REVISTA TRIPLOV
de Artes, Religiões e Ciências


Nova Série | Número 27 | Maio | 2012

 
 

 

 

ANTÓNIO CÂNDIDO FRANCO

Um auto para a Casa de Avis

                                                                  
 

EDITOR | TRIPLOV

 
ISSN 2182-147X  
Contacto: revista@triplov.com  
Dir. Maria Estela Guedes  
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 PERSONAGENS 

Álvaro Pais

João das Regras

João Afonso Teles

Leonor Teles

Álvaro Peres de Castro

Mestre de Avis

João Fernandes de Andeiro

Uma Mendiga

O Director do Jardim Zoológico

O Gigante Verde

   
 

PRIMEIRO QUADRO

(sala do paço de Apar de São Martinho; luz da manhã; ouve-se ao longe um bafordo de armas

Álvaro Pais 

El-rei dom Fernando finou-se. A senhora dona Beatriz, filha única do matrimónio d’el-rei defunto, é rainha de Castela. E os tratos de Salvaterra, nos quais quis el-rei descansar a cabeça, são para rasgar. E nenhum cuidado nos daria esse abandono, se el-rei de Castela, o senhor dom João, conviesse ao reino e a Lisboa. Mas não convém.

 

João das Regras 

Explicai-vos, senhor.

 

Álvaro Pais 

Não se há-de ligar pela vontade dos homens o que naturalmente é entre si contrário. O Tejo e o Guadalquivir correm na mesma direcção e sempre as suas gentes disputarão o mesmo mar. Lisboa e Sevilha são rivais e cada uma há mister de seu senhor.

 

João das Regras 

Os reis de Castela já se fizeram coroar reis de Portugal na Sé de Toledo. As bandeiras de seda, ao que se diz, cosiam as armas de Castela às de Portugal. Não foi o que me dissestes senhor conde de Barcelos?

 

João Afonso Teles 

À boa fé o disse e ora o repito! No fim com a bênção do arcebispo primaz das Hespanhas, o alferes do reino até deu vozes de aclamação a el-rei dom João de Castela e Portugal.

 

Leonor Teles (rosto coberto por véu) 

Escutai, senhores. A rainha de Portugal, governadora e regedora destes reinos, por nada esquecerá os ajustamentos feitos em Salvaterra pelo arcebispo de Santiago, em nome do seu rei, meu genro, e pelo conde de Ourém, dom João Fernandes Andeiro, em nome d’el-rei dom Fernando de Portugal. Por esses tratos se estabelece que a regência e o governo destes reinos cabem à rainha. E por eles se impede a união das duas coroas. Só o herdeiro de minha filha poderá reinar em Portugal, nanja meu genro.

 

Álvaro Peres de Castro 

E caso não haja herdeiro, a coroa passará para o filho varão de Inês de Castro, o senhor infante dom João, que o povo adora hoje com o mesmo ardor com que outrora adorou o pai, el-rei dom Pedro, o doido que deu a beijar a mão dum cadáver ao reino mas que o povo tomou por pai, dizendo que em Portugal nenhum tempo houvera como o dele.

 

João Afonso Teles 

Assim é, senhor. Os tratos de Salvaterra foram feitos para equilibrar as duas facções em que então se dividia a corte portuguesa, a que defendia el-rei de Castela, como o senhor bispo de Lisboa, dom Martinho, e a que tomava partido contra ele, a favor dos ingleses do conde de Cambridge e do duque de Alencastre, como o senhor dom João Fernandes Andeiro, conde de Ourém.

 

Álvaro Pais 

E agora de tratos rasgados não mais se podem colar as duas partes da corte portuguesa. Uma para Castela irá, chamando a senhora dona Beatriz, e a outra se vai para Londres, a pedir o senhor duque de Alencastre.

 

João das Regras 

Hemos então guerra com os Castelhanos. Ainda a última foi ontem e já nos avisamos para nova.

 

Álvaro Pais 

Tendes receio, doutor? Se dela sairmos vencedores e for a derradeira até os coxos irão festejar. Para isso precisamos de ter o valimento forte do senhor conde de Ourém. Só ele pode ajustar modo de trazer a Portugal o senhor dom Edmundo.

 

Leonor Teles 

O senhor conde de Ourém já uma vez trouxe a Portugal o senhor conde de Cambridge. Todos vós lembrais as cinquenta velas inglesas que entraram no Tejo com três mil homens de armas. El-rei de Castela, tão temeroso dos nossos, nem se atreveu a atravessar o Caia. Já dele se dizia por toda a raia, que venga, que vaya, de Badajoz al Caia. Agora de novo os trará. Os ingleses são bons aliados, mas sem a nossa braveza o reino se perderá. Haja crença, senhores! (os presentes brindam, em círculo, à volta da rainha, com vozes de guerra)

 

João Afonso Teles 

Que propondes entonces, senhora?

 

Leonor Teles 

Medidas defensivas imediatas nas estremas do reino, de guisa a cuidar do Alentejo, perto do qual se encontram já, segundo nota dos esculcas, as hostes d’el-rei de Castela. Meu mano, mestre de Avis, que tão bem senhoreia as terras de entre Tejo e Odiana, será o novo fronteiro do Alentejo. Defenderá as vilas e os castelos da sua Ordem ao mesmo tempo que porá em respeito os homens d’el-rei dom João de Castela. Nenhum lhe negará valimento.

 

Mestre de Avis 

Agradeço-vos, senhora, a confiança. Sois mulher mui inteira e de coração cavaleiroso. Nem as antigas amazonas eram tão corajosas como vós. A minha espada orgulha-se de vos servir, senhora. Hoje partirei de modo a chegar à Azambuja e se possível logo passar a Salvaterra e Coruche. Amanhã mesmo chegarei a Estremoz, onde mandarei reunir os alcaides da província.

 

SEGUNDO QUADRO 

(a mesma sala; a mesma luz da manhã; damas sentadas num banco corrido broslando tecido; cortesãos falando com a rainha; ao fundo dois músicos tocando atabales)

 

Leonor Teles (sempre de rosto velado) 

Que surpresa irmão! Fazia-vos já a caminho da torre nova de Estremoz, de modo a ordenares a atalaia da estrema. Dizei-me, mano, o que vos fez tornar de vosso caminho?

 

Mestre de Avis 

Sabei, senhora, que me falece carrego para tão pesado encargo. Torno pois para me dardes mais vassalos e assim vos poder servir como cabe à minha honra e ao vosso serviço.

 

Leonor Teles 

Assim se fará, mano. O senhor João Gonçalves buscará o registo de vassalos da comarca de entre Tejo e Odiana e proverá ao vosso desembargo. 

(sai o Mestre, seguido pelo escrivão; regressa daí pouco o Mestre só

 

Mestre de Avis (embaraçado, mão na adaga

Senhora, tenho outro caso a tratar no paço…

 

Leonor Teles 

Mas, irmão, por que haveis entrado no paço assim sanhudo? Sabei que os Ingleses hão o mui bom costume de quando são com os seus não trazer armas e quando são na guerra então levam e usam delas como todo o mundo sabe.

 

Mestre de Avis 

Senhora, grande verdade é essa. Mas tal fazem eles porque hão amiúde guerras e poucas vezes paz. Mas a nós é o contrário; havemos amiúde paz e poucas vezes guerra. Assim, se na paz não usamos as armas, na guerra nem suportá-las podemos.

 

João Fernandes Andeiro 

Razão, senhora, tem vosso irmão. Demais o tempo que agora corre é de guerra não de paz. Usem-se pois as armas, mesmo no paço, junto das damas, onde é hábito ensarilhá-las.

 

Leonor Teles 

Pois que seja assim. Má coisa é porém a guerra que traz as armas para o pé de damas inocentes que broslam os enfeites das colgaduras de suas casas ou das vestes de seus maridos e filhos.

 

João Fernandes Andeiro 

Por invulgar que este tempo seja, também nele se come. Não é assim, senhor dom João? Vinde pois comer comigo ao paço do Rossio. Logo tomareis vosso caminho com os nomes dos novos contiados que o escrivão vos arranjou.

 

Mestre de Avis 

Escusai, senhor, mas não comerei convosco, que na alcáçova do castelo me têm o comer feito.

 

João Fernandes Andeiro 

Entonces prestes me vou, que esperam por mim para jantar.

 

Mestre de Avis 

Não vades já, conde. Vinde, vinde vós comigo para a câmara do lado, que tenho lá cousa muito do vosso interesse para vos falar.

 

(afastam-se os dois e desaparecem por uma porta; daí a pouco a escolta dos escudeiros do Mestre segue-os; um deles posta-se à porta de mão no bulhão; ouve-se a voz do Mestre)

 

Mestre de Avis 

Quedos! Está morto! Nem mais uma punhada. Ensarilhemos os estoques e andemos preste. Ide cerrar as portas para nenhum dos do conde vir para dentro e depois ide pela cidade, aos brados, pedindo ajuda para o Mestre, dando sinal na torre de São Roque de tudo o que aqui se passou ao senhor Álvaro Pais.

 

TERCEIRO QUADRO 

(mesma sala; noite cerrada; uma vela acesa; Mestre de Avis e Álvaro Pais aguardam; Leonor Teles assoma)

 

Leonor Teles (sempre coberta

Quem mata um bom vassalo, velho e sem armas, em câmara de donas, também é capaz de matar uma mulher só, pela calada da noite. Se assim é, aqui me tendes. Tomai meu peito para nele encharcardes o bulhão da traição. (aparte) E eu que vos chamava mano…

 

Mestre de Avis 

Senhora, vós que tanta falta fazeis ao reino… Deus vos guarde para sempre de todo o mal. Não haveis temor, senhora! Nem eu, nem o senhor Álvaro Pais, vimos aqui para vos empecer com maldades. Sois a rainha, a nossa senhora! Bons e leais servidores aqui tendes cerca de vós. Do mesmo modo Lisboa, a cargo do senhor Álvaro Peres de Castro, irmão da linda Inês, vos rende preito. Boas armas para vos servir contra a invasão de Castela.

 

Leonor Teles 

Bons e leais servidores, dizeis vós? Por que houvestes então de matar um homem desarmado em minha câmara, junto de inocentes donzelas?

 

Álvaro Pais 

Sabei, boa senhora, que isso são cousas do tempo que passa. Numa guerra como esta que ora temos com Castela há que fazer tratos e sacrificar partes. Alguém nos pediu a morte do senhor conde João Fernandes, com cobiça no lugar dele junto dos ingleses… e de vós. Outro conde… Não lhe chegava ser conde uma vez…

 

Leonor Teles 

Falais de João Afonso Teles, meu irmão? Doida ambição que o move. Que presunção a dele! Há-de perdê-lo, como o perdeu em Saltes, no tempo d’el-rei dom Fernando.

 

Álvaro Pais 

Descuidai disso agora, senhora. O conde de Ourém era homem de bem, de muito aviso e cuidado, estimado dos ingleses, mas outros há que podem fazer o serviço que ele nos fazia. Dois vassalos vossos, Lourenço Martins e Tomás Daniel, estão prestes a partir para Londres como embaixadores de vossa causa.

 

Mestre de Avis 

Um cavaleiro como o conde de Barcelos, vale muitos centos de homens de armas. Não se pode deixar que abale para o lado dos de Castela.

 

Álvaro Pais 

Assim é, senhora! Cousas do tempo que passa! O Mestre traz um pedido para vos fazer…

 

Mestre de Avis 

Perdão vos quero pedir, porque vos errei, matando um vassalo sem armas no vosso paço. Deus sabe que minha tenção não foi errar-vos, mas apenas tirar desforço dum homem que estorvava nossas vidas. Mas porque usou ser em vossa casa que esta obra se fez, matando-o eu quase diante de vós, mercê vos peço. Se este erro me perdoardes, ainda Deus me permitirá fazer-vos mui bom serviço nas cousas que me mandardes e noutras de que vos falaremos a seguir.

 

Álvaro Pais

Olhai, senhora, que até Deus perdoa ao homem mais teimoso, se este errou com erro grosso e lhe pede perdão.

 

Leonor Teles 

Boas razões são essas, Álvaro Pais. Mas perdoado é o Mestre de seu; primeiro, pelas razões que aqui nos deu, depois, porque só Deus pode perdoar coisas assim vedadas desde o tempo do Decálogo. Sobeja dar-lho eu, que nada valho. Não há pois mais que pedir perdão. Mas haveis vós vindo apenas para requerer mercê? Fazia-vos mais zelosos…

 

Álvaro Pais 

Não, boa senhora. O negócio que aqui nos traz é outro. E mais sério para vós e para o reino. Vimos dizer-vos que por todo o reino se estão a formar uniões de gente para o defender da invasão castelhana. O povo de Lisboa exulta confiante e pede que vos mostreis à capital do reino.

 

Leonor Teles 

Ao que me dizem, Lisboa só ouve agora o Mestre.

 

Álvaro Pais 

Sabeis que o infante dom João de Castro, filho varão da senhora dona Inês, está preso em Castela e sem possibilidade de regressar ao reino. Seu irmão, o infante dom Dinis, ao que corre, anda fugido nos fojos dos Pirenéus, a ver se escapa aos alãos do rei de Castela. Assim sendo, o povo agarrou-se ao Mestre, que também é filho d’el-rei dom Pedro, que tão boa memória deixou de si em Lisboa. Quem não recorda as noutes em que el-rei saía da alcáçova com os atabales a rufar e ele no meio a tocar pandeiro e a bailar? Todos saíam das moradas e se metiam na roda em danças e trebelhos até na Sé baterem as badaladas da hora de prima. De manhã mandava el-rei pôr vianda e vinho no Rossio para todos. E tudo isto fazia dom Pedro, diziam os antigos, pela paixão que havia à senhora dona Inês de Castro. Por isso o povo de Lisboa e os seus maiorais querem muito ao senhor dom João, Mestre de Avis e filho d’el-rei dom Pedro. E muito lhes aprazaria vê-lo casado com a rainha de Portugal.

 

Leonor Teles 

Que dizeis, senhor Álvaro Pais?

 

Álvaro Pais 

Que o povo de Lisboa vos quer bem e por isso vos deseja ver casada com o filho d’el-rei dom Pedro que temos entre nós, o Mestre de Avis.

 

Leonor Teles 

Que sandice, santa Maria val! E vós que dizeis, senhor dom João?

 

Mestre de Avis 

Que sempre vos amei desde que meu irmão, el-rei, vos meteu na câmara das donas, aqui, no paço de Apar de São Martinho, no tempo de minha irmã, dona Brites de Castro, ora maridada em Castela. A vossa beleza encantou Lisboa. Por isso meu irmão, el-rei dom Fernando, se tomou de vós com tanto ardor. Só houve sossego quando vos quitou de vosso marido, o senhor João Lourenço da Cunha. Dez anos, se tanto, durou o vosso casamento com el-rei. Estais, senhora, nova e formosa. Prometo fazer de vós, Leonor, uma rainha ainda mais amada do que todas as que de si deixaram memória pelo amor. Já na câmara das donas se dizia que a vossa beleza excedia a da senhora dona Inês de Castro. Dar-vos-ei um reinado longo e cheio de volúpia e uma memória mais duradoira do que a da linda Inês

 

Álvaro Pais 

Sereis uma rainha ainda mais querida do povo do que aquela que nos veio há cem anos de Aragão e que o povo adora e chama santa.

 

Leonor Teles 

Grande atrevimento é falar assim, em maridança e coisas tais, a uma dona que acaba de soterrar em tão grande nojo o seu amado esposo, também ele filho d’el-rei dom Pedro. Esqueceis o que uma dama deve a seu amado?

 

Álvaro Pais 

Cuidai senhora doutro modo neste negócio. Sois vós a rainha e é mister nesta guerra do reino haverdes o concurso dum homem viril. Só o vosso casamento com o Mestre, filho de rei, vos pode assegurar esse desígnio. E só ele pode dar ao reino a segurança que é mister em hora de tanto perigo.

 

Leonor Teles 

Sabei, Álvaro Pais, que as palavras do Mestre me agoniam; se me visse com ele maridada, em alão o meteria por esses arvoredos gigantes, que ladrar e obedecer é o único que lhe apraz fazer.

 

Mestre de Avis (desconsolado

Que dizeis, senhora?

 

Álvaro Pais 

Descuidai, senhor dom João. A História se encarregará de escarmentar quem assim diz. Pena que uma tão boa dona, destinada a ser a mais querida rainha do seu povo, se vá ainda transformar na mais aleivosa das mulheres que pela portuguesa terra passaram.

 

Mestre de Avis 

Grande arte é a vossa, senhor Álvaro Pais.

 

Álvaro Pais 

A mesma que transformou um bom vassalo como João Fernandes Andeiro, que até as chaves de sua terra galega deu a el-rei dom Fernando, e que foi o primeiro a estabelecer a aliança entre Ingleses e Portugueses, num tredor fementido, no pior perjuro vendido aos castelhanos. É de atoardas que se fazem as grandes revoluções. Isto me ensinou o meu enteado, o doutor João das Regras, que o aprendeu em Bolonha dos antigos Romanos.

 

Mendiga

(assomando ao postigo) 

Que interessa o mundo, se a sua ordem é a cobiça e a mentira? Que interessa, se ele é roubo e traição? Mais nobreza tem quem pede do que quem rouba.

 

 

O Director do Jardim Zoológico

(assomando ao mesmo postigo) 

A civilização é a capacidade de salvaguardar a verdade, ou a sua aparência, quando é preciso mentir e trair. A verdade é a dissimulação da mentira.

 

Mendiga 

É preferível ser loba com fome, delirar de febre, do que cadela fechada num canil, de coleira ao pescoço e mordaça na boca.

 

Leonor Teles (descobrindo o rosto) 

São mais dignos os rotos trajes duma mendiga do que as jóias da coroa de Portugal. Mais real é aquele que abdica do que aquele que cobiça!

 

O Gigante Verde

(homenagem a Manuel Granjeio Crespo) 

Vem! No seio da Natureza virgem encontrarás os poderes maravilhosos do Sonho que foram roubados à Humanidade pelo erro da História.

 

 

António Cândido Franco (Lisboa, 1956)
Fez estudos de Filologia Românica na Falculdade de Letras de Lisboa e doutorou-se, em 1997, em Literatura Portuguesa na Universidade de Évora com uma dissertação sobre a poesia de Teixeira de Pascoaes, publicada, três anos depois, com o título
"A Literatura de Teixeira de Pascoaes" (IN-CM). Tem dedicado muito do seu
tempo a ler e a comentar o Zaratustra do Marão. O último estudo que lhe
dedicou foi em 2010, "Teixeira de Pascoaes nas Palavras do Surrealismo em
Português" (Licorne). Tirando isso, tem escrito versos, que reuniu num
volume chamado "Estâncias" (2002), e algumas narrativas dedicadas às
figuras trágicas da História de Portugal, Pedro e Inês, Fernando e Leonor,
Isabel e Dinis, Carlos e Amélia, todos publicados na editora Ésquilo.
Contactos: acvcf@uevora.pt

 

   
 

© Maria Estela Guedes
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