Nas caves da
criatividade
sempre aberta
a porta dá
entrada para mundos que algumas janelas interiores sugerem
mas também para
expectativas do imaginário
porque dentro os
projectos traduzem a persistência entre coração e mãos
na busca de
momentos para o lúdico ou a reciclagem
onde a magia de
uma intenção nova desemboca em novo uso.
Nas caves da
criatividade
o respeito por
cada um e o olhar cúmplice das monitoras
mantêm um clima
de responsabilidade à mistura com hábitos de trabalho
e uma atmosfera
permitida entre certos limites
só os necessários
enquanto os
ritmos pessoais são privilegiados
sem
constrangimentos de relógios ou classificações
sem normas
rígidas ou avaliações
mas pela
liberdade a conviver ao lado do outro.
Nas caves da
criatividade
a criança e o
jovem valem por si mesmo
porque recebem
atenção para o desejo no meio de tantos outros ritos estruturantes
Magusto – Festa
de Natal – Colónia de Férias
Semana Cultural –
Praia – Feira da Luz
quando
calendarizam espaços e tempos para o saber e saber-fazer
mas também para
ocasiões maiores e festivas da comunidade envolvente.
Nas caves da
criatividade
tudo parece
natural, instintivo, espontâneo e até fácil
contudo este ar
fluido e deleitoso
só é possível por
uma organização de fundo
qual batuta a dar
sinais subtis na energia e delicadeza do invisível
e uma equipa
amadurecida
qual orquestra
entusiasmada e afinada
para que as
coisas aconteçam com serenidade, leveza e autenticidade
em espaços
apetecíveis e retentores de afectos.
Nas caves da
criatividade
a consonância
entre poder local e agentes educativos
demonstra que é
fazível uma cidadania alimentada desde pequeno
onde os tempos
livres sirvam uma sociedade participativa
aliando
conhecimentos e valores
princípios e
tolerância
em torno de uma
sensibilidade construtiva para o amanhã.
Nas caves da
criatividade
entra-se por
vontade e com vontade de modelagem ou cestaria
para pintar, ler,
brincar às casinhas, jogar aos matraquilhos ou ainda no computador
sim
porque neste
presente entre o passado e o futuro
há lugar para
artesanato como para novas tecnologias
sendo por aí que
passa a energia onde a cultura desdobra
formas-de-viver
que o adulto irá sentir e recordar
anos depois e
sempre com ternura.
Ana Luísa Janeira
Agora que decidiu deixar Montemor-o-Novo para ir à descoberta de outros
lugares, de outras motivações, quero dizer a esta Amiga que fica a
lembrança com as marcas de um Tempo.
Terezinha Tavares |