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REVISTA TRIPLOV
de Artes, Religiões e Ciências
nova série | número 28 | junho | 2012
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ERVAS NAS RELIGIÕES
AFRO-BRASILEIRAS
Francisco Rivas Neto
Maria Elise Machado Rivas
José Luis Rojas Vuscovich
Yuri Tavares Rocha
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EDITOR |
TRIPLOV |
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ISSN 2182-147X |
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Contacto: revista@triplov.com |
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Dir. Maria Estela Guedes |
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"Este artigo é dedicado à memória e às
contribuições acadêmica e espiritual do professor, babalorixá e escritor
José Flávio Pessoa de Barros. Grande estudioso brasileiro de
Antropologia das Religiões, de Etnobotânica, de Sistemas
Classificatórios e das Religiões Afro-Brasileiras. Possuía graduação em
Ciências Físicas e Biológicas pela Universidade Gama Filho (1971),
graduação em Direito pela Universidade Cândido Mendes (1969),
especialização em Antropologia Biológica e Arqueologia pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (1974), doutorado em Antropologia pela
Universidade de São Paulo (1983) e pós-doutorado pela Université
Paris-Descartes (1986). Autor de várias obras de referência para os
estudos das Religiões Afro-Brasileiras, entre elas: “A Galinha d’Angola:
Iniciação e Identidade na Cultura Afro-Brasileira”, “O Segredo das
Folhas: Sistema de Classificação de Vegetais no Candomblé Jêje-Nagô do
Brasil”, “Na Minha Casa: Preces aos Orixás e Ancestrais”, “A Fogueira de
Xangô, o Orixá de Fogo: uma introdução à música sacra afro-brasileira”,
“Banquete do Rei-Olubajé” e “Ewé Òrisà: Uso Litúrgico e Terapêutico de
Vegetais nas Casas de Candomblé Jêje-Nagô”, esta muito utilizada na
elaboração deste artigo.
Òsáyìn Onísegùn Ewé ó Asá!" |
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Introdução |
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Nos dias
atuais, principalmente nos grandes centros urbanos, onde a população
mundial está se concentrando cada vez mais, há pessoas que, em seu
cotidiano, não entram em contato com um espaço aberto nem com a
natureza. Elas saem do apartamento, descem na garagem do prédio, chegam
à garagem do trabalho, vão ao “shopping” almoçar, voltam ao trabalho e
depois, para casa, tudo de carro e com ar condicionado. Choveu, fez sol,
fez calor, ventou? Essas pessoas nem saberiam responder...
Porém,
independentemente de sua crença religiosa, ou que nem a tenha, pessoas
com esse cotidiano é que saem de carro e lotam as estradas nos finais de
semana prolongados, para ir ao campo ou à praia, em busca de contato com
a natureza. Mesmo que a natureza esteja escondida na paisagem, poluída
ou alterada, mas ainda se está ao ar livre, há mais vegetação e se pode
sentir o vento, o calor e o sol. Mesmo de forma inconsciente, essas
pessoas buscam resgatar o contato com a natureza, com as plantas e com o
verde e obter o benefício que disso resulta. Mas por quê?
As
plantas possuem, dentro de seus ciclos, um mecanismo que permite a elas,
por meio da clorofila, pigmento que dá a cor verde à maioria das
plantas, captarem a energia solar e transformá-la em seu alimento,
juntamente com a água do solo e o gás carbônico do ar; esse processo é a
fotossíntese, síntese por meio da luz. Se o fenômeno físico luz é,
simbolicamente, ligado ao Espírito e ao Sagrado, por este aspecto,
pode-se ter uma ideia de como as plantas são importantes para a nossa
condição de seres encarnados, incapazes de produzir o próprio alimento.
É por intermédio do uso das plantas em alimentos, banhos, essência, etc.
é que absorvemos essa luz solar, indiretamente, mas é só isso?
Um fato
primordial para a existência da vida humana é a presença do gás oxigênio
na atmosfera em concentração suficiente para conseguirmos respirá-lo.
Como os homens, todos os organismos aerobióticos precisam respirar
oxigênio para sobreviver, que é fornecido pelas plantas como descarte da
fotossíntese, que consomem o gás carbônico que eliminamos em nossa
respiração. Dessa forma, tem-se outra evidência de quão importantes são
as plantas no metabolismo do planeta e o papel que desempenham na sua
manutenção. Evidencia-se nossa interdependência com as plantas e com a
natureza, mesmo que não se perceba isso.
O
oxigênio é o elemento que mais simboliza nossa situação de comunidade
planetária: o ar que respirávamos quando escrevíamos este artigo pode
estar entrando em seus pulmões nesse instante em que você o lê. E, o ar
que expirei, antes de chegar aos seus pulmões, foi absorvido por uma
planta e o gás carbônico por mim eliminado nesse ar pôde ser consumido
pela planta, que eliminou oxigênio, que voltou ao ar que acabou de ser
inspirado por você!
Na
Botânica, ciência que estuda as plantas, há um ramo chamado
Etnobotânica, que estuda a ligação entre as plantas e as culturas e
etnias, procurando entender como as plantas são apropriadas pelo homem
em seus usos alimentícios, fitoterápicos, ritualísticos e religiosos,
entre outros. Existem inúmeros exemplos desse fato no planeta.
Um campo
de pesquisa etnobotânica ainda pouco explorado no Brasil é aquele que
busca compreender a ligação das plantas e as culturas e etnias que já
existiam no Brasil e as que chegaram em diferentes momentos históricos,
procurando entender como as plantas eram e são utilizadas em termos
sagrados, ritualísticos e religiosos dentro
das religiões afro-brasileiras em sua mais ampla diversidade de
tradições, tais como Umbanda, Jurema, Omolocô, Tambor de Mina, Terecô,
Candomblé, Pajelança, Catimbó, Xambá, Babassuê, Toré, entre outras (1).
As religiões afro-brasileiras estão envolvidas num processo de
miscigenação, uma vez que o Brasil recebeu “(...) uma amostra de todas
as culturas com suas respectivas teogonias e cosmogonias e as miscigenou
em tempo recorde, se torna natural a recriação e aparente mistura das
nomenclaturas (...) no amplo território brasileiro. O Brasil, por ser um
país continente, recebeu em diferentes proporções, influências culturais
da Europa, África, América e Ásia, dando características específicas a
cada região, que compõe nosso território. [As religiões afro-brasileiras
acompanharam] essas características regionais, [elas se apresentaram] de
diversas maneiras em locais distintos” (2).
“As Três
Escolas Umbandistas Primevas são idênticas às matrizes formadoras do
povo brasileiro: Indo-Européia, Africana e Ameríndia. Vejamos os
exemplos de cada uma delas:
1ª
Umbanda Traçada e Candomblé de Caboclo
– como descendentes da matriz Africana. Óbvio, há traços das demais
(Indo-Européia e Ameríndia), mas a predominância é Africana.
2ª
Pajelança, Jurema
– descendentes da matriz Ameríndia, com maior ou menor influência das
demais matrizes formadoras.
3ª
Umbanda Branca, Umbanda Cristã e Umbanda Oriental
– descendentes da raiz Indo-Européia, com traços mais ou menos marcantes
das outras duas matrizes ou raízes” (3).
Nas
religiões afro-brasileiras, inúmeras plantas são utilizadas em ritos,
defumações, banhos, ornamentos, sacudimentos, preceitos, oferendas,
etc., além da utilização como essências. Sua utilização está ligada à
magia vegetomagnética porque as plantas, além dos aspectos já
comentados, são consideradas sagradas e relacionadas aos Orixás (4, 5).
As
plantas utilizadas nos ritos, cerimônias e oferendas das religiões
afro-brasileiras, que também podem ser chamadas de ervas, estão, como
tudo na matéria, ligadas às vibrações dos Orixás. Assim, cada planta
está associada a um determinado Orixá de maneira mais direta e às suas
correlações vibracionais com os signos, os astros, os entrecruzamentos
vibracionais e as entidades espirituais. Por essa razão, são sagradas,
além de assimilarem e conterem o “prana”, a energia vital emanada pelo
Sol e absorvida pelas plantas. Também, por não terem consciência, essa
energia é mantida pura e inalterada.
Neste
artigo, selecionaram-se algumas dessas ervas ou plantas sagradas para as
religiões afro-brasileiras, para conhecermos alguns de seus aspectos
botânicos, etnobotânicos e sagrados, fazendo a ligação entre ciência e
religião, dois importantes pilares do conhecimento humano. São elas:
akoko, ogbó, osibata, rinrin, peregun, teteregun, awurepepe, odundun,
makasa, abamodá, erva-de-são-joão, malva-cheirosa, manjericão, levante,
erva-de-santa-maria e owu.
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AKOKO |
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Também chamado de folha-de-akoko e acocô, é uma planta
nativa da África Tropical Centro-Oeste (Cameroon Guiné Equatorial,
Gabão, Zaire) e da África Tropical Oeste (Benin; Costa do Marfim, Gambia,
Ghana; Guiné, Libéria, Nigéria, Senegal, Sierra Leone, Togo).
Pertence
à família Bignoniaceae, cujo nome científico é Newbouldia laevis
(P. Beauv.) Seem. ex Bureau. É uma árvore
de porte médio (12-15m), de crescimento rápido (Fig. 1), com muitas
folhas e de aspecto tropical. As flores são tubulares, cor-de-rosa,
arranjadas em inflorescência e atraem borboletas e abelhas. É
relativamente resistente ao frio e bem aclimatada ao Brasil,
principalmente na Bahia
(6). |
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1. Árvore de akoko (Newbouldia laevis)
na Costa do Marfim, África (7). |
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Ligada
aos orixás Ossaim e Ogum, essa árvore está relacionada à prosperidade
para os iorubás, uma vez que seus ramos, utilizados como estacas, são
usados na montagem de barracas em mercados populares e, quando os
feirantes vão embora, deixam essas estacas, que brotam e originam novas
árvores (8).
As folhas de akoko são utilizadas no culto aos orixás e nos
terreiros egúngún, em oferendas e em cerimônias de iniciação,
“(...) no àgbo e em banhos para todos os iniciados,
independentemente de qual seja o orixá”
(9).
Essa
planta tem utilização medicinal como vermífugo, antisséptico,
antidisentérico, tônico, laxante, contra elefantíase, etc. (10). Também
o extrato de folhas de akoko foi testado como bactericida no tratamento
de redução de cáries e se mostrou muito eficiente (OKEKE, 2003).
Como
exemplo de conhecimento etnobotânico já pesquisado, o akoko é utilizado
no combate ao sarampo em crianças pela população de Ijebu-Ode, município
no sudoeste da Nigéria; Ijebu-Ode era, no século XVI, a capital do Reino
de Ijebu, uma etnia dos Yorubá, um dos maiores grupos etno-linguístico
ou étnico na África Ocidental. Hoje, ainda é falado o Ijebu, dialeto do
Yorubá (12).
Foi
realizado um estudo científico sobre seu uso religioso pelos Ehotilés,
grupo étnico Akan existente no sudeste da Costa de Marfim, e se
constatou que a espécie Newbouldia laevis, entre outras, é
utilizada como
um marcador simbólico para os pontos sagrados (13). |
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OGBÓ |
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Também chamado de cipó-de-leite, folha-de-leite,
rama-de-leite e orelha-de-macaco.
É uma
planta nativa da África Tropical (Angola,
Congo,
Cameroon,
Gabon,
Niger, Sierra Leone), pertencente à família Apocynaceae,
subfamília Periplocoideae, sinonímia de Periplocaceae =
Secamonoideae + Asclepiadoideae (14).
Seu nome científico é Periploca nigrescens
Afzel. ou
Parquetina
nigrescens (Afzel.)
Bullock (15) e é um arbusto escandente, trepadeira ou cipó, com folhas
cordiformes
(Fig. 2)
e
encontrada no sub-bosque de florestas. |
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Ligada aos orixás Oxossi e Ossaim, essa planta foi levada ao
Brasil pelos nagôs, onde se aclimatou muito bem, sendo
cultivadas para fins ritualísticos (17).
Sua utilização medicinal é tratar epilepsia (18), além de seu
extrato aquoso ser utilizado em parâmetros hematológicos em
anemia (19).
Alguns estudos etnobotânicos já foram realizados sobre o ogbó:
na África Ocidental, é utilizado para produzir borracha (20);
também é feito um antídoto com extrato
de suas raízes e com outras plantas (21). |
2. Folhas de agbó, Periploca
nigrescens (16) |
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OSIBATA |
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Também
chamada de golfo-de-flor-branca, lírio-da-água, nenúfar-branco,
lótus-branco e lótus-do-egito.
É uma
planta nativa do leste de África e do sudeste da Ásia, pertencente à
família Nymphaeaceae, cujo nome científico é Nymphaea lotus L.. É
uma planta aquática e perene, de águas paradas, limpas e um pouco
ácidas, cujas folhas flutuam na superfície da água. Os botões florais
sobem acima da superfície e se abrem (Fig. 3).
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3. Folhas e flor de osibata,
Nymphaea lotus (22) |
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Há outras
espécies também conhecidas por osibata, como Nymphaea alba L. (golfo-de-flor-branca),
Nuphar luteum Sibt. et Smith (golfo-de-flor-amarela), Nymphaea
rubra Roxb. ex Salisb. (golfo-de-flor-vermelha) e Nymphaea
caerulea Andr. (golfo-de-flor-lilás). Essas espécies foram
utilizadas pelos escravos nagôs em substituição à Nymphaea lotus,
introduzida no Brasil muito tempo depois (23).
Todas as
espécies de golfo são utilizadas em ritos de iniciação, agbó e
banhos de purificação, sendo que o de flor branca é utilizado “nas
obrigações dos filhos” de Oxalá, Iemanjá e Xangô; o de flor amarela,
para Oxum; o de flor vermelha, para Iansã e Obá; e, o de flor lilás,
para Nanã e Ewa; além disso, nos ritos de obrigação “dos sete anos,
osibata é planta indispensável a qualquer iniciado” (24). Também há o
uso em rituais funerários de purificação (25).
Possui uso
medicinal, sendo indicada como sedativo e calmante e também contra
taquicardia, fadiga geral, edema e coceira (26). Também utilizada contra
disenterias, diarreias e doenças dermatológicas (27).
Já foi
registrado o conhecimento etnobotânico dessa planta pelas populações
tradicionais de Benin (África), que utilizam suas flores para uso
veterinário (28). |
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RINRIN |
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Também
chamado de alfafaquinha, alfafaquinha-de-cobra, oriri, oriri-de-oxum,
oriri-de-mamãe-oxum e erva-de-jaboti.
É uma
planta nativa da África, que se adaptou muito bem às Américas. Pertence
à família Piperaceae e seu nome científico é Peperomia pellucida
(L.) Kunth. É uma planta herbácea, anual, com
raízes superficiais, com altura entre 15 e 45 cm, com ramos e hastes
suculentas. Suas folhas, pequenas e brilhantes (Fig. 4),
têm cheiro semelhante à mostarda, quando amassadas. |
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Ligada aos orixás Oxalá e Oxum, essa planta é fundamental nos
ritos de iniciação e obrigações periódicas nos terreiros de
candomblé jejê-nagô, participando do àgbo de todos os orixás; no
aspecto sincrético com o catolicismo, rinrin “(...) pertence
também a Oxum que, na qualidade de Opará, é sincretizada
com Santa Luzia, sendo ambas protetoras dos olhos” (30).
Tem uso medicinal contra dores abdominais, de cabeça, asma,
espasmos, tosse e diarreia, além de ser depurativo (31, 32). O
sumo extraído do caule do rinrin também é utilizado contra
irritações e inflamações oculares (33). |
Fig. 4. Folhas e
inflorescências de rinrin, Peperomia pellucida (29) |
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Como
exemplos de pesquisas sobre seu conhecimento etnobotânico, pode-se citar
que o rinrin é considerado uma planta medicinal usada no Suriname (34) e
que suas folhas são utilizadas como alimento pelos vietnamitas (35). |
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PEREGUN |
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Também
chamada de dracena, dracena d’água, pau d’água, nativo e
coqueiro-de-vênus.
É uma
planta nativa da
África Ocidental, Tanzânia e Zâmbia.
Pertence à família Ruscaceae (Agavaceae) e seu nome científico é
Dracaena fragans (L.) Ker Gawl. É uma planta arbustiva, de folhas
verdes em rosetas, podendo ter faixas
amareladas, com altura de 2 a 6m;
seu crescimento é limitado quando são cultivadas em água, daí seu nome
comum. Suas flores, arranjadas em inflorescências pendentes (Fig. 5),
são muito perfumadas, originando seu termo específico fragans, de
aroma agradável. |
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Ligado ao orixá Ogum, o peregun é a planta mais popular nos
candomblés do Brasil, utilizado no àgbo e em
sacudimentos, banhos e diversos ritos; por exemplo, ao final dos
17 dias em que ocorre a iniciação, é feito um rito que termina
assim: “(...) uma folha de peregun é colocada nas mãos do Iaô e,
sobre ela, é depositada uma brasa incandescente, para ser, em
seguida, resfriada com a água de uma quartinha de barro. Nesse
ritual estão simbolizados os quatro elementos da natureza, o
fogo contido na brasa, a água da quartinha, a terra representada
pela folha de peregun, e a fumaça gerada retratando o ar” (37). |
Fig. 5. Folhas e
inflorescências de peregun, Dracaena fragans (36) |
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O peregun
também pode ser plantado ao redor da casa de Ogum, formando cervas-vivas;
plantado para receber as oferendas a esse orixá; empunhado pelos orixás
durante as danças, substituindo outros objetos ritualísticos
tradicionalmente usados; e, na imantação de objetos ritualísticos de
ferro dedicados a Ogum, Ossaim, Oxossi ou Omulu, que são colocados no
fogo, retirados incandescentes e resfriados com água sobre as folhas do
peregun (38).
Além
disso, é uma das plantas usadas em cerimônias
de casamento, em encontros dedicados à feitiçaria e em cerimônias
religiosas pela população que vive no entorno do Parque Nacional
Kibale, em Uganda Ocidental, África (39).
Seus
usos medicinais dermatológicos e oftalmológicos por populações
tradicionais ainda não foram suficientemente estudados (40). Em banhos
ou em compressas, suas folhas maceradas podem ser utilizadas contra o
reumatismo
(41).
Como
exemplo de pesquisa sobre seu conhecimento etnobotânico, descobriu-se
que é uma das plantas utilizadas pela população do
distrito rural de Bushenyi, Uganda, para
induzir o trabalho de parto (42). |
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TETEREGUN |
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Também
chamada de cana-do-brejo, cana-de-macaco, cana-do-mato, sanguelavô,
sangolavô e ubacaia.
É uma
planta nativa da África Ocidental e Tropical, sendo encontrada no
Senegal, Etiópia, Tanzânia, Malawi e Angola.
Pertence à família Costaceae e seu nome científico é Costus afer
Ker Gawl., sendo que uma espécie brasileira do gênero Costus
também é conhecida por teteregun: C. spicatus Sw.. É uma planta
perene, herbácea, com as
folhas arranjadas em espiral ao longo das hastes, que podem ter de 1 a 2
m de comprimento; as flores estão arranjadas em inflorescências
terminais, com brácteas verdes, e flores brancas e cor-de-rosa (Fig. 6). |
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Ligado ao orixá Oxalá, o teteregun é indispensável nos ritos de
iniciação de neófitos, já que ela representa “(...) a morte
simbólica da vida profana e o nascimento do orixá [e ao]
teteregun (...) é atribuída a característica de ‘folha da vida e
da morte’, conforme o orín ewe (cântico) específico deste
vegetal, pois, ‘TÈTÈRÈGÚN ÒJÒ DO M’PA TÈTÈRÈGÚN ÒJÒ WO BÍ WÁ’ (Tètèrègún
é como a chuva que mata, tètèrègún é como a chuva que dá vida)”
(44). |
Fig. 6. Folhas de teteregun,
Costus afer (43) |
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A utilização medicinal do
teteregun é
contra dores estomacais, erupções e inflamações dermatológicas, náuseas
e a doença do sono; e, no tratamento de hipertensão e diabetes e como
estimulante e afrodisíaco (45).
Também, em forma de chá, juntamente com cabelo-de-milho e quebra-pedra,
é utilizado contra cálculos renais (46).
Em estudo etnobotânico, constatou-se que o
teteregun é
uma das 75 plantas medicinais existentes nos
bosques sagrados do povo de Kpaa Mende, no distrito de Moyamba, em
Sierra Leone, África. (47).
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AWUREPEPE |
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Também chamada de treme-treme, agrião-do-pará, jambu, agrião-do-brasil,
pimenta d’água e jambu-açu.
É uma
planta nativa da África e da América do Sul. Pertence à família
Asteraceae (Compositae) e seu nome científico é Spilanthes
acmella
(L.) Murray.
É uma planta herbácea, anual, quase rasteira, aromática, de até 30-50 cm
de altura e com inflorescências amarelas (Fig. 7).
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Fig. 7. Plantas de awurepepe (Spilanthes
acmella), destacando-se suas inflorescências amarela (48) |
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Ligado aos orixás Oxalá e Oxum, o
awurepepe é utilizado no àgbo, em
banhos e para lavar os olhos e os búzios, sendo que suas flores são
ligadas a exu; é “(...) visto como extremamente benéfico e exaltado no
korin ewé (cântico sagrado): AWÙRÉPÉPÉ PÈLÉPÈLÈ BEÒ significando,
AWÙRÉPÉPÉ, sensatamente, abençoe-nos” (49).
Como um de seus nomes já indica,
agrião-do-pará, é um planta muito conhecida no
estado Pará e na região norte brasileira, sendo um dos ingredientes do
preparo do tucupi, prato típico paraense (50).
Como
utilização medicinal, já se descobriu que nas mais de
60 espécies do gênero Spilanthes,
originárias da América Tropical, África, Bornéu e Austrália, o
espilantol é encontrado nas inflorescências e folhas,
composto que tem propriedades anestésicas locais, por exemplo, contra
dor de dente (51, 52). Especificamente para
S.
acmella,
suas propriedades anestésicas e antipiréticas já foram estudadas (53).
Além disso, as folhas são usadas contra escorbuto, anemia e dispepsias e
também podem ser utilizadas no preparo de xarope expectorante para
crianças; e, o extrato de suas flores elimina dores de dente
(54). |
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ODUNDUN |
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Também
chamado de saião, folha-da-costa, calanchoe, folha-grossa, para-tudo e
erva-grossa.
É uma
planta nativa da África Tropical até África do Sul. Pertence à família
Crassulaceae e seu nome científico é Kalanchoe crenata (Andrews)
Haw.. É uma planta herbácea, ereta
ou ascendente, suculenta de 1-2 m de altura; suas folhas verdes têm as
bordas crenadas, às vezes avermelhadas e afinadas; suas flores são
arranjadas em inflorescências tipo corimbo, amarelas, alaranjadas ou
avermelhadas (Fig. 8). |
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Fig. 8.
Folhas e inflorescência de odundun, Kalanchoe crenata (55) |
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Apesar de ser ligado
ao orixá Oxalá, o odudun é uma planta “(...) dedicada a todos os orixás
ligados aos mitos da criação, conhecidos como òrìsà-funfun, e, por
extensão, é utilizada para os demais orixás”; é utilizado em àgbo,
banhos, oferendas e nos sacrifícios ritualísticos de animais, tais como
pombos, cágados, patos e galinhas-d’angola, uma vez que suas folhas são
colocadas sobre os olhos do animal, para que ele não veja a morte (Ikú);
também, juntamente com outras ervas, é usado “(...) para ‘lavar os
búzios e as vistas’ dos sacerdotes que utilizam os jogos divinatórios”
(56).
Seu uso
medicinal é no
tratamento de dores do baço (57);
anti-inflamatório (58) e contra otites, dores de cabeça, inflamações,
convulsões e debilidade em geral (59).
O odundun também é utilizado contra doenças pulmonares, úlceras e
distúrbios estomacais e na cicatrização
(60).
Kalanchoe crenata,
chamado em Camarões de Noppi bali em Mbororo, é usado
contra larvas, anaplasmose e babesiose em animais (61).
Em
pesquisa etnobotânica, descobriu-se que K. crenata é uma das 83
espécies de plantas medicinais utilizadas por
42 curandeiros tradicionais de 12 vilas estudadas do grupo étnico Hehe,
das montanhas de Udzungwa, na Tanzânia, África; os métodos tradicionais
de conservar plantas medicinais incluem o controle social do acesso
(bosques sagrados), da domesticação, da coleta sustentável e do
armazenamento (62). |
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MAKASA |
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Também
chamado de catinga-de-mulata.
É uma
planta nativa da África e das Américas. Pertence à família Lamiaceae (Labiatae)
e seu nome científico é Hyptis mollissima Benth.. É uma planta
herbácea, anual, aromática, ereta e ramificada, de 0,5 a 1,5 m de altura
(Fig. 9). |
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Ligado
aos orixás Oxalá, Oxum e Iemanjá, as folhas de makasa são
utilizadas no àgbo dos filhos desses orixás, mas também
podem ser usadas em banhos purificatórios por filhos de outros
orixás, para lavar os búzios e “(...) misturadas ao manjericão,
manjerona, levante-miúda e colônia, compõem um banho aromático
com finalidade de atrair boa sorte”
(64).
Como utilização medicinal, já se constatou que
algumas espécies do gênero Hyptis são usadas contra
cólicas menstruais, problemas digestivos, gripes, resfriados,
problemas respiratórios e cefaléias (65). Também é utilizado em
banhos antitérmicos em crianças (66).
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Fig.
9. Folhas e inflorescências de makasa, Hyptis mollissima
(63) |
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ABAMODÁ |
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Também
chamado de folha-da-fortuna, fortuna, folha-grossa e
milagre-de-são-joaquim.
É uma
planta nativa da África Tropical, cultivada ou ambientada em muitas
ilhas do oceano Pacífico (Tonga, Havaí) e no Brasil. Pertence à família
Crassulaceae e seu nome científico é Bryophyllum pinnatum (Lam.)
Oken. É uma planta herbácea, suculenta, com 0,5-1,0 m de altura e folhas
compostas por três folíolos (Fig. 10). |
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Fig. 10.
Plantas de abamodá,
Bryophyllum
pinnatum,
e detalhe de suas folhas trifolioladas (67) |
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O abamodá
está ligado aos orixás Ifá, Oxalá e Xangô e é muito utilizado nos ritos
de iniciação, àgbo, banhos de purificação, sacralização de
objetos ritualísticos dos orixás e na “(...) lavagem dos búzios e das
vistas e para assentar Exu de mercado”; na tradição africana, é uma
planta que pertence “(...) aos orixás-funfun (originais), pois,
quando um vegetal é usado para vários orixás é porque, com raras
exceções, normalmente ele está ligado a Ifá ou Oxalá” (68).
Sua
utilização medicinal é contra asma (69), tosse, gastrite, alergias e
úlceras (70). Também é uma planta indicada “(...) como refrigerante,
diurética e sedativa. Combate encefalias, nevralgias, dores de dente,
coqueluche e afecções das vias respiratórias. É, ainda, utilizada
externamente contra doenças de pele, feridas, furúnculos, úlceras e
dermatoses em geral” (71). É uma das plantas medicinais comercializadas
no Suriname (72). |
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ERVA-DE-SÃO-JOÃO
Também
chamada de
mentrasto,
picão-roxo, macela-de-são-joão e catinga-de-bode.
É uma
planta cosmopolita tropical, ou seja, ocorre em praticamente todas as
regiões tropicais. Pertence à família Asteraceae (Compositae) e seu nome
científico é Ageratum conyzoides L.. É uma planta herbácea anual,
ereta, pilosa e aromática, com até 1 m de altura. Inflorescência tipo
capítulo com 30-50 flores de cor lilás a branca (Fig. 11). |
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Fig. 11. Planta de erva-de-são-joão,
Ageratum
conyzoides
(73) |
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A
erva-de-são-joão, também chamada de nagô isúmi uré nos candomblés
brasileiros, está ligada aos orixás Xangô e Orumilá e é utilizada “(...)
em banhos de purificação e sacudimentos para combater feitiços, pois é
considerada uma das melhores ‘folhas de defesa’ nos terreiros jêje-nagôs.
[Inclusive] (...) tem a finalidade de combater os feitiços enviados
pelas Ìyámi (feiticeiras)” (74).
Em termos
medicinais, possui propriedades hemostática e cicatrizante de
ferimentos; usado também como antiinflamatório (75). O chá de suas
folhas também é utilizado contra cólicas intestinais causadas por
diarréia e aerofagia, além de ser considerado tonificante,
antidepressivo, excitante, antiinflamatório, analgésico e cicatrizante
(76).
A
utilização de espécies de Agerantum como planta medicinal e os
conhecimentos etnobotânicos sobre elas já foram registrados em diversos
países, tais como: na medicina tradicional da Nigéria (77); na medicina
tradicional dos Vaidyas,
médicos Ayurvedas, médicos da
ciência da vida, na Índia (78);
na medicina da tradicional da Comunidade Mumbuca, no município de
Jalapão, estado de Tocantins, Brasil (79). |
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MALVA-CHEIROSA |
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Também
chamada de malva-de-botica, malva-alta e malva-grande.
É uma
planta nativa da Europa, Ásia e África. Pertence à família Malvaceae e
seu nome científico é Malva sylvestris L.. É uma planta herbácea
anual ou bianual, de até 1 m de altura, com folhas alternas, glabras ou
pilosas, palminérvias, riniformes ou cordiformes e com margens lobadas e
serreadas. Suas flores são púrpuras ou de variações de rosa, surgindo na
primavera e no verão (Fig. 12). |
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Fig. 12.
Planta de malva-cheirosa (Malva
sylvestris),
com folhas e flores (80) |
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É uma
planta que corresponde à vibração do Orixá Oxossi com intermediação para
Oxalá, representada pelo Caboclo Arruda e relacionada ao Exu Campina
(81).
Em termos
medicinais, a malva-cheirosa apresenta propriedades adstringentes,
expectorantes e cicatrizantes e é utilizada em banhos, gargarejos,
contusões, hemorróidas e inflações de boca e garganta; as flores de
malva-cheirosa têm sabor adocicado e podem ser consumidas em saladas ou
cristalizadas para serem usadas como enfeites em confeitaria (82).
Pesquisas
têm registrado os conhecimentos etnobotânicos sobre essa planta:
utilizada como planta medicinal na Itália (83); folhas e flores
utilizadas como alimento e chá na Turquia (84); e, utilizada como planta
medicinal em Portugal (85). |
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MANJERICÃO |
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Também
chamado de manjericão-doce, manjericão-de-folha-larga, manjericão-grande,
manjericão-de-molho e basílico.
É uma
planta nativa da Ásia Tropical. Pertence à família Lamiaceae (Labiatae)e
seu nome científico é Ocimum basilicum L.. É um arbusto de até
1,5m de altura, aromático e bastante ramificado, florescendo quase o ano
todo (Fig. 13). |
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O
manjericão, também chamado de efínrín, está ligado aos
orixás Iemanjá e Oxum e é utilizado “(...) na Casa das Minas,
culto jêje-mina no Maranhão, em uma mistura chamada ‘banho de
Natal’, que combina diversas plantas aromáticas consideradas
benéficas e atrativas de boa sorte” (87).
O
flavor do manjericão é explorado na culinária, em molhos
e massas, como condimento e como fragrância em produtos
farmacêuticos (88). Em termos medicinais, o manjericão é
recomendado contra problemas respiratórios, digestivos,
espasmos, infecções bacterianas e parasitas intestinais e é
antirreumático (89). Seu extrato apresenta grande atividade
antimicrobiana (90). |
Fig.
13. Planta de manjericão,
Ocimum basilicum
(86) |
|
|
Também é
indicado contra gases e cólicas intestinais, diarreias, afecções
urinárias e respiratórias, amidalites, gengivites e aftas (91).
Como
exemplo de conhecimento etnobotânico, foi registrado o uso do manjericão
por fazendeiros austríacos, onde é cultivado em pequenos jardins junto
às residências das fazendas (92). |
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LEVANTE |
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Também
chamada de alevante-miúda e alevante.
É
uma planta nativa da Europa. Pertence à família Lamiaceae (Labiatae) e
seu nome científico é Mentha citrata Ehrh. ou
Mentha x piperita
L. var. citrata (Ehrh.)
Briq.. É uma planta herbácea, anual ou perene, com 30-50 cm de altura,
semi-ereta, aromática (Fig. 14). |
|
|
|
Fig. 14.
Planta de levante,
Mentha
citrata
(93) |
|
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A levante,
também chamada de eré tuntún, está ligado aos orixás Oxum e
Iemanjá e é utilizada “(...) para compor o amassi empregado na
preparação dos búzios usados para fazer previsões; (...) nos rituais
jêje-nagô (...) em banhos purificatórios, quanto em ‘defumadores paras
atrais coisas boas’; (...) [é considerada] ‘uma planta de uso não
aconselhado para as pessoas de Obá’, pois, na África, estas Iabás são
representadas por dois rios que, quando se encontram, as águas ficam
tempestuosas, fenômeno ligado ao mito em que Oxum e Obá guerrearam pelo
amor de Xangô” (94).
Como
planta medicinal, é indicada para dores de estômago, náusea, parasitas e
outros distúrbios digestivos; para febres e dores de cabeça; e, tem
propriedades, analgésicas, antissépticas, antiespasmódicas e
vasodilatadoras (95).
Como
exemplo de conhecimento etnobotânico, foi registrado o uso da
levante como planta medicinal pela população da Reserva Extrativista
Chico Mendes, localizada no estado do Acre, Brasil (96). |
|
ERVA-DE-SANTA-MARIA |
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Também
chamada de mastruz, erva-formigueira, chá-do-méxico e ambrosia.
É uma
planta nativa da América Central e do Sul. Pertence à família
Chenopodiaceae e seu nome científico é Chenopodium ambrosioides
L.. É uma planta herbácea ou subarbustiva anual ou perene,
com forte aroma um pouco desagradável e característico, sendo muito
ramificada e com até 1 m de altura; com folhas maiores na parte inferior
da planta e menores e mais finas na parte superior (Fig. 15); suas
flores são pequenas e verdes. |
|
|
A
erva-de-santa-maria, também chamada pelos nomes iorubás
mánturusí e imi iyín, está ligado ao orixá Obaluaiê e
é utilizada “(...) nos candomblés brasileiros (...) em
sacudimentos de pessoas com problemas de saúde” (98).
Como planta medicinal, é antirreumática, vermífuga
(principalmente contra Ascaris lumbricoides), usada
contra bronquite e tuberculose (99). Também é utilizada contra
aerofagia, afecções pulmonares e verminoses, além de seus galhos
secos funcionarem como repelentes contra pulgas e percevejos
(100). |
Fig.
15: Planta de erva-de-santa-maria,
Chenopodium ambrosioides
(97) |
|
|
Como exemplo de conhecimento etnobotânico, foi registrada como planta
medicinal em Goiás (101). Porém, suas folhas já eram usadas pelos maias
para temperar milho, feijão, sopa, peixe e moluscos, sendo muito usada
até hoje como chá no México (102). É uma das 108 plantas medicinais
usadas pela etnia indígena Teribe, Bocas del Toro, província do Panamá
(103). |
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OWU |
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Também
chamada de algodoeiro-americano.
É uma
planta nativa da América do Sul Ocidental Tropical (Peru, Equador).
Pertence à família Malvaceae e seu nome científico é Gossypium
barbadense L.. É uma planta tropical perene, arbustiva que produz
flores amarelas (Fig. 16) e tem sementes pretas, sendo muito sensível à
geada. |
|
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O
owu, planta de grande importância para os jêje-nagôs, também
chamado de ewé òwú, àgbède, kéréwùú e
òwu, está ligado ao orixá Oxalá e Orumilá e é utilizado de
várias formas: “(...) as folhas (...) nos rituais de iniciação;
(...) os caroços negros funcionam como ‘favas’ e são colocados
dentro da gamela que contém os objetos rituais de Xangô Airá;
(...) o algodão é a matéria-prima na fabricação do tecido
predileto de Oxalá, o morim, o algodão puro. Utiliza-se também
para cobrir oferendas quando se pede pela saúde de alguém. (...)
Òsá, o signo feminino que rege o útero e a menstruação, foi
escolhido por Olorum como guardião do algodoeiro primordial”
(105). |
Fig.
16. Planta de owu,
Gossypium barbadense
(104) |
|
|
Em termos
medicinais, é utilizado como abortivo e expectorante e contra disenteria
e tumor linfático (106). Possui “(...) ação hemostática, dá os melhores
resultados no combate às desordens menstruais em que há regras
abundantes, e nas hemorragias após o parto. Emprega-se ainda no
tratamento das inflamações e dores do útero, e na retenção da placenta,
usando-se igualmente para provocar contrações uterinas” (107).
Pesquisas
etnobotânicas encontraram fragmentos do
algodão no Peru, datados de 3100 a.C.; os incas usaram o algodão por
razões práticas e com finalidades artísticas e suas técnicas de
tecelagem do algodão e a qualidade de suas matérias têxteis
impressionaram os conquistadores espanhóis, sendo muitas destas técnicas
perdidas (108). É comercializado como planta medicinal no
Suriname (109) e cultivado como recurso natural em Shuar, Cordillera del
Cóndor, Equador (110). |
|
Notas |
|
(1) Centro
de Cultura Viva das Tradições Afro-Brasileiras (http://www.ftu.edu.br/ftu/centro-de-cultura-viva.html).
(2)
Francisco Rivas Neto.
O mito de origem: uma revisão do ethos umbandista no discurso
histórico. Revista Teologia de Síntese, v. 1, n. 1, p. 11-27, 2010.
(3)
Op. cit.
(4)
Francisco Rivas Neto. Umbanda: o elo perdido. São Paulo:
Ícone, 1994.
(5)
Francisco Rivas Neto. Umbanda, a proto-sintese cósmica:
epistemologia, ética e método da Escola de Síntese. São Paulo:
Pensamento, 2007.
(6) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão. Ewé Òrìsà: uso litúrgico e
terapêutico dos vegetais nas casas de Candomblé Jêje-Nagô. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2009.
(7) François
Malan Djah. Religion traditionnelle et gestion durable des ressources
floristiques en Cote D'Ivoire: Le cas des Ehotilé, riverains du Parc
National des Îles Ehotilé, VertigO , v 9, n. 2, p. 1-11, 2009.
(8) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.
(9) Op.
cit., p. 75.
(10) James A. Duke. Ethnobotanical uses of
Newbouldia laevis,
Bignoniaceae (http://www.ars-grin.gov/cgi-bin/duke/ethnobot.pl?ethnobot.taxon=Newbouldia%20laevis).
(11) A.
Okekeo. Three-minute herbal treatment to reduce dental caries with a
Newbouldia laevis based extract. American Journal of Undergraduate
Research, v. 2, n. 2, p. 1-4, 2003.
(12) M. A.
Sonibare, J. O. Moody & E. Adesanya.
Use of medicinal plants for the treatment of measles in
Nigeria.
Journal of Ethnopharmacology, v. 122, n. 2, p. 268-272,
2009.
(13)
François Malan Djah,
Op. cit.
(14) H.J.T.
Venter. Nomenclature correction in Parquetina (Apocynaceae:
Periplocoideae). South African Journal of Botany, v. 75, n. 3, August
2009, p. 557-559.
(15) Venter,
Op. cit.
(16)
http://www.westafricanplants.senckenberg.de/images/pictures/Parquetina_nigrescens_
SDr_6984_1211_4a6b2a.JPG.
(17) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.
(18)
Aderivaldo Ramos de Santana. A cura da epilepsia na tradição Yorubá, em
dezembro de 2006 (http://www.historiaecultura.pro.br/cienciaepreconceito/outrossaberes/africa.htm).
(19) A. G.
Agbor & A. A. Odetola. Hematological studies of Parquetina nigrescens
on haemorrhagic anaemic rats. African Journal of Medical Science, v. 30,
n. 1-2, p.105-109, 2001.
(20) M.
Auguste Chevalier. On some alleged rubber-producing plants of West
Africa.
African Affairs,
v. 5, p.
252-256, 1906.
(21)
C. Delaude.
Les végétaux du Zaire: Médico Matériel-magique des fontes guérisseurs et
de Recherches phytochimiques. Université de Liège. Editions du
Centre de Coopération au Développement (CECODE). Imprimerie George
Michel SA, Liège, 1978.
(22)
Fotografia dos autores
(23) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.
(24) Op.
cit., p. 306.
(25)
François Malan Djah,
Op. cit.
(26) A. J.
P. Diafouka. Analyse des usages des plantes médicinales dans 4 régions
de Congo-Brazzaville. Faculté des Sciences, Université libre de
Bruxelles. Thèse de doctorat, 1997.
(27) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.
(28) M. N.
Assogba. Quelques enquêtes sur la pharmacopée traditionnelle vétérinaire
en République du Bénin. 13e Conference de la Societe Ouest
Africaine de Pharmacologie, Cotonou, Collège Polytechnique
Universitaire, 1984.
(29)
http://www.nybg.org/bsci/belize/Peperomia_pellucida.jpg.
(30) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.,
p. 314.
(31) Cheryl Lans. Comparison of plants used for skin and
stomach problems in Trinidad and Tobago with Asian ethnomedicine.
Journal of
Ethnobiology and Ethnomedicine, v.
3, n.
3, p. 1-12, 2007.
(32) James
A. Duke, Op. cit.
(33) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.
(34)
Tinde van Andel, Joelaika Behari-Ramdas, Reinout Havinga
& Sara Groenendijk.
The Medicinal Plant Trade in Suriname. Ethnobotany
Research & Applications, v. 5, p. 351-372, 2007.
(35)
My Lien Thi
Nguyen.
Insertions and Deletions: Evolution in the Assemblage of Vietnamese Food
Plants, Ethnobotany Research & Applications, v. 4, p.175-201, 2006.
(36)
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/30/Starr_021203-014_Dracaena_fragrans.jpg.
(37) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.,
p. 312.
(38) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.
(39)
E. K.
Kakudidi.
Cultural and social uses of plants
from and around Kibale National Park, Western
Uganda. African Journal of Ecology,
v.
42, n. 1, p. 114-118, 2004.
(40) J.
Mitchell & A. Rook.
Botanical Dermatology Database, 2011 (http://www.botanical-dermatology-database.info).
(41) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.
(42) M.
Kamatenesi-Mugisha & H. Oryem-Origa,
Medicinal plants used to induce labour during childbirth
in western Uganda.
Journal of
Ethnopharmacology, v. 109, n. 1/3, p. 1-9, 2007.
(43)
Fotografia dos autores.
(44) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.,
p. 330.
(45)
G. H. Schmelzer et al. Plant Resources of Tropical
Africa:
medicinal plants.
Wageningen: PROTA, 2008.
(46) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.
(47), A. R.
Lebbie & R. P. Guries. Ethnobotanical value and conservation of sacred
groves of the Kpaa Mende in Sierra Leone. Economic Botany, v. 49, n. 3,
p. 297-308, 1995.
(48)
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Spilanthes-groundcover-large.jpg
(49) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.,
p. 106.
(50) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.
(51) J.
Mitchell & A. Rook,
Op. cit.
(52) Thaila
Sarnaglia Vulpi et al. Análise do óleo essencial dos diferentes órgãos
de Acmella ciliata Kunth (Asteraceae). Revista Brasileira de
Biociências, v. 5, supl. 2, p. 1128-1130, 2007.
(53) A.
Chakraborty et al.
Preliminary
studies on local anesthetic and antipyretic activities of Spilanthes
acmella Murr. in experimental animal models.
Indian
Journal of Pharmacology, v. 42, n. 5, p. 277-279, 2010.
(54) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.
(55)
http://www.westafricanplants.senckenberg.de/root/index.php?page_id=14&id=943.
(56) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.,
p. 288.
(57) C. F.
Shangali et al. Use of medicinal plants in the Eastern Arc Mountains
with special reference to the Hehe Ethnic Group in the Udzungwa
Mountains, Tanzania, Journal of East African Natural History, v. 97, n.
2, p. 225-254. 2008.
(58)
Theophile
Dimo et al.
Antiinflammatory activity of leaf extracts of Kalanchoe crenata
Andr. The Indian Journal of Pharmacology, v. 38, n. 2, p. 115-119, 2006.
(59) T. B.
Nguelefack
et al. Analgesic and anticonvulsant effects of extracts from the leaves
of Kalanchoe crenata (Andrews) Haworth (Crassulaceae).
Journal of Ethnopharmacology, v. 106, n. 1, p. 70-75,
2006.
(60) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.
(61)
A. N. Nfi et al.
Ethnoveterinary medicine practices in the Northwest Province of
Cameroon. Veterinary Research
Communications, v. 25, n. 1, 2001.
(62) C. F.
Shangali et al.,
Op. cit.
(63)
http://plants.usda.gov/java/largeImage?imageID=hyal_001_avp.tif.
(64) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.,
p. 278.
(65) Harry
Lorenzi & Francisco José de Abreu Matos. Plantas medicinais no Brasil:
nativas e exóticas cultivadas. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
(66) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.,
p. 278.
(67)
http://plants.usda.gov/java/profile?symbol=KAPI.
(68) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.,
p. 52.
(69)
Tinde van Andel et al. The Medicinal Plant Trade in
Suriname.
Ethnobotany Research & Applications, v. 5, p. 351-372,
2007.
(70) Harry
Lorenzi & Francisco José de Abreu Matos, Op.
cit.
(71) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.,
p. 53.
(72)
Tinde van Andel et al.,
Op. cit.
(73)
http://www.nzenzeflowerspauwels.be/AgerCony.jpg
(74) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.,
p. 96.
(75) Harry
Lorenzi & Francisco José de Abreu Matos, Op.
cit.
(76) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.
(77)
Adenike Adedayo Ogunshe, Oladipupo A Lawal & Chinedum I
Iheakanwa.
Effects of simulated preparations of plants used in Nigerian traditional
medicine on Candida spp. associated with vaginal candidiasis.
Ethnobotany Research & Applications, v. 6, p. 373-383,
2008.
(78)
Chandra Prakash Kala. Current status of medicinal plants
used by traditional Vaidyas in Uttaranchal State of India, Ethnobotany
Research & Applications, v. 3, p. 267-278, 2005.
(79) Fabiane
Borges Rocha
Coelho et al. Levantamento etnofarmacológico realizado na
Comunidade Mumbuca localizada no Jalapão (TO). Revista Eletrônica de
Farmácia, v. 2, n. 2, p. 52-55, 2005.
(80)
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/09/Mallow_January_2008-1.jpg/640px-Mallow_January_2008-1.jpg.
(81)
Francisco Rivas Neto,
Op. cit.
(82) Harry
Lorenzi & Francisco José de Abreu Matos, Op.
cit.
(83) Maria
Lucia Leporatti & Massimo Impieri.
Ethnobotanical notes about some uses of medicinal plants in Alto Tirreno
Cosentino area (Calabria, Southern Italy).
Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine,
v.
3, p.
34-40,
2007.
(84) Şürkran
Kültür. An ethnobotanical study of Kırklareli (Turkey).
Phytologia
Balcanica, v. 14, n. 2, p. 279–289, 2008.
(85) J.
Camejo-Rodrigues et al.
An ethnobotanical study of medicinal and aromatic plants
in the Natural Park of “Serra de São Mamede” (Portugal).
Journal of
Ethnopharmacology, v. 89, n. 2-3, p. 199-209, 2003.
(86)
http://www.missouriplants.com/Whiteopp/Ocimum_basilicum_plant.jpg.
(87) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.,
p. 121.
(88) Marcio
Mazutti et al. Caracterização química de extratos de Ocimum basilicum
L. obtidos através de extração com CO2 a altas pressões.
Química Nova, v. 29, n. 6, p.1198-1202, 2006.
(89) Harry
Lorenzi & Francisco José de Abreu Matos, Op.
cit.
(90) Marcio
Mazutti et al., Op. cit.
(91) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.
(92)
Brigitte Vogl-Lukasser & Christian R. Vogl.
Ethnobotanical research in homegardens of small farmers in the Alpine
Region of Osttirol (Austria): an example for bridges built and building
bridges. Ethnobotany Research & Applications, v. 2, n. 111-137, 2004.
(93)
http://www.iac.sp.gov.br/publicacoes/publicacoes_online/pdf/Tecnico202.pdf
(94) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.,
p. 135.
(95) Harry
Lorenzi & Francisco José de Abreu Matos, Op.
cit.
(96) Lin
Chau Ming e Ayrton Amaral Junior.
Aspectos
Etnobotânicos de Plantas Medicinas na Reserva Extrativista "Chico
Mendes", 2000 (http://www.nybg.org/bsci/acre/www1/medicinal.html).
(97)
http://www.uni-graz.at/~katzer/engl/Chen_amb.html.
(98) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.,
p. 381.
(99) Harry
Lorenzi & Francisco José de Abreu Matos, Op.
cit.
(100) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.
(101)
Cynthia Domingues de Souza & Jeanine Maria Felfili. Uso de plantas
medicinais na região de Alto Paraíso de Goiás, GO, Brasil. Acta Botanica
Brasilica, São Paulo, v. 20, n. 1, p. 132-142, 2006.
(102), Nancy
C. Coile & Carlos R. Artaud.
Chenopodium
ambrosioides
L., (Chenopodiaceae) Mexican-tea, Wanted Weed? Botany Circular, n. 33,
p. 1-6, 1997.
(103) M. P.
Gupta.
Medical Ethnobotany of the Teribes of Bocas del Toro, Panama.
Journal of Ethnopharmacology, v. 96, n. 3, p. 389-401, 2005.
(104)
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/de/Starr_080716-9492_Gossypium_barbadense.jpg
(105) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.,
p. 204-205.
(106)
http://www.ars-grin.gov/cgi-bin/duke/ethnobot.pl?ethnobot.taxon=Gossypium%20barbadense
(107) José
Flávio Pessoa de Barros & Eduardo Napoleão,
Op. cit.,
p. 205.
(108)
http://natural-fabrics.suite101.com/article.cfm/peruvian_pima_cotton_gossypium_barbadense
(109)
Tinde van Andel et al.,
Op. cit.
(110),
Amy E. Duchelle. Observations on Natural Resource Use and Conservation
by the Shuar in Ecuador's Cordillera del Cóndor,
Ethnobotany Research & Applications, v. 5, p.5-23, 2007. |
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Francisco
Rivas Neto (São Paulo/SP, Brasil)
Médico
especializado em Cardiologia e Medicina Intensiva pela Universidade de
São Paulo. Sacerdote das Religiões Afro-brasileiras há mais de quatro
décadas, sendo Mestre-Raiz da Escola de Síntese. Em 1970, fundou a Ordem
Iniciática do Cruzeiro Divino (OICD), sendo seu dirigente até hoje.
Também fundou, em 2003, a primeira faculdade de teologia com ênfase nas
religiões afro-brasileiras do mundo, a Faculdade de Teologia Umbandista
(FTU). Escreveu vários livros, entre eles: “Umbanda: a Proto-Síntese
Cósmica”, “Sacerdote, Mago e Médico”, “Exu: o Grande Arcano” e
“Espiritualidade e Ciência na Teologia das Religiões Afro-brasileiras”. |
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Maria
Elise Machado Rivas (São Paulo/SP, Brasil)
Bacharel em
Teologia com Ênfase nas Religiões Afro-Brasileiras pela Faculdade de
Teologia Umbandista (FTU). Mestranda do Programa de Pós-graduação em
Ciências da Religião, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Atualmente, além de Vice-Diretora da FTU, é responsável pelas
disciplinas Religiões Ocidentais e Teologia das Religiões
Afro-brasileiras. Autora dos livros “Umbanda: o despertar da essência” e
“O Mestre iluminando consciências”. |
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José Luis
Rojas Vuscovich (São Paulo/SP, Brasil)
Licenciado
em Ciências e Artes Ambientais e graduado em Ecologia e Paisagismo pela
Univerisidad Central de Chile (UCEN). Mestre em Integração de
América Latina pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, é
professor da Faculdade de Teologia Umbandista (FTU), responsável pela
disciplina Meio Ambiente e Espiritualidade. |
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Yuri
Tavares Rocha (São Paulo/SP, Brasil)
Graduado em Engenharia Agronômica, mestrado e doutorado
em Geografia, todos pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, é
professor doutor do Departamento de Geografia/USP, responsável pelas
disciplinas Paisagem e Planejamento Ambiental, Biogeografia e Teoria
Geográfica da Paisagem. |
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© Maria Estela Guedes
estela@triplov.com
PORTUGAL |
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