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REVISTA TRIPLOV
de Artes, Religiões e Ciências
Nova Série | 2011 | Número 17
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Com o coração a arder nas minhas mãos, eu remembro,
com Saudade, o lume e lumiar de Ulisses Duarte: que em húmus ou no humo,
pensava, este homem, que o Natal é notável, nativa a Natura. Que o Adão
é da terra, e por isso a Cultura. Como todos os Mestres, tu eras um
polido, tu eras, dessarte, um «Bateleur». Batalhando, labutando,
laborando sem livor. E semeando, a sêmea da Palavra, à semelhança do
«sema» e seminário das Letras. Pois na Casa do Ser, os vocábulos da
verve eram tijolos e teores: teorizava, assim também, o Álvaro Ribeiro.
Pois todo o gene quer o germe. E eu me alembro, entretanto, ter pensado,
outrossim, que o Génio é ingénuo, e, por isso, generoso. Meu querido
velhinho, as profecias cumpriram-se. Mitologicamente, a Palavra fez-se
carne no Hermes, ou Mercúrio, hermafrodita. Ora aqui eis, aqui, uma
elação da elite. Que a escola, para ti, é como a «schola» para os
Antigos: ela é tempo do prazer, do recreio ou do lazer; e nós tivemos,
por isso, o tempo livre, para cultivar e cultuar as Artes liberais; e
era nossa, por isso, a celeste Agricultura. A Ideia, fulgurando, em
Paideia solene. Considerávamos, nós outros, a nossa Filosofia: como já
tinha sucedido com Agostinho Maldonado, o Messianismo, contigo, era
pronto e era preste: era a lesta e Levante Logoterapia: tanto Agostinho,
como Ulisses, pertenciam à escola da laica Teologia: e alembro Sampaio
Bruno, Tobias Pinheiro e António Manuel Couto Viana. |
EDITOR |
TRIPLOV |
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ISSN 2182-147X |
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Dir. Maria Estela Guedes |
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Contacto:
revista@triplov.com |
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PAULO BRITO E ABREU
ULISSES DUARTE:
«IN MEMORIAM»
«Mens agitat molem.»
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aos Amigos «d'abaissé»
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E ora sus e ora
avante: direi eu finalmente, em letra de forma, que Morfeu enforma
Orfeu, que formámos uma dupla nas Letras e levas Portugalaicas: e era
nosso, o arteiro, do «Artes & Artes». E eu especulava, meu querido, eu
era certo e sidéreo, e esquadrinhava, o sideral, com a ajuda de um
espelho... Se o ser ou não ser nos remete, portanto, para a Ontologia,
um dia, meu chapa, me assertaste, outrossim: «Acredita, mais e mais, no
teu astro e tua Estrela; com a ajuda de Deus, não há nada, meu caro, que
seja impossível...»
Que aos homens, é impossível, mas a Deus, tudo é
possível. Será, no porvir, como o foi no passado: na estremadura, no
Éter e espiritual, especulando, com o espéculo, as «Poalhas do Tempo».
Laborando, na «imago», por a mancia do Mago. É plausível, na porta, o
portal e o porto. O Poeta culto, porto culto, profundamente oculto. O
polido, na «polis», e camoniano, a tertúlia vibrando em Tertuliano. Na
novela, e «art nouveau», contigo é chegada, não a selva, mas a silva, a
«Nova Silva», outrossim, do Leonardo Coimbra; que é chegado, em parabém,
o tempo libertário. Um novo, e relevante, «rêve éveillé». Ou melhor: na
liança, e liminar, o tempo, e o teor, dos livres-pensadores. Pois as
cartas são as francas, as Palavras, arquitectas, em Númen, numeral, e
nos Filhos da Viúva. E frescas, em rosário, bem frescas, as Rosas, no
centro da Cruz. A Cruz e o crisol, a Cruz que tu amaste até ao caroável.
Caroável, crucial - e eis, em Santelmo, o elmo e o leme, a Gramática,
Secreta, da Língua Portuguesa. E se eras, quiçá, um Cavaleiro do Amor,
meu amável tu foste, meu Amigo aqui estás na minha Biblioteca...........
Queluz, Novembro de 2010
AD MAJOREM DEI GLORIAM
PAULO JORGE BRITO E ABREU |
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PAULO JORGE BRITO E ABREU
Paulo Jorge Brito e Abreu nasceu em Lisboa, Portugal, a 27 de Maio de
1960. Licenciou-se, em 1986, em Estudos Anglo-Portugueses, pela
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
É Poeta, pensador, ensaísta, conferencista, crítico literário, cantor e
psicodramatista; encetou, em 2007, uma carreira de Pintor. Desde 1999, é
Sócio Correspondente da Academia Carioca de Letras; no ano 2000, a União
Brasileira de Escritores atribuiu-lhe, em parabém, a Medalha Peregrino
Júnior de Intercâmbio Cultural. Por o seu contributo para a Cultura
Portuguesa, foi agraciado, em 2006, com uma medalha, pela Escola
Secundária D. Diniz. E por meados, primaveris, dos anos 60, sua Mãe,
Maria Amélia, ensinou-o, correctamente, a ler, a escrever e a contar…
CONTACTO: paulobritoeabreu@yahoo.com.br |
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