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REVISTA TRIPLOV
de Artes, Religiões e Ciências
nova série | número 31 | setembro | 2012
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ADELTO GONÇALVES
Uma visão moderna da empresa |
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COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL: UMA NOVA VISÃO DA EMPRESA MODERNA,
de Rivaldo Chinem. São Paulo: Discovery Publicações, 2012, 79 págs., R$
24,90. Site: www.discoverypublicacoes.com.br E-mail:
atendimento@discoverypublicacoes.com.br |
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EDITOR |
TRIPLOV |
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ISSN 2182-147X |
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Contacto: revista@triplov.com |
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Dir. Maria Estela Guedes |
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I
No capitalismo
moderno ainda não são poucas as empresas que tratam de chupar o sangue
dos seus funcionários até a última gota, cortando não só salários,
benefícios e horas-extras como até mesmo os próprios empregados,
deixando que o serviço que antes era desempenhado por três ou quatro
acabe nas costas de um só, que, mesmo assim, considera-se felizardo
porque teve preservado o seu emprego. Não é, obviamente, a esse tipo de
empresa que o último livro do jornalista Rivaldo Chinem é dirigido.
Pelo contrário, Comunicação empresarial – uma nova visão
da empresa moderna (São Paulo, Discovery Publicações, 2012) trata
de fornecer dados da empresa responsável do ponto de vista social, a
sustentabilidade e sua relação com a comunicação. Para Chinem,
jornalista com vasta experiência não só nas redações das principais
publicações brasileiras como em assessorias de imprensa de empresas,
fundações e associações da classe empresarial e de trabalhadores, o
objetivo do livro é atingir tanto os empresários como o profissional de
qualquer área de gestão que tenha por objetivo atender e desenvolver uma
relação do meio corporativo em que atua.
“Empresa social responsável”, diz o autor, “é aquela que se
preocupa com todos os segmentos que com ela se relacionam no dia a dia,
e não apenas com seus clientes e acionistas”. Em outras palavras: sua
preocupação envolve seus colaboradores, fornecedores, entorno
sócio-comunitário e todos os interlocutores e parceiros considerados
relevantes para o seu desempenho como empresa-cidadã.
Segundo Chinem, tal empresa atua pró-ativamente no campo
social, por meio do apoio a outras organizações ou criando seu próprio
braço social. “Se as empresas se preocuparem com questões éticas, mais
fácil será implementar mudanças no contexto social. A busca da
sobrevivência pelas empresas é, em certa medida, reflexo da busca de
cada pessoa por uma vida em plenitude”, acrescenta o autor, deixando
claro que, nos dias de hoje, não há espaço para aquela empresa que está
focada apenas no lucro e que não se preocupa com o rastro de miséria e
degradação do ambiente que pode deixar atrás de si.
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II |
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Dividido em dez capítulos e escrito numa linguagem
coloquial, que pode ser entendida até mesmo pelos analfabetos funcionais
que hoje freqüentam a universidade no Brasil sem dominar habilidades
básicas de leitura e escrita – que são 38%, segundo pesquisa do
Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado pelo Instituto
Paulo Montenegro (IPM) e pela ONG Ação Educativa –, o livro descreve
ambientes, cita os balanços sociais, fala do marketing social, da
governança corporativa, dos padrões a serem adotados, das parcerias
necessárias, do voluntariado, o que isso tudo custa, ressaltando a
diferença sempre presente entre gastos e investimentos em comunicação.
“Se o empresário pensar em fazer da ação social, ambiente e
de responsabilidade social de sua empresa apenas um marketing
promocional vai se dar mal”, avisa o jornalista, lembrando que, hoje, a
empresa moderna exige investimento nessas áreas, principalmente se
quiser permanecer no mercado.
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III |
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Chinem lembra ainda que, hoje, no mercado onde tudo se
transforma em commodity, saber se comunicar é cada vez mais um grande
diferencial. Com as redes sociais e os movimentos de base da Internet,
não dá mais para enganar todo mundo o tempo inteiro. Ou seja, se a pesca
de atum mata golfinhos, o casaco da madame é resultado do sacrifício de
animais ou o brinquedo da criança é fabricado em condições desumanas em
algum lugar perdido do planeta todo mundo vai saber disso. E, portanto,
os agentes econômicos precisam levar essa possibilidade em consideração
ou vão sentir uma dor profunda no seu “órgão” mais sensível: o bolso
e/ou a conta bancária.
Diante disso, a comunicação hoje integra o alto escalão de
qualquer empresa, formulando estratégias de negócios de longo prazo e,
muitas vezes, liderando mudanças de rumo fundamentais, diz Chinem, ao
destacar que sustentabilidade, direitos humanos e justiça social
constituem hoje vocábulos indissociáveis do discurso empresarial. “Foi a
área da comunicação corporativa que operou a transformação e é ela que
tem mostrado os caminhos – e construído pontes – que possibilitam um
diálogo proveitoso para todas as partes envolvidas no negócio, do
cliente à comunidade do entorno”, acrescenta.
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IV |
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O jornalista Rivaldo Chinem (1952) começou a trabalhar como
repórter no extinto jornal Cidade de Santos e, depois, foi para
a Agência Folha, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo
e revista Veja. Dirigiu o jornalismo da TV Gazeta e da Rádio
Tupi, em São Paulo. Foi ainda um dos jornalistas que enfrentaram a
ditadura (1964-1985) colaborando com a imprensa alternativa, tendo
passado pelas redações do Repórter, Versus, Opinião, Movimento
e de O São Paulo, então combativo jornal da Cúria Metropolitana
de São Paulo, que tinha à frente o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns.
Apresentou o programa Imprensa e Comunicação em Debate
na Rádio Bandeirantes. Foi articulista da Agência Estado com a coluna
“Leitura do Empresário”, do site Topnegócios, do portal Terra, com a
coluna “Marketing Empresarial”, e do portal Megabrasil, com a coluna “O
dia a dia das assessorias de comunicação”.
Prestou assessoria de imprensa para empresas multinacionais,
associações de classe, empresários, políticos em São Paulo e em
Brasília, governo e embaixada. Foi assessor de imprensa do ex-presidente
Jânio Quadros (1917-1992). Ganhou o Prêmio Wladimir Herzog de
Reportagem, instituído pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
Deu cursos no Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae),
Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB),
Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), Pontifícia
Universidade Católica (PUC), de São Paulo, e Universidade de São Paulo (USP).
Publicou os livros Terror policial (São Paulo,
Editora Global, 1980), em co-autoria com o jornalista Tim Lopes
(1950-2002), Sentença: padres e posseiros do Araguaia (Rio de
Janeiro, Paz e Terra, 1983), Imprensa Alternativa – jornais de
oposição e inovação (São Paulo, Editora Ática, 1995),
Assessoria de imprensa – como fazer (São Paulo, Summus, 2003),
Jornalismo de Guerrilha – a imprensa alternativa brasileira da censura à
Internet (São Paulo, Editora Disal, 2004), Comunicação
empresarial – teoria e o dia a dia das assessorias de comunicação
(Vinhedo, Editora Horizonte, 2006), Marketing e divulgação da
pequena empresa (São Paulo, Editora Senac, 2009), Introdução à
comunicação empresarial (São Paulo, Editora Saraiva, 2010) e
Comunicação corporativa (São Paulo, Editora Escala, 2011).
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Revista InComunidade (Porto) |
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Adelto Gonçalves (Brasil)
Doutor em Literatura Portuguesa pela Universidade
de São Paulo e autor de Gonzaga, um Poeta do Iluminismo
(Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999), Barcelona
Brasileira (Lisboa, Nova Arrancada, 1999; São Paulo,
Publisher Brasil, 2002) e Bocage – o Perfil Perdido
(Lisboa, Caminho, 2003). E-mail: marilizadelto@uol.com.br |
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© Maria Estela Guedes
estela@triplov.com
PORTUGAL |
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