(à memória de Edilberto Coutinho)
Certo.
Houve neste Mundial grandes jogos.
O Itália - Brasil com três golos nos primeiros
vinte e cinco minutos.
O Alemanha - França com 8-7 nos pontapés da marca
de grande - penalidade
depois de dois empates sucessivos.
O Itália - Polónia em Barcelona.
O Brasil – Argentina.
O Polónia – França jogado em Alicante no desconsolo
do terceiro lugar.
O Itália – Alemanha no Santiago Barnabéu com
Breitner insuficiente para Altobelli, Rossi e Tardelli.
Certo. Houve neste Mundial grandes jogadores.
Vimos Schachner a iluminar a Áustria
Vimos Maradona, Trevos Francis, Boniek e Platini,
Rummenigge e Zico,
o escocês Jordan, Sócrates e Falcão, Tigana e Éder,
Paolo Rossi enfim –
o homem dos golos decisivos, dos golos inesperados,
dos golos impossíveis.
Certo.
Mas a imagem mais forte deste Mundial é a de um
animado jogo de cartas no avião de regresso a Roma. Cauzio e Zoff jogam
com Bearzot e com o presidente Sandro Pertini.
Jogam no usufruto dum tempo suspenso,
intervalo entre o esplendor na relva e as
condecorações no Quirinal.
Jogam a partida contra o tempo dos relógios.
Eles sabem: quando o trunfo é morte nada mais
podemos fazer que assistir. |