…
pois agora a abóbada sideral quebra-se em mil pedaços
e a
esperança explode
dentro dos lagos e nos tabiques.
risos. magníficas gargalhadas. crianças de olhos iluminados.
ah!
e os homens
com
a febre da glória
agrafada na falha dos dentes
e as
mulheres dançando com a luz das sombras...
pois hoje,
nem
a investida do gelo cavernal será capaz de nos oferecer resistência.
os nossos corações são bússolas despenteadas,
mas firmes
como
a turbina dos boques.
e
nas chaminés os anjos negros olham-se de soslaio e riem,
lacónicos,
talvez dizendo:
pobres homens! ladrões do fogo! cultivadores da ilusão!
e
os cães uivam
baixo
debaixo das mesas
com ouro tremente,
e
os gatos procuram o refúgio secreto das lareiras...
pois eis-nos aqui reunidos de novo,
ó homens e mulheres de alta
devoção!
celebrando mais uma partida,
francos, fortes e belos
como pedaços de carne nos fumeiros do
vento.
* *
*
...
e furiosos de noite seguimos o círculo dos bosques.
ó
geometria acesa nos dedos! eis-nos aqui...
eis-nos prontos para um novo ano. uma nova crónica será escrita
com
o metal do sangue e do esperma.
* *
*
...
ah! como são metódicos estes instrumentos de medição.
por
fora
- a
lucidez dos frutos ,
os diademas...
dentro
- o
florido rumorejar das harpas,
a rotaçao elíptica dos
diamantes...
* *
*
... e as mulheres enrubescem sob o olhar dos anjos que agora são
cabeças de cavalos penduradas nas árvores...
* *
*
...
ó sintaxe metálica ! eis-nos aqui de novo
cantando as prerrogativas do júbilo
- as velas já
alçadas no vento... |