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REVISTA TRIPLOV
de Artes, Religiões e Ciências
Nova Série | Número 28 | junho | 2012
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ALEXSANDRO RODRIGUES
DE OLIVEIRA
«Pescando bagres», isto é real?
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Trabalho
desenvolvido no curso de Letras na disciplina Literatura Africana,
ministrada pelo Professor André Ozawa.
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EDITOR |
TRIPLOV |
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ISSN 2182-147X |
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Contacto: revista@triplov.com |
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Dir. Maria Estela Guedes |
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Resumo
O objetivo desse trabalho foi analisar o
poema “Pescando Bagres” que faz parte da obra intitulada “Chão de
Papel”, da autora Maria Estela Guedes (1), a
qual se colocou à disposição durante todo momento da pesquisa quanto aos
esclarecimentos necessários e até mesmo particulares da história contada
no poema supracitado. Analisando o contexto vivido pela autora, as
palavras utilizadas, as línguas inseridas na obra, tanto em português
como em crioulo, a história de Guiné-Bissau e do Forte da Amura, fazendo
uma análise com auxílio de teóricos sobre o discurso inserido. |
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PALAVRAS-CHAVE:
Forte da Amura, “Pescando bagres”, Pai, Memória,
Identidade. |
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INTRODUÇÃO
Segundo José Manuel Moran (2008), o adulto com sua identidade formada é
fruto das histórias vividas por uma criança que se depara com diversas
situações da vida. Analisando a obra “Chão de Papel”, da autora Maria
Estela Guedes, podemos ver esta teoria ensinada por Moran, com fatos na
vida de Guedes que fazem com que o locutor e o interlocutor dialoguem
com a leitura de sua obra. Com base em questionamentos por e-mail com a
autora, compreenderemos o contexto vivido pela mesma que detalha de
forma rica usando as palavras em crioulo. Discutiremos a vida da autora
para compreender o poema “Pescando Bagres”, uma vez que este retrata
acontecimentos de pai e filha.
A partir do sujeito da enunciação, que está no centro da referenciação
linguística, efetuaremos a identificação/localização de objetos e
entidades no espaço e no tempo, buscando os elementos que determinam a
situação dos participantes na comunicação, relativamente ao tempo e ao
espaço da enunciação. Analisando o tempo linguístico, expresso através
dos tempos verbais e das locu-ções adverbiais temporais, que estão
organicamente ligados ao exercício da fala/escrita, poderemos
compreender os papéis assumidos pelos participantes nas relações
sociais.
Compreender a obra, a história de um povo e a história da autora, farão
parte desta pesquisa, através de auxílio de teóricos e poetas que em
suas obras sintetizam e apresentam explicações para a escrita de uma
obra e a criação de uma identidade. Entretanto é impossível tentar
passar a emoção da obra para o leitor com este trabalho; para isto é
preciso ler, e ler novamente para buscar no íntimo do poema a mensagem
da autora, o diálogo entre locutor e interlocutor.
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CONTEXTO HISTÓRICO
Em meados do século XVII, período em que a escravidão era explorada no
continente africano, os franceses e suas atividades estiveram mais
presentes nesta região. Neste período havia empresas responsáveis por
este fornecimento, razão pela qual os franceses deram inicio em obras
para construção de um forte em Bissau. Com isto chegavam navios
constantemente com materiais e por isso rapidamente o novo governador de
Cabo Verde, Veríssimo Carvalho da Costa,
em visita à Guiné, informou ao soberano português sobre o assunto, por
carta datada de Cacheu em 2 de abril de 1687, procurando meios de
intervir no procedimento dos franceses. A estrutura não foi construída
nesta época.
A primeira estrutura do que conhecemos atualmente foi erigida pelos
portugueses já em 1696, tendo o Capitão-mor José Pinheiro comandando a
construção, mas devido a prejuízos e fim do contrato de exploração, a
capitania de Bissau foi abandonada e consequentemente sua fortificação
destruída em 1707, e reconstruída em 1753 para ser reutilizada; teve
alguns reparos em 1858 e novamente em 1860, mas foi somente em 1970 que
a fortificação foi totalmente restaurada.
Atualmente, o forte da Amura é o quartel-general das forças
armadas da Guiné-Bissau
[i]
e como podemos ver no excerto abaixo ainda é visto como um monumento
histórico, o qual foi citado no poema como local de passeio, próximo do
cais onde se verificou a pescaria. O arquiteto Fernando J. P. Teixeira
faz uma reinvindicação e demonstra seu amor por seu país e pela
fortaleza d’Amura.
Esta fortaleza é hoje, no meu destruído país, o único património
histórico nacional, que me dá bases sólidas sejam elas históricas ou
sociológicas que me permitem uma reflexão e entendimento sobre quem sou
e para onde vou. Ou por outro, quem somos e para onde vamos. Pois quero
acreditar que somos um povo único e soberano. Quero acreditar que amamos
o nosso País e o pomos acima das nossas tribos e confissões religiosas.
Quero acreditar que somos capazes de reverter tudo que seja negativo
para bem deste País.
[ii]
Como podemos ver acima, falar do forte da Amura faz com que algumas
pessoas busquem em sua memória discursiva o retrato do país, o saber
pessoal, e até mesmo uma apresentação de identidade nacional. |
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A AUTORA MARIA ESTELA GUEDES
A autora Maria Estela Guedes morou na Guiné-Bissau dos (8) oito aos (18)
dezoito anos de idade, e ao citar o forte da Amura demonstra lembranças
vividas naquele lugar, que podem apontar a alegria de estar ao lado de
seu pai durante a pescaria. Em entrevista por E-mail, a autora respondeu
às perguntas com algumas informações esclarecedoras:
Alexsandro:
Você residia na Guiné?
Estela:
“Sim, eu vivi cerca de 10 anos naquilo a que então se chamava «Guiné
Portuguesa»: dos oito aos dezoito anos, mais ou menos. Fiz lá parte da
Primária e o Liceu”.
Alexsandro:
No Poema "Pescando Bagres" foi citado o "forte da Amura". Encontrei
alguns sites que apresentam este local, mas você poderia indicar algo
confiável para eu entender e explicar a visita do pai e do filho ao
local?
Estela:
É passeio de pai e filha (eu). O Forte da Amura ainda existe, é uma
fortaleza antiga, onde estava instalada parte do exército. Não há
necessidade de bibliografia para isso. Creio que o Forte continua a ser
usado pelo Exército, agora Bissau-guineense. Fomos lá porque é dos raros
monumentos da cidade e fica junto ao rio Geba, aquele a onde fomos
pescar bagres.
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Com base nas perguntas seguidas de respostas da autora, podemos dizer
que se trata de um resgate de sua infância com seu pai, a memória
discursiva sendo bem utilizada em uma obra literária. A autora retrata
sua vida na obra; segundo
Moran, estas atitudes demonstram a criação da identidade do indivíduo
que enquanto criança se depara com diversas situações e já adulto
externam seus sentimentos, lembranças, de forma que utiliza seu passado
em seu crescimento no presente com objetivo de mostrar sua identidade no
futuro.
Quando crianças, encontramos o mundo “pronto” e nos
esforçamos pra entendê-lo e nos encaixarmos nele. A sociedade nos
ensina, ao mostrar o que é positivo e negativo, o que fazer pra sermos
bem aceitos... Assim, e geralmente a partir de acontecimentos marcantes
e de crises variadas, nós constatamos que precisamos avaliar nossas
metas, nosso objetivos, para descobrir nossa verdadeira identidade.
Então, começamos a rever o que temos: valores, expectativas, educação;
mantemos o que nos serve e tentamos descartar o que nos pesa, o que
parece inútil. E começamos a caminhar para a autonomia, para a
individuação, para o crescimento pessoal integral. (p.9-11).
Com base em Moran podemos dizer que os acontecimentos
marcantes, tal como a atividade de Guedes com seu pai, geralmente nos
levam a descobrir nossa verdadeira identidade e nos tornam autônomos em
nosso crescimento pessoal. Neste caso podemos ver o crescimento da
autora que transforma os fatos de sua vida em arte, vemos na obra a vida
se tornando arte e a arte inserida na vida. Vejamos a parte da biografia
da autora:
Maria Estela
Pinto de Almeida Guedes nasceu em Britiande (Lamego), a 21 de Maio de
1947, Nacionalidade – portuguesa, viveu no continente africano entre os
anos 50 e 60 onde foi criada e educada por quase 10 anos de sua vida.
Escritora. Membro da Associação Internacional de Críticos Literários (AICL),
da Associação Portuguesa de Escritores (APE), da Sociedade Portuguesa de
Autores (SPA) e do Instituto S. Tomás de Aquino (ISTA). Investigadora no
Centro Interdisciplinar de Ciência, Tecnologia e Sociedade da
Universidade de Lisboa (CICTSUL). Assessora principal; bibliotecária no
Museu Bocage - Museu Nacional de História Natural, Lisboa.
[iII]
Analisando a biografia da autora podemos afirmar que Moran
está certo ao dizer que as experiências na vida de uma criança podem
encaminhar uma pessoa “para
a individuação, para o crescimento pessoal integral”,
pois o passado da mesma é presente em seu trabalho de forma explicita.
Fernando Pessoa (2003) discute a arte baseada na vida em sua obra
“Prosa, Ricardo Reis”, com base em seu excerto abaixo podemos
compreender a beleza da obra de Guedes tornando possível a arte
basear-se em sua vida pessoal, compartilhando com o interlocutor uma
história real, de forma que o mesmo se identifica na obra.
A arte baseia-se na vida, porém não como matéria mas como
forma. Sendo a arte um produto directo do pensamento, é do pensamento
que se serve como matéria; a forma vai buscá-la à vida. A obra de arte é
um pensamento tornado vida: um desejo realizado de si-mesmo. Como
realizado tem que usar a forma da vida, que é essencialmente a
realização; como realizado em si-mesmo tem que tirar de si a matéria em
que realiza. (Fernando Pessoa 2003) |
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PESCANDO BAGRES
Um dia o pai levou-te ao forte da Amura
Com os seus canhões de bronze
Depois desceste com ele até ao cais
Onde estava atracado um dos barcos em que
Costumáveis viajar até à metrópole
Era o navio Ana Mafalda e pertencia à CUF, como o Alfredo da Silva —
nome do empresário, dono da CUF. Creio que a Quimigal, na outra banda,
frente a Lisboa, descende desse antigo empório industrial.
Ainda vos vejo sentados lado a lado
— Ao longe o ballet das canoas em contraluz
E mais ainda o esboço a carvão do misterioso
Ilhéu do Rei —
Puxaste a linha várias vezes e uma ou outra
Trazia um peixote grosso de áspera pele
Sem escamas
Pelo menos tens essa imagem na memória
Instantes felizes em que a lembrança
Traz aos olhos o rosto ainda novo e bonito
Desse grande pescador de devaneios
Que lia à mesa, mas volta e meia era teu pai.
A obra acima apresenta um narrador-onisciente, pois conta a história em
3ª pessoa e, às vezes, permite certas intromissões narrando em 1ª
pessoa. Ele conhece tudo sobre os personagens e sobre o enredo, sabe o
que passa no íntimo das personagens, conhece suas emoções e pensamentos.
Ele é capaz de revelar suas vozes interiores, seu fluxo de consciência,
em 1ª pessoa. Quando isso acontece, o narrador faz uso do discurso
indireto livre. Assim, o enredo se torna plenamente conhecido, os
antecedentes das ações, suas entrelinhas, seus pressupostos, seu futuro
e suas consequências.
Podemos ver no trecho “Um dia o pai levou-te ao forte da Amura”,
a presença do “EU” dialogando com o “TU”, o que remete ao
narrador-onisciente, pois o poema conta a história do “TU” que é
criança/ adolescente sendo contado pelo “EU”, isto é algo que está
implícito no discurso, mas se evidenciou ao entrevistar a autora, como
supracitado, que mencionou ser ela indo pescar com o pai. Porém o uso do
discurso indireto mostra que está falando do passado, aí é o “EU”
falando com o “TU”.
Vejamos o que
Maingueneau e Charaudeau (2004) dizem sobre o discurso:
Não adquire sentido a não ser no interior de um universo
de outros discursos, através do qual ele deve abrir um caminho. Para
interpretar o menor enunciado, é preciso colocá-lo em relação com todos
os tipos de outros, que se comentam, parodiam, citam. Cada gênero de
discurso tem sua maneira de gerar as multiplicidades das relações
interdiscursivas (...). O próprio fato de situar um discurso em um
gênero (a conferência, o jornal televisado, ...) implica que ele é
colocado em relação ao conjunto ilimitado de outros. (p. 172)
Maingueneau e Charaudeau (2004) concordam que o discurso citado está
inserido nos diversos modos de gerar as multiplicidades, é através do
discurso que os caminhos vão se abrindo para que possamos interpretar o
enunciado, para eles, o sentido do discurso está inserido no universo de
outros discursos e suas falas atribuídas a outros contextos que diferem
do locutor. Por exemplo, o Poema de Guedes, que em sua estrutura
apresenta uma história familiar vivida em um lugar real e em meio ao
discurso de lembrança do passado surge um narrador adulto em forma de
“EU” falando consigo mesma em forma de “TU”, sobre o que aconteceu em
seu passado, isto faz com que o narrador, que está no presente, remeta
suas lembranças ao passado como se conhece as personagens da história e
não fizesse parte da história.
Guedes utiliza estes recursos ao apresentar seu discurso em sua obra,
pois ela faz com que cada linha entre em contato com a outra. Um exemplo
disto é quando ela cita no meio de seu poema Alfredo da Silva, um homem
conhecido na sociedade por ser um empresário no período que acontece a
história.
Ao citar também o navio “Ana Mafalda” que pertencia ao
empresário, a autora coloca o narrador dentro do contexto, de forma que
adquire o sentido que quer dar à linha que diz: “Onde
estava atracado um dos barcos em que / Costumáveis viajar até à
metrópole”.
Com base nas respostas da autora podemos concluir que os mínimos
detalhes foram lembrados por ela, demonstrando mais uma vez o retrato de
sua vida inserido no poema.
Outro ponto interessante no poema é o trecho a seguir:
Pelo menos tens essa imagem na memória
Instantes felizes em que a lembrança
Traz aos olhos o rosto ainda novo e bonito
Desse grande pescador de devaneios
Que lia à mesa, mas volta e meia era teu pai.
Para mim quando a autora diz “pelo menos” entendo que “no mínimo” algo
de bom ficou estas palavras estão intrinsicamente ligadas a imagem que a
autora guarda de seu passado, mas também serve de recurso para ser
utilizado ao que ela se põe a imaginar, podemos dizer também que essas
lembranças, a memória, tal como a saudade, quando temos o sentimento que
passou, mas que ainda podemos lembrar, é obvio que somente a autora
poderá nos afirmar qual era seu discurso neste momento, mas não podemos
deixar de visualizar as palavras “instantes felizes” e “lembrança”,
todas essas palavras remetem a algo que passou. Entretanto o poema nem
sempre pode corresponder aos fatos vividos em seu contexto histórico,
mas esta é a imagem que ela guarda neste momento.
Em seguida Guedes mostra de quem a filha sente saudades, o “pescador de
devaneios”, um sonhador, ou alguém que pensa muito em lembranças
passadas, e termina dizendo que este é seu pai. O poema sugere
lembranças de alguém que ama e de um lugar que nos permite ter tais
memórias.
Podemos perceber que a narrativa hora está no presente, hora no
pretérito imperfeito e é esta mistura de tempo verbal que nos faz
imaginar que o narrador conhece a história, mas não faz parte dela.
A obra usa o tempo
no Presente mesclando com tempo verbal
Pretérito imperfeito que expressa um fato que teve início no passado e
que pode se prolongar até o momento atual. No caso podemos ver um
exemplo na frase “Pelo menos tens essa imagem na memória”, pois é
uma continuação da narrativa que relembra o passado, quando o texto diz:
“tens” entendemos que “TU tens” a imagem na memória. Este
é o “EU” dialogando com o “TU” e este uso de recurso leva o leitor/
interlocutor a refletir que os acontecimentos marcantes da infância
ficaram na memória do adulto.
Observando o tema da obra, “Chão de Papel”, podemos observar o respeito
da autora pela terra em que viveu durante quase 10 (dez) anos. O uso das
palavras em crioulo nos testifica isto, por exemplo: A palavra “CHÃO”,
que significa terra natal remete a Bissau, local onde a autora viveu, e
a palavra “PAPEL”, que significa nativo da ilha de Bissau, juntas
demonstram uma obra criada para o povo de Bissau, e ao mesmo tempo para
que o mundo conheça este povo. A utilização da arte para mostrar a vida,
a identidade de um povo sofrido visto por outros olhos, é o que vejo na
obra supracitada, os recursos utilizados nada mais são do que uma
possibilidade de apresentar a estilística da obra, mas o contexto é o
que realmente é passado, pois este fica nas entrelinhas do poema. |
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Vida e Obra da autora Maria Estela Guedes, apresentadas na análise
acima busca compreender um pouco mais sobre a infância da autora e como
ela refletiu em seu crescimento pessoal e profissional, pudemos
compreender com base em teóricos que a vida imita a arte e a arte se
torna vida, como ensinado por Fernando Pessoa, os sentimentos da autora
expostos na obra demonstra o resgate de uma memória discursiva que ao
ser inserida no poema despertam no leitor a curiosidade de conhecer as
palavras usadas no texto e saber se são fatos reais ou mera ficção. A
autora redesenhou sua história de forma simples e cativante de modo que
o leitor que se aprofunda fica curioso para conhecer os locais
apresentados na obra.
Ao iniciar a análise desta obra para saber oque era fictício e o que era
real, não imaginei me deparar com tanta realidade em tão poucas linhas,
a obra trabalhada em Crioulo, apresenta as raízes e a identidade da
autora, que junto às suas memórias apresentam, Guiné-Bissau ao mundo
através de um olhar artístico sem perder a simplicidade do povo e a
grandeza de um passeio de pai e filha. |
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GLOSSÁRIO
Chão -
Terra, no sentido de terra natal. No caso, Chão de Papel ou Bissau, como
região, uma ilha na qual existe a cidade do mesmo nome. Bissau não é uma
ilha oceânica, sim continental, com costa atlântica, mas recortada no
continente pelo curso dos rios Geba e Mansoa.
Chão de Papel -
Nome da ilha de Bissau. Os Papéis são uma das cerca de trinta etnias que
existem na Guiné-Bissau, e o seu chão (a sua terra natal) é a ilha de
Bissau.
Papel, papéis -
Nativo (s) da ilha de Bissau.
Liceu -
O Liceu foi
uma escola fundada por Aristóteles
em 335
a.C.
A sua designação original era lyceum,
provavelmente derivado de Apolo
Lykeios. Hoje em dia, dá-se a designação de "liceu" a vários
estabelecimentos culturais ou educativos em vários países, especialmente
a determinadas escolas
do ensino secundário. |
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Placa existente na entrada da Fortaleza da Amura ou S. José Bissau -1960
– arquivo histórico http:actd.iict.pt |
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Vista parcial e Ilhéu do Rei – Cartão
Postal, nº117, Edição “Foto Serra” (Coleção Guiné Portuguesa). |
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A ponte-cais em T,
em Bissau, imagem tirada de bordo do navio Uíge, onde se podem ver os
últimos militares a aguardarem a vez de embarcarem. Na imagem são
visíveis as viaturas GMC, Unimog, Willys, viaturas do Exército
características da época. Ao fundo, a avenida marginal para o Pijiguiti,
e o Forte da Amura. Fotografia
de Alberto Lima Santos in:http://especialistasdaba12.blogspot.com. |
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BIBLIOGRAFIA
GUEDES, Maria Estela – Chão de Papel. Lisboa- Portugal : Apenas livros,
1º ed. 2009
MORAN, José Manuel - APRENDENDO A VIVER
Caminhos para a realização plena. São Paulo: Paulinas, 4ª ed, 2008.
MAINGUENEAU, Dominique. Dicionário de
Análise do Discurso. Coordenação
de tradução: Fabiana Komesu. SP: Contexto, 2004.
PESSOA, Fernando – Prosa, Ricardo Reis – Editora Assírio e Alvim - 2003 |
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Maria
Estela Guedes (1947 Britiande / Portugal). Diretora do Triplov, Membro
da Associação Portuguesa de Escritores, do Centro Interdisciplinar da
Universidade de Lisboa e
do Instituto São Tomás de Aquino.
E-mail:
estela@triplov.com
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Alexsandro Rodrigues de Oliveira, Nasceu Em São Paulo- SP, Brasil em
08/10/1981 Aluno da Universidade Nove de Julho do sexto semestre no
Curso de Letras: Português / Inglês, Professor de Língua Portuguesa no
Estado de SP. E-mail: alexdeoliveirasp@hotmail.com, Facebook:
http://www.facebook.com/alexsandro.deoliveira |
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© Maria Estela Guedes
estela@triplov.com
PORTUGAL |
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