodrecem no verão
esburacado da objectiva da maquina fotográfica. Múltipla visão (ordem e
caos, verdades e mentiras) de olhos bem abertos na fechadura da alma
amedrontada pela doce aparição do labirinto.
As flores atravessam a
primavera (que a muito clama por elas) com sapatos de neve (cuidado o
Verão e eterno) chutam o silêncio que habita a escuridão.
E lá lá e lá.
E lá do outro lado da
margem, em pleno suar do inverno uma flor (esta) sem árvores nega de dar
a voz as pedras.
Insiste. Persiste em
aprender a ética da memória das flores que se escondem na estacão última
do tempo (o sono) com amarguras de alegrias e angústias. Deitadas no
prato hasteado nas lágrimas da bandeira do futuro.
E no presente? Vejo a
minha face multiplicada por 2 no quadro dos olhos deste Deus da
Carnificina chamado espelho. |