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REVISTA TRIPLOV
de Artes, Religiões e Ciências
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Ana Luísa Janeira
Foto de José M. Rodrigues |
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ILDA CRUGEIRA
Júlio Máximo de Oliveira
Pimentel |
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DIREÇÃO |
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Maria Estela Guedes |
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Contributo para a
homenagem à Professora Ana Luisa Janeira
No âmbito desta
homenagem, agradecemos à Professora Ana Luisa Janeira a sua obra
como filósofa, pedagoga, investigadora, com incursões metodológicas
em “outras áreas do conhecimento” e em diversificados contextos
espaciais e temporais. Congratulamo-nos ainda, por agradecer à
cidadã Ana Luisa, o perfil humano, amistoso e acessível, sapiente e
moderado, que se patenteia numa vitalidade surpreendente.
Recentemente
entrevistada no Brasil para o programa “Provocações”,
da TVCultura, referiu: “sinto que tenho como função o interrogar da
realidade, de ser crítica e reflectir sobre o que me rodeia”. A sua
tenacidade e o trabalho ininterrupto e empreendedor potenciaram
recordar Júlio Pimentel,
também docente na antiga Escola Politécnica.
Rejubilamo-nos pelo arrojo inconformista de pessoas
desta estirpe que “lançam sementes” e rasgam horizontes. |
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Júlio Máximo de Oliveira Pimentel |
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Júlio Máximo de Oliveira Pimentel
In:
Revista
Contemporânea de Portugal e Brazil, Lisboa, 1860. |
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Segundo visconde de Vila
Maior, nasceu em Moncorvo a 11.10.1809
e morreu em Coimbra a 20.10.1884. Filho de Luís Cláudio de Oliveira
Pimentel e de Angélica Teresa de Sousa Pimentel Machado. Bacharel em
Matemática, lente de química da Escola Politécnica e do Instituto
Industrial, director do Instituto Agrícola e reitor da Universidade de
Coimbra. Sócio do Instituto de Coimbra, da Academia Real das Ciências,
da Sociedade Química de Paris, da Sociedade de Artes de Londres e da
Academia de Florença. Fidalgo-cavaleiro da Casa Real, par do Reino,
Vereador e Presidente da Câmara Municipal de Lisboa em 1858-1859.
Cavaleiro das Ordens de Torre e Espada e Avis, Grã-cruz da Conceição e
Grã-cruz da de Carlos III de Espanha, Oficial da Legião de Honra,
comendador das Ordens de Nossa Senhora de Vila Viçosa e de Cristo,
cavaleiro da Legião de Honra de França, comendador da Ordem de Leopoldo
da Bélgica e S. Maurício e S. Lázaro, de Itália e dignitário da Ordem da
Rosa, do Brasil.
Matriculou-se na
Universidade em 1826, e envolveu-se ainda nesse ano nos movimentos civis
que precederam o estabelecimento do regime liberal em Portugal,
alistando-se com dois irmãos, no Batalhão académico organizado de
Coimbra.
Viveu de perto a prisão efectuada pelo governo de D. Miguel ao pai e ao
tio, general Claudino de Oliveira Pimentel, apoiantes da causa
constitucional. Após a morte do tio numa cela da Relação do Porto,
alistou-se no Batalhão liberal académico que combatia nesta cidade. Em
10.10.1832, recebeu como reconhecimento o cargo de Oficial da Torre e
Espada, após ter sido gravemente ferido na serra do Pilar. Regressou á
universidade, onde se tinha matriculado oito anos antes, e obteve o grau
de bacharel em matemática, em 1834. |
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Júlio Máximo de Oliveira Pimentel
In:
O Occidente,
Nº 211, 01.01.1884 |
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Por concurso, foi
nomeado em 1838 lente de química na Escola Politécnica de Lisboa, e
regeu, também por concurso em 1853, a mesma cadeira no Instituto
Industrial. Pouco depois do ingresso na Escola Politécnica, seguiu para
Paris na prossecução de conhecimentos na área da química. Foram anos de
estudo e trabalho intenso no Laboratório “Peligot”, onde recebeu lições
de Chevreul, de Gay-Lussac e de Dumas, entre 1844 e 1846.
Foi ainda director do
Instituto Agrícola desde 1857, após suceder ao Dr. José Maria Grande,
cargo que deteve até 1869, ano em que foi nomeado reitor da Universidade
de Coimbra, até à sua morte. Na capital, foi eleito Vereador e ainda,
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa em 1858-1859.
Ao cessar funções na presidência do município, apresentou um
relatório no qual fazia parte o projecto para a edificação de um bairro
para a zona do Aterro da Boa-Vista
.
Reconhecido pelos seus
conhecimentos científicos, os governos encarregaram-no de comissões
relevantes, como secretário da comissão responsável em estudar a reforma
da moeda, em 1851, ou ainda, da reforma do Arsenal do exército, da
Fábrica da Pólvora e da organização da Academia Real das Ciências. Em
1857 aceitou a nomeação de vogal do Conselho de Saúde, quando parte da
população se evadia da cidade e outra era dizimada pela epidemia de
Febre-amarela. Preconizou a divulgação de medidas profilácticas de
higiene e salubridade, e, impulsionou a realização de um Congresso
médico, com o beneplácito da Academia das Ciências, do qual resultaram
algumas sessões. Em 1866 fez parte da comissão nomeada para o estudo dos
processos de vinificação empregados no país.
Viajou por Inglaterra, Bélgica e França como investigador e visitou as
fábricas de refinação de açúcar com o objectivo de introduzir essa
indústria em Portugal.
Em 1883 deslocou-se a
Espanha, França, Inglaterra e Itália com o intuito de conhecer a
realidade das escolas superiores destes países, enviado pelo governo no
âmbito de uma missão de reestruturação do ensino superior em Portugal.
Júlio Pimentel foi o
fundador e director da fábrica de produtos químicos da Póvoa de Santa
Iria e, aplicou com sucesso a filaça das piteiras (Agave e Fourcroya),
no fabrico do papel
. Recebeu privilégio para o fabrico de velas com a substância sólida
extraída do óleo de palma. |
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Ofício do presidente da Câmara Júlio
Máximo de Oliveira Pimentel …, 1857, GEO |
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Representou dignamente
Portugal nas Exposições Internacionais de Paris em 1855, 1867 e 1878 e
na de Londres em 1862. Fez parte de júris e publicou relatórios. Deixou
vasta obra publicada, sobretudo na área da Química e da sua aplicação
industrial, nomeadamente, “Lições de Química Geral e suas Aplicações
Principais”, “Relatório sobre as artes chimicas na exposição de Paris de
1855”, “Relatório sobre os vinhos na exposição de Paris de 1867”,
“Relatório sobre o Estudo Químico do óleo de rícino”, “O Aluminium,
Nota Científica” , entre outras …
Em honra de tantos e
gloriosos serviços prestados, de uma vida civil em prol do serviço
público, o governo homenageou-o, agraciando-o com o título de Visconde
de Vila Maior. Por sua iniciativa, o título foi entregue ao pai em
reconhecimento da luta travada em nome da liberdade, vindo a receber o
título, após a morte deste.
Ilda Crugeira |
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Notas |
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Ilda Crugeira
Museologia e Património
Investigadora do Gabinete de Estudos Olisiponenses, CML |
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© Maria Estela Guedes
estela@triplov.com
PORTUGAL |
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